PATRIMÔNIO

Plano aproveita ruínas de casarão do Parque Jambeiro

A fazenda teve 20% tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultura de Campinas (Condepacc), em 1993

Gustavo Abdel
06/08/2015 às 07:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 18:13
Na capital fluminense, desde 1996 a antiga construção abriga centro de exposições e atividades educativas ( César Rodrigues/ AAN)

Na capital fluminense, desde 1996 a antiga construção abriga centro de exposições e atividades educativas ( César Rodrigues/ AAN)

O casarão histórico do Parque Jambeiro, símbolo de abandono durante anos, está com o projeto arquitetônico em fase de fechamento. Segundo a Coordenadoria Setorial do Patrimônio Cultural (CSPC), da Secretaria de Cultura de Campinas, o projeto que ganhou o nome de “Revitalização das Ruínas do Casarão” prevê intervenções nas estruturas abandonadas como iluminação projetada e cobertura de vidro, nos mesmos moldes do casarão que integra o Parque das Ruínas, no morro Santa Tereza, no Rio de Janeiro. Na capital fluminense, desde 1996 a antiga construção abriga centro de exposições e atividades educativas. Além da fase de fechamento do projeto, a coordenadora do setor de patrimônio Daisy Ribeiro informou que o trabalho integrado entre as secretarias municipais de Cultura, Desenvolvimento Econômico e Turismo e do Verde também avalia a apropriação de áreas próximas da fazenda (de 72 mil metros quadrados) para incorporar a um parque, com estrutura de visitação. “São três áreas relativamente grandes, sendo uma do Estado, de APPs (proteção permanente) e militar. Ou seja, temos um grande parque”, explicou a coordenadora. A fazenda teve 20% tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultura de Campinas (Condepacc), em 1993. Ainda não há um prazo, no entanto, para que o projeto definitivo seja colocado em prática. Segundo Daisy, havia uma senzala na área externa e há restos de muro de taipa no local, que foi construído em 1887. A ideia é transformar esses espaços em sítios arqueológicos e fazer escavações. “Vamos fazer um levantamento dessas áreas, do piso da senzala e do contorno da casa e interior. Vamos fazer um trabalho arqueológico no local”, explica a coordenadora. Uma lagoa também faz parte desse conjunto e, de acordo com Daisy, já houve uma intervenção da Secretaria do Verde com o replantio de árvores. “Estou em contato com professores das áreas de arqueologia e arquitetura da Unicamp que realizam o trabalho de pesquisas em fazendas para discutirmos como trabalharemos o projeto de restauro e a preservação das ruínas. Vamos começar esse processo nesse semestre ainda”, explicou a coordenadora. Os diversos salões do casarão poderão servir, segundo o projeto, para abrigar exposições, salas de leitura, entre outras ocupações.ResgateEm paralelo às ações da Prefeitura, um grupo intitulado “Amigos do Casarão do Jambeiro” tem feito um trabalho de fôlego no levantamento das histórias que cercam a antiga fazenda. Com mais de 1 mil integrantes nas redes sociais, nos últimos quatro meses, segundo a coordenadora Daisy, o grupo tem procurado a coordenadoria em busca de dados e documentos. “Eles estão nos auxiliando nesse trabalho de ocupação do espaço e resgate da história junto à vizinhança das ruínas e em escolas. Tudo aconteceu muito rápido, e ganhamos uma ajuda desses voluntários que estão contribuindo para que eventos aconteçam com frequência naquele espaço”, detalhou. No último domingo, por exemplo, o grupo fez uma reunião no gramado em frente ao casarão abandonado, com música, massagem e piquenique. O espaço tem sido mantido limpo por funcionários do Departamento Municipal de Parques e Jardins, que realizam a roçada do gramado, a limpeza interna do casarão e a poda das figueiras que compõem um bosque com 32 árvores. Ainda assim, há relatos de que no local, à noite, a presença de gente consumindo droga é constante.

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