DENGUE

Pesquisa da Unicamp amplia a ação de repelente

Tecnologia desenvolvida em laboratório possibilita eficácia quando ele é aplicado sobre superfícies como roupas e paredes

Agência Anhanguera de Notícias
25/08/2019 às 11:05.
Atualizado em 30/03/2022 às 18:42

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um tipo de repelente para ser utilizado em roupas e superfícies como tetos e paredes para proteger contra o mosquito Aedes aegypti e ajudar a evitar a transmissão de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A tecnologia, que já está disponível para o licenciamento, utiliza os mesmos compostos químicos encontrados nos repelentes tradicionais e que são comercializados atualmente no mercado. Liliane Ferrareso Lona, professora da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp e responsável pela viabilização da tecnologia, explica que a produção do repelente só foi possível por meio de técnicas laboratoriais que permitiram que os pesquisadores dessem um jeito de fazer com que o repelente tradicional liberasse as substâncias encontradas em sua composição para o ar de forma mais lenta, garantindo, assim, uma proteção mais prolongada do produto contra o mosquito. Ela explica que o repelente, ao ser aplicado sobre superfícies (incluindo tecidos), consegue uma liberação sustentada da substância por até 12 horas. “Conseguimos imobilizar o repelente (tradicional) para que ele evaporasse mais lentamente. Um dos problemas dos produtos convencionais é que o composto se evapora rapidamente ou é absorvido pela pele, necessitando aplicações mais frequentes”, explica a professora. Segundo Guilherme Martinate Gomes, aluno de pós-graduação e também responsável pela patente, a encapsulação dessas substâncias e o uso delas como repelentes ambientais — em tintas ou em impregnação de tecidos — surgem como uma nova alternativa para ajudar a população no combate à proliferação das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. “O uso de repelentes de insetos é uma medida preventiva fundamental para que a transmissão de doenças como a dengue, malária e chikungunya seja evitada”, avalia. Vantagens De acordo com Liliana, um dos pontos altos do repelente é o fato dele poder ser utilizado em roupas e tecidos de recém-nascidos, excluindo a necessidade de uso do repelente diretamente sobre a pele. “Isso seria vantajoso no caso de alergias, ou para proteção de bebês, por exemplo, já que existem estudos que relacionam o repelente aplicado diretamente sobre a pele a doenças neurológicas”, afirma o estudante.

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