Com a impossibilidade de votação, informou o reitor Marcelo Knobel, a folha a ser paga no quinto dia útil de junho, referente aos salários de maio, virá sem o reajuste
Funcionários da universidade estão em greve e reivindicam 12,6% de reajuste nos salários (RAC )
Piquete realizado por funcionários, estudantes e professores nesta manhã cancelou a reunião do Conselho Universitário (Consu) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que votaria, entre outros itens, o reajuste de 1,5% nos salários, a primeira revisão orçamentária de 2018 e a criação do curso de engenharia de transporte. Com a impossibilidade de votação, informou o reitor Marcelo Knobel, a folha a ser paga no quinto dia útil de junho, referente aos salários de maio, virá sem o reajuste. Knobel afirmou que tentou negociar a liberação da entrada dos conselheiros e chamou uma comissão de estudantes, professores e funcionários para dialogar, mas os manifestantes não cederam. “Isso atrapalha as negociações. Foi uma atitude truculenta, antidemocrática em um local que deveria ser de diálogo e de debate democrático”, disse. As negociações com o Conselho de Reitores (Cruesp) acabam sendo prejudicadas por esse tipo de atitude, disse o reitor. “Prejudica também a questão institucional da universidade. O salário não era o único item, havia uma pauta extensa, importante, que acabou não sendo votada, como a revisão orçamentária e a criação do curso de engenharia de transportes e outros assuntos acadêmicos importantes que não puderam ser discutido”, disse. Funcionários da universidade estão em greve e reivindicam 12,6% de reajuste nos salários, com a justificativa de que o índice é necessário para corrigir uma defasagem estimada desde maio de 2015. Os professores fazem paralisação hoje e amanhã. As atividades acadêmicas estão suspensas, por causa da greve dos caminhoneiros. O coordenador do sindicato dos trabalhadores, João Raimundo Mendonça de Souza, disse que funcionários e estudantes encaminharam, na segunda-feira, proposta para que o reitor suspendesse a reunião do Consu de terça-feira, mas o reitor não respondeu. Segundo o coordenador, o Consu só deveria discutir o reajuste, depois de finalizada a negociação do Fórum das Seis com o Conselho de Reitores, como é prática que prevaleceu nas universidades e que fez parte da construção do processo de autonomia conquistada em 1989. O Cruesp vai se reunir nesta quarta-feira.