EMDEC

Placas divergentes confundem trânsito

Num trecho da avenida Mackenzie possui ao menos seis placas informando três velocidades

Henrique Hein
07/04/2018 às 15:48.
Atualizado em 23/04/2022 às 10:06
Um trecho da avenida Mackenzie, por exemplo, possui ao menos seis placas informando três velocidades diferentesr






Foto; Dominique Torquato aan  (Dominique Torquato/AAN)

Um trecho da avenida Mackenzie, por exemplo, possui ao menos seis placas informando três velocidades diferentesr Foto; Dominique Torquato aan (Dominique Torquato/AAN)

Nenhuma placa, diversas sinalizações com indicações diferentes de limites de velocidade, vários radares e muita confusão. Essas e outras situações vem se repetindo em, pelo menos, quatro avenidas importantes da cidade de Campinas e, no fim, quem pode sair prejudicado nessa história é a população. Um trecho da avenida Mackenzie (do lado da empresa Tok&Stok), por exemplo, possui ao menos seis placas informando três velocidades diferentes (40km/h; 50km/h e 60km/h) em uma distância inferior a 150 metros entre elas — pouco antes disso, há dois radares fixos posicionados. Para o operador de empilhadeiras, Marcos Roberto de Oliveira, de 43 anos, as sinalizações confundem os motoristas que passam pelo local. “É ruim, porque elas ficam muito perto uma das outras e, querendo ou não, isso atrapalha quem dirige. É complicado você andar em um local que diz que a velocidade é uma e que metros depois, do nada, é outra. Se a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) adiantar os radares ou colocar fiscalizadores móveis onde estão essas placas, vai dar uma confusão gigantesca”, afirmou. A reportagem ainda encontrou pontos “confusos” nas avenidas Doutor Sales de Oliveira, Luíz Smânio e José Bonifácio. Na primeira via, há dois radares em frente a faculdade Metrocamp, sem nenhum tipo de sinalização de velocidade. Os motoristas afirmam que por segurança passam pelo local abaixo de 40km/h para não correr risco de serem multados. “Como eu não sei qual é a velocidade, eu prefiro não me arriscar. Vou a menos 40km/h para evitar as multas”, conta um dos motoristas que pediu para não se identificar. Na José Bonifácio, sentido quem desce para o Taquaral, um trecho de 35 metros muda de velocidade duas vezes: de 60km/h para 30km/h, num primeiro momento; e de 30km/h para 60km/h, posteriormente. A estudante Júlia Faria, de 24 anos, afirma que a mudança repentina só não a atrapalha, porque ela sabe que a velocidade da via é de 60km/h do início ao fim. “Eu fico imaginando quem não é de Campinas e vem pela primeira vez na casa de uma amiga ou de um conhecido e se depara com essa sequência de placas. Eu acho que a pessoa pode ficar em dúvida e até causar um acidente. A gente nunca sabe o que pode acontecer”, comenta a jovem. Já na Luíz Smânio, sentido quem trafega para o Tapetão, próximo a Escola de Cadetes, há um radar que recentemente foi realocado para a via. Segundo o autônomo Luiz Roberto de Barros, de 45 anos, a instalação do objeto é confusa. “Assim que eu saio do Castelo e faço o balão na Praça de Guerra, eu sou obrigado a entrar nessa avenida para pegar o Tapetão. Tem um radar novo ali que eu não sei se é de 60km/h ou de 50km/h, porque do outro lado da avenida a velocidade máxima é de 60km/h, mas se eu andar reto por mais alguns metros vou passar por outro radar, que é de 50km/h. Eu não sei qual é a velocidade certa”, comentou. Emdec diz que critério técnico explica limites Em nota enviada ao Correio, a Emdec se defendeu e disse que a definição da velocidade máxima de uma via é baseada em critérios técnicos, seguindo as normativas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que diz que as características físicas da via são determinantes na definição da velocidade. “Há vários casos em que a mesma via apresenta características diferentes em seu traçado, seja por conta do adensamento, das características estruturais, ou presença de curvas acentuadas. A velocidade em cada trecho leva em conta todas essas características” , informou o documento. No entanto, segundo o próprio CBT, a reclamação dos motoristas faz sentindo, já que o documento frisa que, “a sinalização vertical tem a finalidade de fornecer informações que permitam aos usuários das vias adotar comportamentos adequados, de modo a aumentar a segurança, ordenar os fluxos de tráfego e orientar os usuários da via” . Em outras palavras, isso significa que os condutores têm o direito a informação clara da velocidade real das ruas e avenidas em que circulam. De acordo com a Emdec, a Mackenzie possui trechos com curvas acentuadas, mais adensados e menos adensados; e que justificariam a variação da velocidade. Com relação à Doutor Sales Oliveira, a empresa disse que os equipamentos ainda estão em fase de implantação e que o limite viário é de 50km/h, mas que dependendo do trecho e da circulação de pedestres, pode cair para 40km/h. A Emdec disse também que a velocidade máxima permitida na Luís Smânio é de 60km/h. “Os equipamentos de fiscalização eletrônica (velocidade, avanço de sinal vermelho e parada sobre a faixa de pedestre) são implantados nas vias mediante estudos técnicos, como forma de assegurar o respeito às Leis de Trânsito e para a preservação da vida. Todas as vias em que há fiscalização eletrônica são sinalizadas. Há a indicação da velocidade máxima permitida em cada uma; e a indicação da presença do equipamento de fiscalização”, diz a nota.

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