Teólogo e gestor público, ele também abordou os desafios enfrentados pela metrópole, como na área da assistência à saúde
Nascido em Minas Gerais, secretário de Governo veio para Campinas no final da década de 1980 (Rodrigo Zanotto)
Michel Abrão Ferreira, ex-secretário de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública e atual secretário de Governo de Campinas, afirmou que "a cidade de Campinas está distante de ter uma harmonia entre as várias denominações religiosas com praticantes na cidade."
Além de graduado em Gestão Pública pela Universidade Paulista (Unip), ele possui formação em Teologia pelo Instituto Bíblico de Campinas. Atualmente, é professor nas disciplinas de Cristologia e Geografia Bíblica da instituição de ensino.
E a questão da harmonia é algo que faz parte das responsabilidades de Ferreira na Prefeitura de Campinas, onde está como titular da pasta de Governo desde 2013. O secretário é sobrinho do ex-prefeito Jonas Donizette (PSB), que também lhe apresentou o meio político. "O problema em uma gestão surge quando as desavenças e as discordâncias aparecem e resultam em brigas. Minha tarefa nessas situações é alinhar com todos os envolvidos e propor soluções consensuais", disse.
Nascido em Minas Gerais em 1970, na cidade de Monte Belo, mudou-se para Campinas no final da década de 1980 e trabalhou por quase 9 anos na CPFL. Na política, foi assessor parlamentar na Câmara Municipal de Campinas e na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde atuou como chefe de gabinete de liderança do PSB. Além disso, é autor de 10 livros sobre cidadania e teologia. A obra mais recente é "O Projeto Perfeito". "O livro explora o plano de salvação de Deus para a humanidade. É uma reflexão que aborda vários assuntos, como o pecado, a redenção e o amor incondicional de Deus pela humanidade. E o plano perfeito de Deus para a humanidade retornar ao Paraíso se concretizou em Jesus. E por quais motivos? Para nos limpar do pecado, para que possamos ter condições de voltar ao Paraíso, depois de Adão e Eva terem sido expulsos".
Em entrevista exclusiva ao Correio Popular, Michel Abrão Ferreira também destacou a importância da articulação política executada pelo vice-prefeito e secretário de Relações Institucionais de Campinas, Wanderley de Almeida (PSB), a qualificação do primeiro escalão do prefeito Dário Saadi (Republicanos) e os desafios na gestão da cidade.
Confira a entrevista na íntegra a seguir.
Secretário, agradecemos pela presença conosco para esta entrevista. Podemos começar falando de sua origem. É nascido em Campinas?
Sempre fui um homem de bastidores. Então não estou acostumado com entrevistas (risos). Não sou campineiro. Nasci em Monte Belo, Minas Gerais, ao lado de Muzambinho. É uma cidade pequena, onde quase todo mundo se conhece. Acho que ela tem hoje algo em torno de 15 mil habitantes. É um município extremamente rural. E não existia um curso universitário perto de onde morávamos. Em Monte Belo só estudávamos até o nono ano. As famílias com melhores condições financeiras mandavam os filhos completarem os estudos em outras cidades. Em Alfenas, por exemplo. Outros vinham para Campinas. E o que acontecia? Essa geração que ia estudar fora não voltava mais (risos). Houve um forte movimento migratório, de Monte Belo e outros municípios pequenos de Minas Gerais, para outras partes do Brasil. E isso acabou acontecendo comigo também. Me mudei para Campinas em 1989, aos 19 anos de idade.
Imagino que tenha tido uma proximidade muito grande com a vida rural, considerando que morou no interior de Minas Gerais por muito tempo, não?
Sim. Não cheguei a fazer serviços muito pesados, pois meu pai não deixava. Mas desde cedo eu ajudava a encher saquinhos. E o que era isso? Sacos plásticos pequenos para colocar as sementes de café. Eles eram usados para que as mudas nascessem nesses saquinhos. Os fazendeiros da região contratavam a meninada para fazer essas tarefas menos pesadas. Lembro que eu colocava a terra vermelha dentro desses saquinhos, para ajudar na formação das mudas de café. Minha mãe me dava latas de tomate. Eu tirava o fundo delas para usá-las como moldes para essa tarefa. Também fazíamos outras coisas, como ajudar a plantar e colher milho. Com 12 anos de idade fui ajudar meu pai. Ele era motorista de ônibus e transportava pessoas durante a semana. E aos finais de semana eu lavava o veículo. Porém meu primeiro emprego mesmo, já mais velho, foi como entregador de gás. Era o negócio de um dono de uma loja de móveis e eletrodomésticos. Ele montou um depósito de gás e como não dependia disso para viver, acabava vendendo os botijões por preços muito baratos. E adivinhem quem levava todos aqueles pedidos que chegavam o tempo todo lá? Eu (risos). E fazia tudo isso de bicicleta. Fiquei lá por uns 5 anos, por aí. Quando eu ainda trabalhava no depósito de gás, vi que meu patrão tinha uma máquina de escrever muito bonita. Fiquei apaixonado por essa máquina. Pedi para comprar e fiz um acordo com ele, para que o valor dela fosse descontado de forma parcelada dos meus futuros salários. É curioso que, na época, nem pensava que iria virar escritor…
E o senhor chegou a escrever nela?
Imagina. No fim das contas, virou um item de coleção (risos). Ela está hoje no meu gabinete, no Paço Municipal. Passei a escrever muito tempo depois, já na era dos computadores. Porém, acredito que foi um sinal, de que Deus estava preparando o caminho para mim.
Secretário, retomando a história…e como foi a mudança para Campinas? Notou muita diferença ao vir para uma cidade maior?
Sem dúvidas. Uma irmã minha veio primeiro, para trabalhar no Banco do Brasil. Depois eu vim e meus pais ficaram em Minas Gerais. Alguns meses depois, meu pai vendeu o sítio e uma casa que tinha em Monte Belo e mudou para cá, com minha mãe e meus outros irmãos. Aí ele comprou uma casa, na Vila Campos Sales, onde mora até hoje. Na época eu vim para Campinas pensando em estudar. E já tínhamos parentes por aqui. O Jonas Donizette é um deles. Porém quando cheguei por aqui, tive um choque de realidade…
É mesmo? De que maneira?
Eu cheguei em Campinas aos 19 anos de idade. Era cru de tudo (risos). Era muito inocente. Fui criado em uma cidade minúscula. Eu tinha medo até de pegar ônibus aqui em Campinas. A primeira coisa que me impressionou foi as pessoas passarem por mim sem cumprimentarem, sem falarem bom dia. A segunda coisa foi que se eu quisesse comer chuchu, teria de comprar. Em Minas Gerais a gente só trocava. Eu pegava uma fruta do pomar do sítio do meu pai e trocava por um chuchu. A partir daí eu comecei a entender um pouco a realidade onde eu estava inserido. A terceira coisa que me impressionou foi a comida. Em Campinas muitas pessoas comiam carne todos os dias. Na minha cidade, era algo raro. Percebi isso, quando comecei a trabalhar na CPFL, meu pai até me alertou para eu continuar com a minha essência "e não entrar nessa de cidade grande" (risos). Meu pai sempre teve muita sabedoria, apesar de não ter estudado.
Qual seu parentesco exato com o ex-prefeito Jonas?
Ele é meu tio. Meu pai e o Jonas são irmãos por parte de pai. O pai deles, meu avô João Marcelino, teve 9 filhos com a primeira esposa, que faleceu quando o irmão mais velho do meu pai tinha 14 anos. Meu pai tinha 2 anos na época. No dia seguinte do enterro, minha avó faleceu. Depois disso meu avô casou novamente e teve mais 11 filhos. E o caçula de todos é o Jonas. É o mais novo de 20 filhos. Em 1969 aconteceu uma geada muito forte no sul do Estado. Meu avô perdeu toda a safra de café e aí decidiu vender tudo e vir para Campinas, trazendo os filhos do segundo casamento dele, incluindo o Jonas. É muita história.
Quanto tempo o senhor ficou na CPFL? E qual foi a sua trajetória a partir daí?
Trabalhei 8 anos na CPFL. Foram quase 9 anos, na verdade. Depois saí de lá para trabalhar na Câmara com o Jonas, que estava como vereador em Campinas. Permaneci lá de 1998 até 2003, quando ele foi eleito deputado estadual. Fui com ele para São Paulo, para trabalhar na Assembleia Legislativa. Fiquei lá até 2009. Cheguei a ser chefe de Gabinete da liderança do PSB na Assembleia. Depois saí e fiquei um tempo trabalhando por conta. Alguns anos depois, em 2012, o Jonas foi candidato a prefeito e venceu. Daí ele me colocou como secretário de Governo, onde estou desde então. São 12 anos de Prefeitura. Antes disso, cheguei a coordenar a campanha dele para deputado estadual, em 2006. Quando ele foi eleito para a Câmara dos Deputados, em 2010, não pude ir por causa da Lei do Nepotismo.
O senhor chegou a coordenar outras campanhas do ex-prefeito Jonas?
Sim. A de 2008 para a Prefeitura de Campinas (Hélio de Oliveira Santos foi reeleito naquele ano), quando ele perdeu. Coordenei também a campanha dele para deputado federal, em 2010, já planejando a campanha para a Prefeitura, em 2012. Eu passei praticamente dois anos trabalhando com foco nesse planejamento. Em 2013 fui nomeado secretário de Governo, pois o cargo é de primeiro escalão. Logo a Lei de Nepotismo não é aplicada.
Posso estar enganado, mas o senhor hoje é o mais longevo dos secretários municipais. Correto?
Acredito que sou um dos únicos que ficou desde o primeiro mandato do Jonas. Se não me engano o Paulella (Ernesto Paulella, secretário de Serviços Públicos) também é outro exemplo. O Wandão (Wanderley de Almeida, vice-prefeito e secretário de Relações Institucionais) chegou a se afastar para ser candidato a vice do Dário, então ele não ficou como secretário em todos os momentos.
Secretário, o senhor falou do choque de sair da sua cidade natal e chegar em Campinas. Esse seu primeiro contato com a política também foi um choque? Como é que foi essa adaptação?
Foi um choque, sim. Em Minas existia uma rivalidade muito forte. Se você estava de um lado, não estava no outro. E vice-versa. E essa questão de articulação política, de conversar com todos os envolvidos, é algo que foi novo para mim. Meu maior ídolo nessa área é o Wandão. Ele é uma referência nesse sentido. Minha amizade com ele nasceu dessa admiração que tenho desde o início. Mas retomando, eu comecei na política com o Jonas. Eu e ele temos uma diferença de idade de 5 anos. Quando crianças, brigávamos bastante. Mas depois que mudei para Campinas, nos aproximamos. Eu estava desempregado e ele estava no início da carreira, no rádio. Eu o acompanhei em Limeira, onde ele começou na área. Passei a andar com ele para todos os lugares, com o Jonas me apresentando a cidade. E quando ele foi para a Câmara de Vereadores, me chamou para ir com ele.
O senhor já está há um bom tempo à frente da Secretaria Municipal de Governo. Como é discutir diariamente a cidade de Campinas?
Eu penso que Campinas é uma cidade muito desenvolvida. Muito rica, mas com muitos desafios pela frente. Não dá para atacar todas as frentes que são necessárias ao mesmo tempo. E isso vale para todas as grandes cidades. Gosto de fazer uma analogia, comparando Campinas a uma grande família. Em uma família geralmente existem filhos, filhas e uma esposa. E cada um com os seus interesses. E apesar disso, se todos convergem em termos de ideias, todos vão ser beneficiados. Por exemplo, se um filho meu precisa de um sapato, de uma camisa, e eu tenho o meu salário, preciso administrar essa situação. Mas também existem os estudos de todos os filhos, as contas de consumo de casa. E aí eu preciso começar a priorizar o que é fundamental. E fazer a gestão de uma grande cidade, como Campinas, passa por questões como essas. Só que em outras proporções. É um grande desafio, sem dúvida. Hoje as questões sociais afetam demais a nossa cidade. E estamos debatendo tudo isso diariamente. Nós temos na Prefeitura especialistas em cada área, em cada secretaria, que entendem desse assunto e de tantos outros.
E quais são as questões fundamentais da cidade hoje em dia?
Campinas é o centro de uma região metropolitana. Recursos das cidades vizinhas acabam vindo para o nosso município. Quando alguém de Vinhedo vem para ir a um cinema daqui, por exemplo, isso gera renda. Porém alguns problemas também acabam migrando dessas cidades para cá. Um deles é a questão da saúde. Quase 30% dos atendimentos da nossa rede de saúde são de pessoas de outros municípios da RMC. E atuamos no modelo de porta aberta. Não podemos recusar pacientes. Mas isso gera uma dificuldade financeira enorme para Campinas.
Secretário, uma das atribuições da sua pasta é fazer a coordenação entre os órgãos da Administração Municipal. São muitas secretarias, empresas de economia mista, autarquias. Como coordenar tantas pessoas e instituições ao mesmo tempo?
O que eu procuro fazer? Eu procuro manter uma harmonia com todos. Mas tenho sorte de termos pessoas competentes à frente dos órgãos da Administração Direta e da Administração Indireta. Isso facilita muito. O problema em uma gestão surge quando as desavenças e as discordâncias aparecem e resultam em brigas. Minha tarefa nessas situações é alinhar com todos os envolvidos e propor soluções consensuais, mantendo o foco no Plano de Governo do prefeito Dário Saadi. Tenho também a Defesa Civil na minha pasta, que é algo que demanda bastante do meu tempo. Pois considerando o atual contexto climático, ela está sendo cada vez mais exigida. O serviço de 156 também está conosco, na Secretaria de Governo, entre outras atribuições que temos lá. Mas basicamente eu sempre tento resolver os problemas, mas não na hora em que chegam ao meu gabinete. Meu pai me dizia que se o problema é muito grave, preciso dormir e resolver no dia seguinte, com a cabeça mais fria. E resolver as coisas de forma mais adequada, sem ser imediatista.
O senhor também atua na articulação política da Prefeitura?
Não. Isso é com o Wandão e com a secretaria dele. Eu fico com a parte administrativa da Prefeitura, em uma divisão de funções com o Aderval (Aderval Fernandes Junior, chefe de Gabinete do prefeito Dário Saadi). Mesmo que eu não concorde com alguma decisão política, nunca interfiro. Posso até aconselhar, caso me ofereçam espaço para isso, mas a decisão não passa pela minha pasta.
Considerando os resultados da última eleição municipal e da base consolidada na Câmara, podemos afirmar que a articulação política da Prefeitura está sendo bem conduzida?
Tivemos pouquíssimos problemas nesses últimos 12 anos. O Wandão conseguiu segurar muito bem aqueles que apareceram.
Secretário, o senhor comentou que "Deus estava preparando o caminho para mim". Como foi esse encontro com a fé? Sua família é religiosa?
Somos uma família religiosa, mas de denominações diferentes. Meu pai é fiel católico até hoje, devoto do padre Donizetti. Ele foi um beato católico que faleceu em Tambaú, no começo dos anos 1960. Meu pai também frequentava a cidade de Aparecida, sendo devoto de Nossa Senhora. Fui criado nessa fé, sempre indo às missas aos domingos. Mas aos 40 anos tive uma mudança na minha vida. Minha esposa começou a freqüentar uma igreja protestante, primeiro na Nazareno, depois em outras, mais da linha neopentecostal. No começo eu fui contra. Mas eu deixei, pois ela tem liberdade para escolher a fé dela, assim como eu tenho a minha. Em 2010 eu tive problemas com o meu casamento. Eu tinha acabado de sair da Assembléia Legislativa e estava passando por um momento muito complicado, no aspecto profissional. Eu e minha esposa quase nos separamos. Um dia, quando ela já tinha pedido o fim do casamento, liguei para o pastor dela e pedi por uma oração. Ele me disse que algo muito bom aconteceria comigo. Pouco tempo depois de a ligação terminar, minha esposa me ligou para retomarmos o casamento. Senti ali que eu deveria mudar a minha trajetória. Foi o meu momento de conversão. Encontrei ali o meu caminho.
E qual denominação religiosa o senhor segue atualmente?
Nesse meio tempo estudei, fiz teologia e hoje atuo na área como professor. Mas não sou ligado formalmente a nenhuma igreja. O que faço é reunir amigos na minha casa e juntos refletirmos sobre a palavra de Deus, contida na bíblia. Aliás, há uma falta de entendimento das pessoas, de uma forma geral, sobre o conteúdo que está nesse livro. Eu sei como é, pois eu também tive essa dificuldade. Ninguém me explicava o conteúdo. A partir do momento que começamos a entender os contextos, podemos entender a bíblia. Uma vez eu li um trecho do Antigo Testamento, de madrugada. Orei e de manhã acordei com um pensamento na cabeça, de que a espada que Jesus falava no trecho que li da bíblia, na verdade se referia à palavra de Deus. A partir daí surgiu a ideia de um dos meus primeiros livros. Minha trajetória como escritor começou nessa mesma época.
E já são quantos livros desde então?
Já são 10. Um ano por ano, praticamente. O meu mais recente é "O Plano Perfeito". A história dele é a seguinte. O livro explora o plano de salvação de Deus para a humanidade. É uma reflexão que aborda vários assuntos, como o pecado, a redenção e o amor incondicional de Deus pela humanidade. E o plano perfeito de Deus para a humanidade retornar ao Paraíso se concretizou em Jesus. E por quais motivos? Para nos limpar do pecado, para que possamos ter condições de voltar ao Paraíso, depois de Adão e Eva terem sido expulsos.
O tema da corrupção está em uma de suas obras, certo?
Sim, tenho um chamado "O cidadão sou eu: a corrupção nossa de cada dia". Comecei a me incomodar com coisas que via no meu dia a dia. Como alguém que não é deficiente físico e usa uma vaga de estacionamento reservada para essa parcela da população. E depois essa pessoa se manifesta politicamente, protestando contra a corrupção. Oras, e ela não tinha sido corrupta antes? É uma pessoa que critica a corrupção, mas é corrupta no dia a dia. Então comecei a pensar que o problema não estava no sistema político, mas na sociedade em si. Aí escrevi o livro. No final dele, o leitor entende que o cidadão corrupto pode ser ele mesmo.
E como funciona o seu processo criativo, secretário?
Gosto de escrever bem cedo. Procuro reservar parte das minhas manhãs para estudar e depois escrever. Meu processo de criação funciona dessa maneira.
O senhor é estudioso de religiões, devido ao seu conhecimento em teologia. Como avalia a inter-religiosidade em Campinas? Há diálogo entre as religiões, aqui na cidade?
Infelizmente, não. Campinas, especificamente, está muito distante ainda de viver essa harmonia entre as crenças, entre as religiões. Existem outras cidades, como Goiânia-GO, onde várias igrejas e várias denominações se unem para evangelizar pela cidade, para pregar o evangelho. Mas aqui existem muitas divisões entre as igrejas. Existe uma disputa que não é saudável. Vejo que estamos muito distantes de atingir um grau de convergência.
O senhor é a favor da laicidade do Estado? O princípio é importante para que haja espaço para todos?
Eu acho prudente que o Estado continue laico, mas a igreja precisa ter posicionamento. Eu acho que as pessoas confundem muito a política com a igreja. Porque o papel da igreja não é politizar. O papel da igreja não é criar um sistema político em favor da igreja. O que eu penso é o seguinte. Nós precisamos defender a nossa fé dentro da igreja e tentar testemunhar em favor de Cristo. Agora, o que acontece hoje? As igrejas começaram a entrar em batalhas que acabam afastando as pessoas.
Para finalizar, quais são seus hobbies?
Escrever para mim já é uma atividade que me deixa relaxado. Mas gosto também de praticar Muay Thai. Pego um professor para me auxiliar, pego um saco de areia e aproveito para descarregar minha energia nele. Faço isso duas vezes por semana.
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