ARBORIZAÇÃO EM CAMPINAS

Plano de manejo prevê plantio de mais de 200 mil mudas em 2024

Prefeitura divulgou novidade na quarta-feira ao lado de outras medidas anunciadas; equipes de poda serão quadruplicadas

Isadora Stentzler/ [email protected]
30/11/2023 às 09:21.
Atualizado em 30/11/2023 às 09:21
Prefeitura e CPFL Paulista assinarão um convênio para que a empresa possa remover, com autorização da Administração, árvores condenadas e abaixo da fiação elétrica (Kamá Ribeiro)

Prefeitura e CPFL Paulista assinarão um convênio para que a empresa possa remover, com autorização da Administração, árvores condenadas e abaixo da fiação elétrica (Kamá Ribeiro)

A Prefeitura Municipal de Campinas lançou na tarde de quarta-feira (29) um plano de manejo de árvores que prevê o plantio de mais de 200 mil mudas para o próximo ano. A medida acompanha uma série de outras ações que compõem o pacote de corte de árvores de 2024. Entre elas está um convênio com a CPFL Paulista, quadruplicar as equipes de poda, oferta de tomografia fitossanitária e a implantação de uma equipe de arvoristas.

O objetivo é ampliar os atendimentos até meados de 2024 e reduzir significativamente a demanda represada de 4 mil pedidos de poda. Além disso, visa minimizar os estragos causados pelas mudanças climáticas que tem feito o município sofrer ao longo deste ano.

“Tivemos situações dramáticas na cidade e isso acendeu uma luz amarela”, disse o secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Paulella.

Entre o fim do ano passado e início deste ano, quedas de árvores deixaram duas vítimas fatais em Campinas. A primeira foi um homem de 36 anos, que faleceu após seu carro ser atingido por uma árvore próximo ao Bosque dos Jequitibás, e a outra, em janeiro, uma criança de 7 anos, morta após ser atingida pela queda de um eucalipto na Lagoa do Taquaral.

Além desses casos, o município registra uma média de mil solicitações de poda de árvore por mês, quantidade que aumenta 50% quando há incidência de temporais. Diante desse quadro, o plano pretende dar uma resposta de segurança para a população.

De acordo com Paulella, o critério para remoção de árvores na cidade é baseado em laudos técnicos elaborados por profissionais capacitados, entre eles biólogos, engenheiros agrônomos e engenheiros florestais, e amparado pela Lei Municipal 11.571/2003. Desde o início de 2021 até outubro deste ano foram removidas 9.193 árvores. Na contrapartida, e como compensação ambiental, foram plantadas 316,3 mil. Com o novo plano, o número de árvores que serão plantadas para compensação é estimado em 231,6 mil.

Parte desse volume deve vir da CPFL Paulista, com quem a Prefeitura assinará até o fim de 2023 um convênio autorizando a distribuidora de energia a remover árvores que estejam condenadas e abaixo de fiação elétrica. A Prefeitura já identificou 350 árvores que estão nestas condições, por meio de laudo técnico, e as retiradas estão previstas para ocorrer no prazo de seis meses.

Para cada árvore removida, o acordo estabelece que a CPFL fará a doação de 25 novas plantas nativas ao município. A Prefeitura providenciará o plantio e compensação, o que garante 8.750 espécies ao longo da realização do trabalho.

O prefeito Dário Saadi (Republicanos) lembrou que a queda de árvores é um dos principais fatores para a interrupção no abastecimento de energia, colocando em risco hospitais e outros serviços essenciais, sobretudo diante das fortes chuvas. Ele frisou que a parceria dará agilidade a esse tipo de atendimento, o que vai conferir mais segurança à população.

Outra medida anunciada foi o aumento das equipes de manejo, cuja quantidade será quadruplicada no próximo ano. Atualmente são 70 funcionários divididos em 7 grupos. Com as futuras contratações, o número subirá para 274 em 29 equipes.

A Secretaria de Serviços Públicos contará com 80 novos funcionários para realizar poda de árvores. Na prática, isso significa que o número de equipes passa de 7 para 15, cada uma delas com 10 trabalhadores que usam caminhão, motosserra e outros equipamentos.

Atualmente, a Pasta tem capacidade de realizar uma média de 500 podas por mês (quando não há períodos de temporais que costumam provocar danos). Com o reforço nas equipes, a estimativa é de ampliar esse serviço para 1,1 mil podas mensais.

Em paralelo ao reforço em Serviços Públicos, a Prefeitura passará a ter uma “equipe de escalada” própria, com oito arvoristas. A medida já foi usada pontualmente para permitir reaberturas da Lagoa do Taquaral e do Bosque dos Jequitibás.

Outra ação incluída no arcabouço de medidas é a expansão do uso da análise fitossanitária, que funciona como uma espécie de tomografia para auxiliar na identificação de problemas invisíveis às análises visual e laboratorial.

A expectativa é realizar 30 exames por mês e contar com uma equipe de seis técnicos para avaliações. Campinas chegou a contratar esse recurso antes da reabertura da Lagoa do Taquaral e do Bosque dos Jequitibás e para verificar a situação do Jequitibá-rosa em frente ao Paço Municipal, após ele ser atingido por raio.

A previsão é de que a empresa vencedora da licitação para garantir reforço da equipe e uso da tomografia seja conhecida em dezembro e as atividades na cidade comecem logo após assinatura do acordo, no início do próximo ano.

Também será criada uma equipe específica para atuar na área de educação. A licitação deve ser aberta em dezembro e contratará 116 funcionários para atuarem na poda e manutenção de árvores, manutenção de canteiros e plantio e retirada de árvores.

O secretário de Educação de Campinas, José Tadeu Jorge, citou que muitas escolas municipais contam com ampla arborização, o que pode apresentar riscos ao longo do tempo e diante dos atuais efeitos climáticos. A poda na hora certa, avaliou, trará segurança, além de poder ser usada para a educação ambiental das crianças.

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