SAÚDE

Placa solar alimenta UTI residencial

Tecnologia desenvolvida pela CPFL ainda contribui para reduzir gastos familiares com conta de energia

Inaê Miranda
06/10/2017 às 22:20.
Atualizado em 22/04/2022 às 18:06
Miguel Ângelo Falcari com o equipamento que ajuda a controlar a saúde da sogra dele, que tem 81 anosr
 (Leandro Torres/AAN)

Miguel Ângelo Falcari com o equipamento que ajuda a controlar a saúde da sogra dele, que tem 81 anosr (Leandro Torres/AAN)

Ex-gerente de uma empresa de móveis de aço em Campinas, Maria Inês Sanches, de 57 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória em janeiro de 2016. Foram dois meses internada até conseguir voltar para casa com o suporte de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) domiciliar. O diagnóstico da doença crônica e a dependência de oxigênio 20 horas por dia transformaram a rotina de Maria Inês, que precisou se aposentar para seguir com o tratamento. Com a necessidade de manter os aparelhos ligados durante o dia e a noite, ela também viu a conta de luz saltar de uma média de R$ 200,00 para R$ 500,00, que somados aos custos com remédios e outros gastos desequilibraram o orçamento. Um projeto de geração solar para clientes residenciais com UTI domiciliar implantado pela CPFL Paulista na Região Metropolitana de Campinas ajudou 50 famílias nas mesmas condições a reduzirem o valor da conta. O projeto viabilizou a instalação de cinco módulos de placas solares em cada residência, somando 250 painéis. No total, os painéis de geração solar, distribuídos, possuem uma capacidade instalada de 1,27kWp por residência. A expectativa é que a totalidade dos painéis produza 7,5 mil KWh/mês de energia elétrica para atender as necessidades das 50 famílias, proporcionando então uma produção aproximada de 150kWh/mês para cada um dos clientes beneficiados. A concessionária investiu R$ 547 mil no projeto, financiado com recursos do Programa de Eficiência Energética da Aneel. Ao todo, são atendidos 25 clientes da cidade de Campinas, sete de Sumaré, cinco de Americana, cinco de Hortolândia, quatro de Piracicaba, dois de Paulínia, um de Nova Odessa e um de Monte Mor. Ela usa a UTI domiciliar há 1 ano e dez meses. Nesse período conseguiu um desconto e há dois meses conta com as placas solares em casa. Ela diz que sem a redução do custo da conta de luz, a saída seria voltar a fazer o tratamento no hospital. “Quando comecei a usar a UTI e casa, minha conta passou a vir na faixa de R$ 500,00. É muito cara porque os aparelhos consomem muita energia. Se fosse pra eu pagar, eu já estaria morando em algum hospital”. Ela conta que além da conta de luz tem gastos com medicamentos, manutenção de equipamentos. “Com uma aposentadoria de salário mínimo, pagar conta de R$ 500,00 não dá” , afirma. As placas solares também foram instaladas na casa do químico Miguel Ângelo Falcari, de 57 anos no mês de junho. Lá, quem utiliza a UTI domiciliar, é a sogra dele, de 81 anos. A conta, que vinha de R$ 400,00, após a instalação de oito placas solares, caiu para R$ 20,00 em julho e agosto. “Falaram pra gente que com a quantidade de placas o consumo de energia seria praticamente zero. A quantidade de energia produzida seria suficiente para a casa inteira. Foi ótimo. A instalação foi gratuita, rápida, tudo certinho. Só este mês que deu problema, voltou a subir, mas eles estão analisando”, comentou. O aposentado Mário Bughi, de 57 anos, também recebeu os aparelhos. “Os painéis ajudaram bastante”. A mãe dele, de 81 anos, tem problema pulmonar e depende de oxigênio. Marcelo da Silva Gongra Oliveira, coordenador de eficiência energética da CPFL Paulista, explica que esses clientes possuem em suas residências equipamentos elétricos para sobrevivência ou respiração artificial com necessidade de utilização ininterrupta. Devido ao tempo de utilização, esses equipamentos demandam um consumo elevado de energia elétrica, impactando no custo mensal desses clientes. O projeto é voltado especialmente para clientes com baixo poder aquisitivo. As 50 famílias foram selecionadas a partir de um cadastro da CPFL Paulista que indica para a concessionária as regiões prioritárias da cidade, onde o fornecimento ou reestabelecimento de energia deve ser priorizado por razões médicas. Critérios Além disso, foram verificados outros critérios, dentre eles socioeconômico, estrutura do telhado da casa, da rede elétrica da residência. Além da instalação das placas solares, possibilitando a própria geração de energia, o projeto também promoveu a substituição de sete lâmpadas ineficientes por modelos de LED. Aliando essas duas ações, a expectativa é de que o consumo de energia dos clientes tenha redução de até 40% por mês, com impacto no valor da conta de luz. A produção da energia solar, limpa, renovável e sustentável, também tem impacto positivo para o meio ambiente. A expectativa é de que o projeto evite a emissão de 138,94 toneladas de gás carbônico (CO2), um dos principais causadores do efeito estufa. Esse volume equivale ao plantio de 834 novas árvores. Após a conclusão do projeto, no final deste ano, os aparelhos passam a ser das 50 famílias. “Encerramos projeto junto à Aneel, avaliamos os resultados de redução de energia elétrica, mas os equipamentos todos são doados para essas famílias. Não retiramos equipamentos” , explica Gongra. A concessionária também vai estudar a retomada do projeto nos próximos anos. “É um projeto importante para a gente porque de fato conseguimos fazer a diferença na vida dessas famílias que passam por uma situação delicada, tanto do ponto de vista da saúde, como do consumo energético. Estamos avaliando com carinho pra dar continuidade nesse tipo de iniciativa aqui na região de Campinas”, acrescentou.

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