NOVA ODESSA

Polícia apura ação para tirar jornais de banca

Edição tinha reportagem que denuncia corrupção na Prefeitura

Jaqueline Harumi
11/03/2015 às 10:52.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:32

A Polícia Civil de Nova Odessa investiga duas ações criminosas contra uma banca de jornal da área central para impedir a circulação de um jornal da cidade que publicou, na edição da última sexta-feira, denúncia contra o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza (PSDB) e alguns assessores em esquema de corrupção na área da Saúde.   Segundo o jornalista Renato Silva, responsável pelo jornal, na sexta-feira, criminosos tomaram 60% dos 8 mil exemplares distribuídos nas bancas ou exigiram que jornaleiros vendessem tudo o que tinham de uma só vez. A banca da região central foi assaltada no mesmo dia e foi alvo de um princípio de incêndio anteontem.Segundo apurado pela reportagem, o proprietário da banca teria se recusado a vender todas as edições e o “comprador” voltou logo depois com outros três suspeitos, que reviraram o local, levando as edições. Na segunda-feira, a banca foi alvo de incêndio, que apenas chamuscou suas portas. Já à noite, o jornalista Renato Silva, que acompanhava a sessão da Câmara em que os dois vereadores da oposição queriam abrir Comissão Especial de Inquérito (CEI) com base nas denúncias, alegou ter sofrido ameaças de um grupo de 30 pessoas, que teriam dito que o espancariam e colocariam fogo em sua casa. “Sobrinhos do prefeito me ameaçaram e foram reconhecidos pelo proprietário como autores do assalto. O vereador que falava (Cláudio José Schooder, o Leitinho, do PDT) também foi xingado e ameaçado pelo mesmo grupo, liderado pelo chefe de gabinete”, acusou Silva, que teve que ser escoltado por policiais militares para sair do plenário e foi encaminhado à delegacia. A Polícia Civil elaborou boletim de ocorrência (BO) de ameaça, mas o delegado Marco Antônio Pozetti afirmou que ainda não houve representação da vítima. As acusações feitas partiram de entrevista exclusiva com um diretor do Instituto Ciências da Vida (ICV), organização social de Sorocaba com a qual a Prefeitura mantém contrato de gerenciamento do Hospital Municipal e Maternidade Dr. Acílio Carreon Garcia, cinco unidades básicas de Saúde, Ambulatório de Especialidades, Farmácia Central e Centro de Atendimento Psicossocial. O jornalista afirmou que não publicará a edição desta sexta-feira — o jornal é semanal — e pretende fazer nova impressão da edição polêmica. Cerca de 25 mil exemplares deverão ser distribuídos gratuitamente. Silva afirmou ainda que apresentará denúncia hoje ao Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), em Campinas. A Prefeitura informou, em nota, que o chefe de gabinete negou ter feito qualquer ameaça, que o prefeito repudia a “descabida e infundada acusação” e que o assunto será tratado na esfera judicial, onde devem ser apresentadas as provas das acusações, já que, segundo o governo, isso não foi feito pela publicação. Quanto aos ataques, a Prefeitura não se posicionou, por se tratar de questão criminal, “sem nenhuma relação com o Executivo”.  

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