CAMPINAS

Piora a qualidade do ar na Região Metropolitana em 2012

O alto grau de industrialização, de serviços e de desenvolvimento agrícola são os motivos

Felipe Tonon
25/04/2013 às 06:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 18:53
Poluição no trânsito é um dos fatores que contribuem na piora da qualidade do ar (Cedoc/RAC)

Poluição no trânsito é um dos fatores que contribuem na piora da qualidade do ar (Cedoc/RAC)

A qualidade do ar na Região Metropolitana de Campinas (RMC) piorou em 2012 segundo relatório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Apesar da estabilidade dos níveis de alguns poluentes, o ozônio (O3) continua sendo o vilão da poluição e um dos maiores desafios para a companhia. Os principais motivos da poluição na RMC são o alto grau de industrialização, de serviços e desenvolvimento agrícola. Além de Campinas, que possui frota de mais de 700 mil veículos, Paulínia é uma das que mais polui, por causa do parque industrial petroquímico. A queima de palha de cana-de-açúcar também é fonte significativa de poluentes lançados na atmosfera. As condições climáticas também exercem papel fundamental.

A RMC está inserida na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) 5. Três cidades da região possuem quatro estações de monitoramento de qualidade do ar. Uma em Campinas, na região central; uma em Americana, na Vila Santa Maria; e duas em Paulínia, na Vila Bessani e Santa Terezinha, esses três últimos localizados em regiões industriais.

O ozônio foi o poluente que mais ultrapassou o padrão de qualidade do ar na RMC. Em 2012, o padrão de qualidade foi excedido em 61 dias, chegando em nível de atenção em 12. No ano anterior, foram 48 dias, sete deles chegando a estado de atenção. A medição é feita nas duas estações de Paulínia e em Americana.

O gerente do Departamento de Qualidade Ambiental da Cetesb, Carlos Komatsu, informou que, de uma maneira geral, a qualidade do ar na RMC é considerada “boa”, mas devido ao aumento da emissão de ozônio, existe preocupação. “Esse é o único poluente que é preocupante na região e no Estado como um todo. Apesar das ações de controle, tanto veicular como de fontes fixas (indústrias), temos verificado que não está havendo redução de concentração.” Komatsu disse que quando há alertas de saturação de ozônio, a recomendação é que as pessoas evitem usar automóveis.

No caso de Paulínia, por exemplo, as ultrapassagens do padrão estão associadas, principalmente, às emissões dos precursores de ozônio pelas fontes fixas locais, no entanto, pode haver também contribuição do transporte de ozônio e de seus precursores vindos de Campinas.

Os níveis de monóxido de carbono (CO), que até 2011 era monitorado apenas na Região Metropolitana de São Paulo, passou a ser monitorado na estação de Campinas e os índices ficaram dentro do padrão de qualidade, atingindo máxima de 3,55 partes por milhão (ppm) O padrão é de 9ppm. Segundo o relatório, as concentrações atuais, apesar do aumento da frota de veículos, são bem menores que as observadas na década de 90, principalmente devido à redução das emissões dos veículos leves novos, em atendimento às novas normas, associada à renovação da frota.

O padrão de qualidade do dióxido de enxofre (SO2) também não foi ultrapassado em nenhuma medição, o que pode ser explicado pelo controle exercido sobra as fontes fixas (as indústrias) e da redução do teor de enxofre dos combustíveis, tanto industrial como automotivo.

Apesar disso, a máxima concentração diária registrada na estação de Paulínia (Vila Bessani) de SO2 foi de 33 microgramas por metro cúbico (?g/m³). A média dos meses em que houve monitoramento foi de 17 ?g/m³. Em todas as outras estações do estado, as concentrações anuais variaram de 3 a 7 ?g/m3.

De acordo com o gerente da Cetesb, os índices de poluição servem para estabelecer ações para reduzir a emissão de poluentes. “A partir desse conhecimento, poderemos deflagrar algumas ações de controle e traçar estratégias. Ainda trabalhamos com uma pequena amostra."

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