Estatal instalará Centro de Tecnologia de Engenharia de Poço no CTI, com ações para o pré-sal
Duas gigantes em inovação e pesquisa vão se instalar em Campinas, no parque tecnológico do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI-Tec), nos Amarais, que começará a ser construído em duas semanas, com investimentos de R$ 15 milhões garantidos pelo Ministério de Ciência e Tecnologia.
A Petrobras vai instalar no local um Centro de Tecnologias de Engenharia de Poço, aproveitando a sinergia com áreas de pesquisas em petróleo que já ocorrem em Campinas — caso da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que tem um Centro de Pesquisa em Petróleo. A outra empresa, cujo nome não foi divulgado, atuará na área de logística reversa, com a reciclagem de eletrônicos.
As duas empresas, informou o diretor do CTI, Victor Mammana, integram um conjunto de outras que têm procurado o centro de pesquisa, buscando parcerias para desenvolver projetos em ambiente, onde a tecnologia da informação é primordial. O CTI vai construir cinco novos edifícios para abrigar até 16 empresas e uma encubadora.
O principal critério de seleção estabelecido é a apresentação de um projeto que possa ser desenvolvido em parceria com o centro. Haverá o rateio das despesas condominiais e as empresas irão se comprometer a contratar projetos de pesquisa e desenvolvimento e inovação do CTI.
O centro de tecnologia, órgão ligado ao governo federal, é responsável pela produção de pesquisas nas áreas de microeletrônica, softwares e aplicações. O parque tecnológico instalado no local será voltado para empresas que atuem no campo da tecnologia da informação e comunicações (TIC), setor que cresce de forma acelerada no País. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o número de empregos no setor de TIC no Brasil cresce 21% a cada três anos. Os salários pagos para os profissionais da área são em média duas vezes maiores que os praticados no mercado e a atividade já responde por 7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Pré-sal
A chegada de um centro de pesquisa da Petrobras vai colaborar para que Campinas seja um centro de excelência em petróleo. A Unicamp, em parceria com a Petrobras, é parte de um Sistema de Capacitação, Ciência e Tecnologia em Carbonatos. O objetivo da iniciativa, que envolve outras quatro universidades brasileiras, é gerar conhecimentos que proporcionem a exploração comercial do petróleo armazenado nas rochas carbonáticas, localizadas na camada pré-sal.
O País produz hoje apenas 30 mil barris por dia a partir das reservas contidas na camada pré-sal. A estatal desenvolve pesquisas para tentar chegar a 1 milhão de barris em 2017. Também participam do esforço para a constituição do novo centro de referência nessa área de petróleo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp).
A Unicamp e Petrobras têm uma longa tradição de cooperação. As parcerias tiveram início há 22 anos, quando o País carecia de um curso de pós-graduação para qualificar pessoal em Engenharia de Petróleo. Desde então foram formados 350 mestres e 22 doutores em Engenharia de Petróleo e Geoengenharia.