assalto em viracopos

PM investiga disparo contra refém

A Polícia Militar (PM) instaurou um inquérito policial militar ontem para apurar a origem do disparo que atingiu a mulher, de 37 anos, que foi feita refém

Henrique Hein
19/10/2019 às 11:15.
Atualizado em 30/03/2022 às 10:48

A Polícia Militar (PM) instaurou um inquérito policial militar ontem para apurar a origem do disparo que atingiu a mulher, de 37 anos, que foi feita refém por um dos bandidos que assaltaram o Aeroporto Internacional de Viracopos, na manhã da última quinta-feira. O caso ocorreu no residencial Campina Verde. A vítima ficou ferida depois que o criminoso invadiu a casa dela para se esconder da polícia. Cercado, ele manteve ela e a filha dela, de 10 meses, reféns por cerca de 3h. O bandido foi morto por um sniper. A investigação tem como objetivo saber de onde partiu os disparos que atingiram a mulher: se veio do próprio bandido, do sniper ou dos policiais que invadiram a casa dela após o abatimento do criminoso. Num primeiro momento, a PM havia informado que a mulher tinha sido atingida por estilhaços de bala na região dos glúteos, tendo sido socorrida em estado de saúde estável. Entretanto, o Hospital PUC-Campinas deu outra versão sobre os fatos e relatou que, na verdade, a vítima foi baleada na região lombar. A paciente deu entrada na unidade de saúde na quinta-feira, às 14h32, pelo Pronto-Socorro Adulto. Ela precisou passar por um procedimento cirúrgico de urgência, antes de ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O bebê dela não foi atingido por disparo e saiu ileso. No final da tarde de ontem, o Hospital informou ainda que o quadro de saúde da mulher era estável. A unidade frisou que ela encontrava-se sedada, em ventilação mecânica e que ainda inspirava cuidados. À noite, foi transferida para outro hospital, cujo nome não foi revelado. Outras vítimas Durante a fuga dos criminosos, o major Moreira, da Polícia Militar, que é subcomandante da corporação em Campinas, foi baleado na perna e levado para o Hospital Ouro Verde, onde passou por cirurgia na quinta-feira. O oficial foi internado no Hospital da Polícia Militar e teve alta hospitalar ontem. Além dele, outros três funcionários da empresa de transportes de valores Brinks também se feriram durante o roubo no terminal de cargas de Viracopos. Todos eles foram internados no Hospital Municipal Doutor Mário Gatti, na quinta-feira. Na tarde de ontem, dois deles tiveram alta. A Prefeitura de Campinas informou que não tem autorização para passar o estado de saúde do terceiro paciente que permaneceu internado, pelo menos, até o fechamento desta edição. Arsenal A Polícia Federal divulgou ontem a lista de armas, munições e outros objetos apreendidos que estavam sob posse da quadrilha que assaltou o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, na manhã da última quinta-feira. Ao todo, nove armas de fogo e uma arma branca foram encontradas dentro de um fundo falso do caminhão de lixo, que foi usado pelos bandidos para despistar a polícia durante a fuga. Ontem de manhã, peritos da Polícia Federal realizaram uma série de vistorias dentro do caminhão e em outros carros envolvidos no ataque. Na relação de armas estão: dois fuzis AK 47, um fuzil 5.56, um rifle artesanal calibre 50, três pistolas Glock, uma pistola five seven e um revólver Taurus, além de uma faca. A apreensão deste material foi feita por equipes da Polícia Militar e da Guarda Municipal. Além das armas, as duas corporações também encontraram mais de 600 munições e diversos carregadores dentro do caminhão. O assalto O mega-assalto à empresa de transporte de valores Brink´s na manhã da última quinta-feira no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, terminou com três suspeitos mortos, três policiais feridos; mãe e filho de 10 meses feitos reféns e levou pânico a funcionários e passageiros do terminal. Os assaltantes ainda usaram carretas numa espécie de barricada e interditaram as duas pistas da rodovia Santos Dumont, provocando transtornos e apreensão a milhares de motoristas ao longo da manhã. O assalto começou às 9h50, quando um grupo de 20 homens entrou no terminal interno de cargas e interceptou um contêiner que fazia o carregamento de dinheiro em um avião. A quadrilha acessou o terminal de cargas pelo portão E24, usando duas caminhonetes semelhantes a veículos utilizados pela Aeronáutica. Esses veículos tiveram os pneus dilacerados na entrada do portão, mas mesmo assim, seguiram até o pátio do terminal e fizeram o assalto. Os funcionários do setor de segurança da empresa e do aeroporto reagiram e houve intensa troca de tiros. O caminhão Durante a fuga de Viracopos, os bandidos roubaram um caminhão de lixo, na região do bairro Vida Nova, para fugir sem levantar suspeitas. Contudo, o grupo foi surpreendido por uma viatura da Guarda Municipal (GM). Cercados, os bandidos saíram pelo teto e começaram a atirar contra as viaturas da polícia. Os guardas conseguiram se proteger. Após a troca de tiros, os criminosos tomaram a viatura da GM e fugiram, até chegar à Rua Sócrates, no Residencial Campina Verde. A viatura roubada passou a ser acompanhada pelos policias do Baep. Os bandidos deixaram o veículo porque estavam baleados e dois deles entraram em uma casa que estava sem portão. Houve troca de tiros e os dois morreram. Já um terceiro sequestrador entrou na casa da vizinha da frente, onde estava uma mulher, de 37 anos, com a filha de apenas 10 meses de vida. Uma equipe do Gate precisou negociar com ele por quase três horas, enquanto as moradoras eram mantidas sob sua mira. Um sniper da polícia, que estava posicionado do outro lado da rua, foi quem efetuou o disparo letal, antes da equipe tática invadir a residência para salvar a vida das vítimas.

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