OPERAÇÃO

PF cumpre mandados em condomínio de Campinas

Foram apreendidas quatro aeronaves, sendo uma delas um monomotor alvejado pela Força Aérea Brasileira (FAB) em outubro de 2015

Estadão Conteúdo
16/06/2016 às 08:49.
Atualizado em 22/04/2022 às 23:57

A Polícia Federal (PF) apreendeu na manhã desta quinta-feira (16) cerca de R$ 170 mil em notas, sendo que deste montante 30 mil eram em dólares, em um apartamento de luxo no Edifício Wonders Galleria, no Jardim Conceição, em Campinas. A apreensão fez parte da Operação Celeno, deflagrada pela PF de Maringá, no Paraná, e que visa desarticular uma organização criminosa responsável por um esquema internacional de distribuição de mercadorias contrabandeadas. Segundo a PF, o grupo atuava em vários estados e movimentava anualmente cerca de R$ 3 bilhões. Na região, também foram cumpridos dois mandados de buscas e apreensão e de prisão em Jundiaí. Não houve prisões em Campinas. Conforme o Correio apurou, o alvo na cidade seria um policial civil que já tinha sido preso por receptação em 2011, mas ele não foi encontrado. Foram mobilizados 360 policiais federais na operação. Um total de 138 mandados judiciais, sendo 28 de prisão preventiva, 15 de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 77 de busca e apreensão foram cumpridos em 26 cidades distribuídas nos estados do Paraná, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais. As investigações começaram em 2013, após a PF detectar quatro grupos criminosos que, quase diariamente, conduziam suas aeronaves de Salto Del Guairá, no Paraguai, até pistas clandestinas no Interior paulista. As mercadorias eram então retiradas dos aviões e escoadas para entrepostos de armazenamento, de onde eram transportadas por caminhões e veículos até os destinatários finais. “O esquema funcionava assim: por exemplo, um agenciador tinha uma determinada carga e queria revender para um cliente em São Paulo. Ele comprava o frete aéreo e duas aeronaves faziam o transporte clandestino”, disse o delegado Alexsander Noronha Dias. A investigação começou por Maringá, segundo Dias, porque os contrabandistas usavam o aeroporto de Paranavaí, a 75 km da cidade, como ponto de apoio. A PF suspeita que o esquema existia há mais de dez anos, mas efetivamente só foi constatado a partir de 2013. “Observamos que o aeroporto tinha um volume estranho para a região, pois as condições dele não são boas, além disso, as aeronaves que ali pousavam já tinham sido apreendidas algumas vezes”, disse o delegado. Durante as apurações, os policiais constataram que pelo menos doze aeronaves eram utilizadas pelos criminosos, realizando até mesmo dois voos diários, conforme as condições de clima e luminosidade. Cada uma levava 600 kg de mercadorias, num valor estimado de US$ 500 mil por frete ilícito. Sete aviões de pequeno porte foram apreendidos nesta quinta.   As células criminosas, responsáveis pelos fretes aéreos, eram contratadas por agenciadores com sede em Foz do Iguaçu e no Paraguai. Além disso, um dos grupos comercializava as mercadorias em empresas próprias, estabelecidas em Ribeirão Preto e São Paulo. Ao longo da investigação, foram apreendidas quatro aeronaves, sendo uma delas um monomotor, alvejado pela Força Aérea Brasileira (FAB). O caso aconteceu em outubro de 2015, quando os contrabandistas tentavam retornar ao Paraguai carregado de mercadorias. Celeno O nome da operação remete à mitologia grega, na qual Celeno é uma harpia, um monstro mitológico. O nome ainda tem o significado de obscuro ou escuridão.

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