ECONOMIA

PIB regional 'atropela' o do Estado

Municípios da região administrativa de Campinas cresceram 3,1% em 2017 - 93% mais que o de SP

Maria Teresa Costa
17/04/2018 às 07:32.
Atualizado em 23/04/2022 às 15:57
Distrito industrial de Vinhedo: região administrativa de Campinas registrou um crescimento que foi quase o dobro do atingido pelo Estado de SP (Cedoc/RAC)

Distrito industrial de Vinhedo: região administrativa de Campinas registrou um crescimento que foi quase o dobro do atingido pelo Estado de SP (Cedoc/RAC)

O Produto Interno Bruto (PIB) da região administrativa de Campinas cresceu 3,1% em 2017 em relação ao ano anterior, segundo os dados do PIB Regional divulgados ontem pela Fundação Seade. O crescimento está 93,7% acima do desempenho alcançado pela economia paulista no mesmo período, que foi de 1,6% e que confirmou o fim da recessão estadual, que perdurou pelos três anos anteriores, segundo a Fundação. A produção de riquezas na região de Campinas foi de R$ 371,8 bilhões, o equivalente a 17,8% do PIB paulista e o quarto melhor desempenho no Estado - abaixo apenas das regiões de Marília, com 5,9%, Sorocaba com 5,6% e Baixada Santista, com 3,5%. Na região, formada por 82 municípios, o crescimento no ano foi puxado pela indústria, que cresceu 5,6% e a agropecuária, com 5,8%. Os serviços cresceram 1,5%. Para o economista e consultor de investimentos José Roberto Alencar, o setor de Serviços não cresceu tanto quanto deveria, mas a agropecuária conseguiu forte expansão, apesar de na economia regional ela não ter grande participação. “No entanto, temos uma grande indústria de agronegócio, que impulsionou o crescimento do PIB, junto com a indústria”, afirmou. E se a reforma da Previdência tivesse ocorrido como pensada inicialmente, o impacto no crescimento do PIB teria sido ainda maior, disse. Pela ótica do desempenho regional dos grandes setores de atividade, a expansão da indústria no Estado (1,3%) refletiu-se em nove das 16 regiões, segundo a Fundação. Por seu peso na indústria paulista, destaca-se o forte avanço nas regiões de Sorocaba (9,5%) e Campinas (5,6%). Na região oeste, sobressaíram Marília (5,5%) e São José do Rio Preto (3,0%), enquanto no litoral ressaltam-se os desempenhos da indústria nas regiões de Santos (5,7%) e de Registro (13,3%). A queda da atividade agropecuária no Estado (-0,3%) refletiu-se em 12 das 16 regiões, principalmente nas áreas onde a cana-de-açúcar cumpre importante papel nas cadeias produtivas regionais, com destaque para as regiões de Franca (-12,7%), Bauru (-5,9%), Araçatuba (-3,7%), Presidente Prudente e Barretos (ambas com-3,2%) e Marília (-1,9%). As regiões com desempenho positivo, mesmo com a presença da cana-de-açúcar, possuem culturas mais diversificadas, tais como Campinas (5,8%), Itapeva (3,7%) e Sorocaba (1,2%), informa a Seade. Serviços O setor de serviços, cujos segmentos vêm aumentando sua importância em praticamente todas as regiões paulistas, cresceu 1,6% no Estado e em 15 das 16 regiões administrativas. Entretanto, informa a Fundação, o ritmo de crescimento dessa atividade foi desigual no território do Estado: a Região Metropolitana de São Paulo, que concentra 58,7% da atividade no Estado, teve aumento abaixo da média estadual (1,6%), enquanto as s de Marília (6,2%), São José dos Campos (5,4%), Barretos (3,6%), Sorocaba (3,5%), Registro (2,9%), Santos (2,6%) e Central (2,3%) apresentam desempenho acima dessa média. Campinas, com 1,5%, ficou abaixo na média estadual. A Fundação Seade explica que a atual série do PIB Regional revisa aquela divulgada até o segundo trimestre de 2017. De acordo com o calendário de atualização do PIB do Estado de São Paulo, as estimativas divulgadas para o terceiro trimestre corrigem as séries econômicas e adotam os resultados do PIB dos Municípios 2015. Entre as principais mudanças está um novo posicionamento do setor de refino de petróleo na estrutura de ponderação do PIB. Durante o período 2010-2014, o valor adicionado dessa atividade apresentou valores negativos, decorrentes da diferença entre os altos custos dos insumos (petróleo) e os valores dos produtos derivados do refino, deprimindo a atividade econômica nas áreas onde as refinarias têm peso na estrutura econômica regional. A partir de 2015 a indústria de petróleo passou a ter novamente valor adicionado positivo - e disso decorrem mudanças de peso da atividade industrial em algumas regiões do Estado. Embora essas alteações possam explicar parte do aumento da participação da indústria no valor adicionado nas regiões administrativas de Campinas (de 30,2% PA 31,2%) e São José do Campos (de 37,5% para 40,6%), seu maior impacto foi na região de Santos, onde o peso da indústria passou de 13,9% para 23,9% entre 2014 e 2015.

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