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Plástico é capaz de anular coronavírus

Filme adesivo para proteção de superfícies tem o potencial de deixar inativo o vírus por contato

Agência Fapesp
20/09/2020 às 14:58.
Atualizado em 28/03/2022 às 15:28
Filme plástico protege maçanetas, corrimãos, botões de elevadores e telas sensíveis: o material à base de polietileno demonstrou ser capaz de eliminar 99,84% de partículas dor
SARS-CoV-2 após dois minutos de contato (Divulgação)

Filme plástico protege maçanetas, corrimãos, botões de elevadores e telas sensíveis: o material à base de polietileno demonstrou ser capaz de eliminar 99,84% de partículas dor SARS-CoV-2 após dois minutos de contato (Divulgação)

Um filme plástico adesivo para proteção de superfícies, como maçanetas, corrimãos, botões de elevadores e telas sensíveis ao toque, é capaz de inativar o novo coronavírus por contato. Lançado pela indústria Promaflex, o material possui micropartículas de prata e sílica incorporadas em sua estrutura, desenvolvidas pela empresa paulista Nanox, apoiada pelo Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). Em testes feitos no laboratório de biossegurança de nível 3 (NB3) do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), o material à base de polietileno demonstrou ser capaz de eliminar 99,84% de partículas do SARS-CoV-2 após dois minutos de contato. “A norma técnica de medição da atividade antiviral em plásticos e outras superfícies não porosas, a ISO 21702, estabelece que o material tem que demonstrar essa ação em até quatro horas. O filme plástico com o aditivo mostrou ser capaz de atingir essa meta em um prazo muito menor e a ação virucida também aumentou com o tempo”, diz à Agência Fapesp Lucio Freitas Junior, pesquisador do ICB-USP. Ensaios Para testar a ação virucida do filme plástico adesivo contra o novo coronavírus, foram realizados ensaios seguindo a norma ISO 21702:2019. As amostras do material com e sem micropartículas de prata e sílica incorporadas na estrutura foram mantidas em contato direto com o SARS-CoV-2 em intervalos de tempo diferentes. Após os períodos estipulados, os coronavírus presentes nas amostras do material foram recolhidos e colocados em contato com células Vero — linhagem de células comumente utilizadas em culturas microbiológicas, sintetizadas a partir de células isoladas dos rins de uma espécie de macaco – para permitir avaliar a capacidade de infecção e multiplicação após a exposição ao filme plástico. Resultados Os resultados das análises por quantificação do material genético viral por PCR indicaram uma redução de quase 100% das cópias do SARS-CoV-2 que entraram em contato com amostras do filme adesivo com as micropartículas de prata e sílica incorporadas após dois minutos de exposição ao material. “Como as micropartículas de prata e sílica são adicionadas na massa do plástico durante a sua produção, a ação antimicrobiana permanece durante toda a vida til desse material”, assegura Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox. A fabricante do filme plástico com o aditivo recomenda, porém, o uso por até três meses para evitar o desgaste do material por contato excessivo e também para ampliar a segurança dos usuários.

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