PATRIMÔNIO

Plano prevê turismo no Mercadão de Campinas

Objetivo da Prefeitura é tornar o Centro de Compras uma referência, como acontece em São Paulo

Maria Teresa Costa
17/03/2013 às 11:03.
Atualizado em 26/04/2022 às 00:25
Patrimônio histórico completa 150 anos no dia 12 de abril deste ano (Érica Dezonne/AAN)

Patrimônio histórico completa 150 anos no dia 12 de abril deste ano (Érica Dezonne/AAN)

Tem naftalina, fumo de corda, canivetes de todos os tipos, peixe, frango, flores, frutas, farinhas, sapatos, ervas. Tem de tudo. E vem sendo assim há mais de um século no velho Mercado Municipal, que resiste aos avanços dos supermercados, à concorrência das feiras e até à invasão dos camelôs no Centro de Campinas.

O mais antigo ponto de venda de hortigranjeiros de Campinas está no foco do prefeito Jonas Donizette (PSB), que quer alavancar aquele comércio e torná-lo também um ponto turístico, como é o Mercado Municipal de São Paulo.

Ele encomendou à autarquia Serviços Técnicos Gerais (Setec) um projeto de ampliação e melhoria das instalações para encaminhar ao Ministério da Integração Regional e tentar obter recursos, dentro do programa Inclusão Produtiva, que aceita projetos de até R$ 10 milhões.

Esse programa, que está dentro do Brasil Sem Miséria, articula ações e projetos que favorecem a inserção no mercado de trabalho, seja por meio do emprego formal, do empreendedorismo ou de empreendimentos da economia solidária. Reúne iniciativas de oferta de qualificação socio-profissional e intermediação de mão de obra que visam à colocação dos beneficiários em postos de emprego com carteira de trabalho e previdência assinada, de apoio a microempreendedores e a cooperativas de economia solidária.

Jonas acredita que investimentos naquele espaço terão resultados no aumento de vendas pelos permissionários e também no turismo. O prefeito espera poder anunciar, no dia 12 de abril, o projeto de revitalização, data em que o Mercadão completa 105 anos de existência.

Inaugurado em 1908 pelo prefeito Orosimbo Maia, surgiu numa época em que a cidade tinha 35 mil habitantes e 5 mil edificações. O prédio de 7,3 mil metros quadrados, grande demais no início do século para as necessidades de abastecimento da cidade, teve uma parte cedida à Estrada de Ferro Funilense, que instalou uma estação lateral ao prédio, a Estação Carlos Botelho.

Era ali que chegavam as marias-fumaças, trazendo sacas de açúcar mascavo, fardos de arroz e feijão e frangos da região, principalmente de Cosmópolis, para abastecer Campinas. Essa estação foi transferida, em meados de 1925, para o bairro Bonfim.

Tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Turístico do Estado em 1983, esse edifício passou por muitas transformações nos seus 98 anos de existência.

Embora sua cor original seja a mesma que hoje reveste o prédio, o mercado já teve a cor azul-claro (na década de 70). O antigo leito do trem e o lugar onde as carroças paravam se transformaram em estacionamento de carros controlados pela Setec.

O tempo tratou de deteriorar a construção e seu entorno passou também por transformações. Em frente ao mercado, existia a Praça Correia de Mello, transformada para dar lugar ao terminal de ônibus.

Em 2006, algumas intervenções foram realizadas na região, como a instalação de cancela eletrônica, ampliação do número de vagas no estacionamento, sinalização horizontal e luminosos. Os boxes trocaram os toldos externos e o Mercadão recebeu projeto paisagístico.

Ali estão instalados 143 boxes, ocupados por 103 permissionários que vendem uma diversidade muito grande de produtos, desde religiosos a ervas, verduras e carnes.

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