MEMÓRIA

Poeta criou a bandeira da cidade de Campinas

Guilherme de Almeida foi o responsável pela criação da bandeira do município

Rogério Verzignasse
31/07/2018 às 10:54.
Atualizado em 23/04/2022 às 08:17
  (Divulgação)

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A “Semana Guilherme de Almeida” - comemorada entre os dias 4 e 11 de julho – teve uma diversificada agenda cultural pela cidade toda: bandas, corais, declamações, poesia, telas. Justa e tradicional homenagem ao “Príncipe dos Poetas”. Neste mesmo mês de julho, Campinas celebrou seus 244 anos. O que pouca gente sabe, no entanto, é que foi Guilherme quem criou, lá em 1961, a bandeira do Município, hasteada em repartições e atos oficiais. É, a bela bandeira branca, com a fênix dourada sobre o escudo azul. O poeta se foi deste mundo em 1969, às vésperas de completar 79 anos. Mas continua vivo, firme e forte, um cidadão que teve papel decisivo do projeto. O desenho da bandeira foi “encomendado” pelo vereador Romeu Santini. Jornalista, ele cumpria mandato no Legislativo e, diz hoje, não se conformava com o fato da cidade não ter uma bandeira. E ele procurou por Guilherme de Almeira porque o cidadão, além de fazer versos como ninguém, também era heraldista. Tocado com o convite, o autor reproduziu no centro da bandeira a imagem da fênix que já fazia parte do brasão do Município. Brasão oficializado desde 1889, após a aprovação pelos vereadores do projeto do vereador Ricardo Gumbleton Daunt. O pássaro mitológico, no caso, simbolizava a força de um povo que renascia forte, sempre. Referência à luta dos campineiros contras as epidemias de febre amarela que quase apagaram a cidade do mapa. O poeta, de sua parte, homenageou a ideia brilhante de Daunt. Mas, na bandeira, a fênix ganhou um desenho estilizado. Dourada, ela passou a representar a riqueza da cidade. O fundo branco, explicou na época o poeta, significava pureza, e o escudo azul, a lealdade. O projeto de lei de Santini, instituindo a bandeira foi promulgado pelo então prefeito tio Miguel Vicente Cury, e se tornou a Lei Municipal 2.523, de 26 de junho de 1961. Romeu Santini teve uma carreira política longeva. Hoje, aos 82 anos, ele se apresenta, todo orgulhoso, como presidente honorário da Câmara de Comércio Exterior de Campinas e Região, que ele próprio ajudou a criar.

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