ABASTECIMENTO

Plano prevê captação do Rio Jaguari

Proposta inclui criação de reservatório, já acertada pelo Estado, e investimento de R$ 500 milhões

Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br
03/10/2013 às 08:39.
Atualizado em 25/04/2022 às 01:18

Captação da Sanasa, atualmente, é feita no Rio Atibaia: curso de água pode ganhar "reforço" do Rio Jaguari ( Gustavo Tilio/Especial para a AAN)

Depois de quase 80 anos captando água do Rio Atibaia, Campinas quer ir até Pedreira beber no Rio Jaguari. A transposição do Jaguari para o Atibaia, a ser feita a partir do futuro reservatório Duas Pontes, é uma das propostas do projeto do Plano Diretor de Aproveitamento dos Recursos Hídricos da Macrometrópole — um conjunto de medidas para garantir o abastecimento das regiões metropolitanas paulistas. Essa transposição, por dutos, poderá levar a água para o Atibaia, aumentando a vazão do rio em 3,5m3/s ou direto para as estações de tratamento de água (ETA) da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa). A empresa quer as águas do Jaguari direto nas ETAs.Os comitês das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) estão avaliando a proposta. O custo da operação é estimado em R$ 500 milhões, mas a fonte de financiamento é incerta. O Consórcio PCJ vai encaminhar, ainda nesta semana aos comitês, duas propostas: uma que prevê, na renovação da outorga do Sistema Cantareira em 2014, o aumento da vazão para as bacias PCJ dos atuais 5m3/s para 18m3/s — 3m3/s a mais do que vinha anteriormente sendo apontado como necessário — e que o governo se comprometa a fazer a transposição do Jaguari. “Isso pode ser feito por uma parceria público-privada”, disse o diretor do consórcio, Francisco Lahoz.O governo do Estado garantiu a construção de dois reservatórios nas Bacias PCJ, um em Pedreira, no Rio Jaguari, e outro em Amparo, no Rio Camanducaia, um investimento estimado em R$ 500 milhões e que aumentará em 7m3/s a oferta de água nas Bacias PCJ. Os projetos executivos desses reservatórios estão em elaboração e são financiados pela Refinaria de Paulínia (Replan), como contrapartida à autorização para captar mais água do Jaguari. Os reservatórios devem estar em operação em 2018.A transposição do Jaguari não estava nos planos. “Se conseguirmos que a água do reservatório do Jaguari seja trazida para as estações de tratamento da Sanasa, vamos deixar de captar cerca de 3m3/s no Atibaia, e com isso aumentar oferta para os municípios da Região Metropolitana de Campinas”, disse o vice-presidente dos comitês PCJ e diretor-técnico da Sanasa, Marco Antônio dos Santos.A reversão de água de bacias não é uma novidade na área do PCJ. Em Jundiaí é revertido 1,2m3/s do Rio Atibaia para o Rio Jundiaí-Mirim; em Campinas, dos cerca de 3 m3/s captados no Atibaia, pelo menos metade é revertido por meio de esgotamento para as bacias dos rios Capivari e Piracicaba (Ribeirão do Quilombo). Em Paulínia, Hortolândia e Monte Mor há a reversão de 0,9m3/s do Rio Jaguari para os rios das Bacias PCJ no Ribeirão Quilombo, por meio do sistema integrado de abastecimento dessas cidades. SaídaO Plano da Macrometrópole, discutido ontem em Campinas pelos comitês PCJ, é um conjunto de ações para encontrar mais 60m3/s de água até 2035 para as regiões metropolitana de Campinas, São Paulo, Santos e Vale do Paraíba. Para as cidades das Bacias PCJ, onde está Campinas, a recomendação do plano é a implantação de três reservatórios (nos rios Camanducaia, Jaguari e Pirai), a negociação da renovação da outorga do Sistema Cantareira para obter os volumes necessários para o abastecimento das cidades das bacias e o controle efetivo da perda de água. “São recomendações que já estamos adotando há tempos e que constam do novo Plano de Bacias”, disse Francisco Lahoz.Para as cidades do Alto Tietê, onde está São Paulo, a recomendação, que está sendo alavancada pelo governo do Estado, é a construção de um reservatório em São Lourenço para aumentar a oferta em 4,7m3/s e que exigirá R$ 1,8 bilhão de investimentos. O estudo apontou que além desse reservatório, não há mais possibilidade de construção de novas barragens no Alto Tietê e que haverá necessidade de conscientização contra o desperdício e atuação firme no controle de perdas.

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