solidariedade

Pinceladas de esperança no Boldrini

O Centro Infantil Boldrini recebeu pela 4ª vez, o Painting Day (Dia da Pintura), ocasião em que pacientes, voluntários e familiares podem pintar

Francisco Lima Neto
10/07/2019 às 10:55.
Atualizado em 30/03/2022 às 23:14

O Centro Infantil Boldrini recebeu ontem, pela quarta vez, o Painting Day (Dia da Pintura), ocasião em que pacientes, voluntários e familiares podem pintar vários quadros que integrarão um painel maior. A ação foi possibilitada pela Foundation For Hospital Art (Fundação para Arte no Hospital). A atividade aconteceu no Centro de Reabilitação Boldrini Lucy Montoro, na Cidade Universitária, em Campinas, que atende adultos e crianças, e reuniu cerca de 100 pessoas, entre pacientes, familiares e voluntários. Os participantes puderam pintar 48 telas, que já estavam desenhados, e precisam ser pintados com cores específicas para formar oito painéis grandes. Posteriormente, eles serão pendurados nas dependências do Boldrini. A fundadora do centro, Silvia Brandalise, afirma que a arte faz toda a diferença no tratamento. “A arte é uma pitada de esperança. Ela transforma de uma maneira mágica o sofrimento pela perspectiva da cura. Mesmo no centro cirúrgico a gente tem o teto cheio de astronautas, a criança fica olhando, a gente pega veia e ela não fala um A. É bom para a criança e para seus familiares e até para nós mesmo do hospital”, afirmou a médica. De acordo com ela, com a arte o hospital muda. “Faz a diferença porque o hospital passa a ser um lugar que tem mais prazer do que dor para eles (pacientes). Tem outro sabor. Toda vez que vêm para o ambulatório, têm voluntárias que ensinam a fazer colar, caixinhas e artesanato. A arte está na alma do Boldrini”, define. Os pacientes concordam com a visão da fundadora. “Acho um momento muito bom. Dá para as pessoas ficarem mais unidas, fazerem mais amizades. Traz mais alegria para o Boldrini, mais felicidade, cores. Com certeza faz diferença no tratamento, principalmente na fisioterapia ocupacional, mais movimentos para os braços e traz uma melhora. Vale a pena”, atesta Graziele Brito dos Santos, cadeirante, de 24 anos. O cadeirante Agnaldo de Souza Moura, de 41 anos, também compartilha da mesma opinião. “Eu acho interessante porque a gente está num processo de reabilitação. É um dia divertido, com mais contato com os colegas. Faz diferença no ânimo”, garante. Para o dia especial foram utilizados 400 tubos de tintas e 400 pincéis. Tudo disponibilizado pela fundação americana, que veio para o Brasil com cinco voluntários, além do diretor Scott Feight, filho de John Feight, fundador e primeiro presidente da fundação. Ele veio ao Boldrini nas primeiras edições do dia da pintura. SAIBA MAIS Silvia Brandalise conheceu a fundação americana por meio do pastor americano Wayne Smith, ligado à igreja presbiteriana, que morava em Campinas e a angariava fundos nos Estados Unidos para a compra de remédio aqui. “Fui convidada para ir lá conhecer a igreja e as pessoas de lá. Eles fizeram um painting day (dia da pintura) e me deram as telas de presente. Isso, mais de 20 anos atrás”, relembra. Lá, nos Estados Unidos, ela conheceu o fundador da fundação, que decidiu vir pessoalmente para trazer a ação ao Brasil. A instituição já visitou cerca de 6 mil hospitais, em 195 países e é referência no tratamento de câncer na América do Sul.

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