MUDANÇA DE REFINO

Petrobras assina contrato para nova unidade de diesel na Replan

Investimentos da empresa na Refinaria de Paulínia totalizarão R$ 2,7 bilhões

Gilson Rei
12/05/2022 às 09:23.
Atualizado em 12/05/2022 às 09:23
Além da unidade de diesel, serão investidos recursos em um programa de melhoria em inteligência artificial (Gustavo Tilio)

Além da unidade de diesel, serão investidos recursos em um programa de melhoria em inteligência artificial (Gustavo Tilio)

A Petrobras assinou ontem o contrato para a construção da nova unidade de produção de diesel S-10, em Paulínia, que será a maior refinaria da companhia, conforme noticiado pelo Correio Popular no dia 6 deste mês. Foram confirmados investimentos de R$ 2,7 bilhões (US$ 548 milhões) da empresa na Refinaria de Paulínia (Replan) entre 2022 e 2025. O contrato foi firmado com o consórcio Toyo Setal HDT Paulínia, formado pelas empresas TSE e Toyo. A instalação da nova unidade resultará na mudança do refino de diesel na Replan, além de ampliar a produção de querosene de aviação.

Ao todo, 3 mil empregos serão gerados durante a construção da nova unidade de diesel S10, por meio de empresas contratadas para a realização da obra. A partir da inauguração do empreendimento, prevista para o final de 2025, a Petrobras informou que há possibilidade da criação de novos empregos operacionais na Replan, para execução de processos de manutenção e conservação.

A nova unidade é um dos dois projetos de grande porte que serão colocados em prática no período de quatro anos. O projeto principal será a construção dessa nova unidade de diesel S-10, que vai reduzir a emissão de poluentes e aumentar a capacidade de produção do combustível. O segundo grande projeto será a aplicação de um programa de melhoria em inteligência artificial, de ampliação da eficiência energética e aumento da disponibilidade operacional. 

A empresa estatal de economia mista confirmou ontem que a planta de produção de diesel S-10 deverá totalizar investimentos de aproximadamente R$ 2,3 bilhões (US$ 458 milhões) até 2025 e gerar 3 mil empregos durante a construção. Os recursos serão aplicados para atender à demanda por produtos com menores emissões, aumentando a eficiência energética e o desempenho operacional da unidade em Paulínia. O início das obras está previsto para este ano, mas a data exata ainda não foi divulgada.

O gerente geral da Refinaria de Paulínia, Rogério Daisson, afirmou que os investimentos serão destinados à construção de uma nova unidade de Hidrotratamento de Diesel (HDT), que integra o Plano Estratégico 2022-2026 da Petrobras, e vai significar uma mudança no refino de diesel na Replan. Ao todo, a unidade terá capacidade de produzir diariamente 10 milhões de litros de diesel S-10.

Daisson destacou o aumento da eficiência energética e do desempenho operacional. "O diesel S-10 é um combustível com quantidade menor de enxofre e mais puro. Com esse projeto, todo o óleo diesel produzido na Replan será de baixo teor de enxofre e permitirá o aumento de produção de querosene de aviação", explicou. A unidade vai gerar hidrogênio a partir de um forno de 1,3 mil graus e 130 toneladas de vapor por dia, para remover os contaminantes do combustível, como o enxofre, e reduzir impactos no meio ambiente.

Com essa mudança no refino, o diesel S-500 usado em máquinas agrícolas — que corresponde a 47% do diesel fabricado atualmente — não será mais produzido. Daisson disse que todo o maquinário da Replan, tanto da nova planta quanto da existente, será voltado à produção de diesel S-10, com aumento na produção até 2026.

Inteligência artificial

No outro investimento anunciado, a Petrobras vai liberar outros R$ 4,5 bilhões (US$ 90 milhões) à Replan com foco em inteligência artificial, melhoria da eficiência energética e aumento da disponibilidade operacional, incluindo o uso intensivo de tecnologias digitais. O programa, denominado Refino de Classe Mundial (RefTOP), tem o objetivo de ampliar a eficiência das operações, do ponto de vista energético e operacional, e reforçar ainda mais a confiabilidade das operações.

Daissom destacou dois exemplos. Um deles será a aplicação de sensores de monitoramento para o melhor desempenho das tochas de queima de gás, que são uma das etapas das unidades de refino e produção. Outro exemplo será o uso de drones para executar tarefas com maior segurança, como a manutenção de torres. "Um dos focos do RefTOP é nos tornarmos comparáveis aos melhores do mundo em termos de desempenho energético", afirmou.

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