Com quadro pequeno, tendência é que tenham papel coadjuvante; os caminhos adotados pelas legendas, entretanto, são opostos
Candidatos a prefeito durante debate nas eleições de 2012 em Campinas: pleito deste ano terá a participação de novos partidos "nanicos" (Cedoc/ RAC)
Recém-criados, o Partido da Mulher Brasileira (PMB) e a Rede Sustentabilidade vão estrear em Campinas nas eleições municipais do dia 2 de outubro. As legendas, no entanto, têm quadros pequenos de filiados e poucos nomes de destaque na política da cidade, e a tendência é terem papéis de coadjuvante na eleição. Os caminhos adotados pelas legendas, entretanto, são opostos. A Rede se propõe a fazer uma “nova política” e lançar candidatos sem experiência em cargos eletivos é uma das premissas. O partido terá chapa pura em Campinas, com candidato a prefeito, vice e vereadores. O PMB, por sua vez, é comandado pelo vereador Aurélio Cláudio, e além de servir à coligação do prefeito Jonas Donizette (PSB), trabalhará por uma candidatura a vereador. Aurélio será o único candidato a vereador em Campinas do PMB. Apesar do nome, a sigla não terá nenhuma candidata mulher na cidade. Ao contrário do PSD, que foi fundado em 2011 por Gilberto Kassab e rapidamente ganhou espaço em todo o País, as duas siglas deverão ter dificuldades para se firmar como uma força política e conquistar adeptos. Fundado no final do ano passado, a Rede Sustentabilidade tem números modestos de filiados na cidade e ainda não decolou. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a agremiação conta com apenas 30 membros em Campinas. Com uma proposta de renovação e um novo modelo político, a Rede considera a inexperiência uma virtude e aposta na insatisfação do eleitorado com a classe política para surpreender. “A nossa ideia, na prática, parte desse ponto, de ter pessoas com pouco ou nenhuma experiência política, esse foi o mote da Rede. Aqui em Campinas temos seguido fielmente esse mote, de dar espaço ao cidadão para se expressar, sem os vícios da velha política. Estamos de olho nos 45% de indecisos”, explicou Samuel Quintans, porta-voz da Rede em Campinas. O partido lançou a candidatura da professora e microempresária Surya Guimaraens à Prefeitura e homologou chapa de vereadores. Segundo Quintans, a Rede foi procurada por outros partidos para fazer coligação, mas optou por não fazer alianças para manter a coerência. “A gente foi procurado e optamos não coligar, foi uma decisão dos nossos filiados e simpatizantes.” A pouca estrutura, no entanto, pesa contra o partido, que ainda não tem uma sede na cidade, o que deve acontecer somente no ano que vem. O Partido da Mulher Brasileira obteve seu registro no TSE na mesma época que a Rede, no final do ano passado. A legenda se coloca como centro-esquerda e na prática não apresenta propostas de renovação na política, angariando políticos tradicionais oriundos de outros partidos. Em Campinas, o partido é comandado pelo vereador Aurélio Cláudio, que vai tentar o quinto mandato consecutivo. Na convenção do PMB realizada no final do mês, Aurélio justificou a ausência de mulheres candidatas pelo curto tempo para consolidar a legenda na cidade. Segundo o vereador, a vinda do partido para Campinas visa trazer o olhar feminino para dentro da política. O compromisso é buscar lideranças femininas e o partido pretende que, nas próximas eleições, dois terços dos candidatos do PMB sejam mulheres. ‘Partido Novo’ não concorrerá por prefeituras Outro partido fundado recentemente e que vai estrear nas eleições de outubro é o Partido Novo. Apesar de ter 25 filiados em Campinas, segundo dados do TSE, não vai participar do pleito no município. O Novo concorrerá somente em cinco capitais do país: Curitiba, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O partido terá somente candidatos a vereador e não vai disputar nenhuma Prefeitura. De acordo com o pregado pelo próprio nome do partido, a ideia da agremiação é apresentar um novo modelo de fazer política. O estatuto da sigla veda mais de uma reeleição para um mesmo cargo. Isso porque o Novo avalia que, depois de um segundo mandato, esse colaborador já tem muito domínio da máquina e pode se utilizar desse conhecimento em proveito próprio em detrimento das ideias do partido. Por isso, são dois mandatos por cargo. No fim do segundo mandato, essa pessoa será convidada a se candidatar para outro cargo ou ingressar para dentro do partido, para que possa educar e treinar novas lideranças. Outras regras são filiar apenas pessoas com a ficha limpa, exigir que todos aqueles que se candidatam assinem um termo de compromisso com as suas ideias, e cobrar uma mensalidade dos filiados.