PERIGO

Perícia comprova ação criminosa em acidentes

Perícia revela que paus e pedras jogados por ladrões provocaram acidentes ocorridos há 1 mês

Luciana Félix
06/03/2013 às 08:10.
Atualizado em 26/04/2022 às 01:57
Tráfego sob o pontilhão na Rodovia Anhanguera, na altura do Km 90, em Campinas, onde foram registrados os ataques a motoristas (Janaína Maciel/AAN)

Tráfego sob o pontilhão na Rodovia Anhanguera, na altura do Km 90, em Campinas, onde foram registrados os ataques a motoristas (Janaína Maciel/AAN)

A Polícia Civil de Campinas confirmou a ação de criminosos em dois acidentes ocorridos há menos de um mês e que causaram a morte de três jovens na altura do Km 90 da Rodovia Anhanguera (SP-330), no Parque da Figueira, próximo à entrada do Swiss Park. Segundo a perícia técnica do Instituto de Criminalística (IC), nos dois casos os veículos capotaram depois dos motoristas tentarem desviar de pedaços de toras de madeira e pedras de concreto que foram jogados na pista com objetivo de causar estrago nos veículos e obrigá-los a parar. A intenção era roubar os condutores na margem da rodovia.

A ação é semelhante à que ocorreu na Rodovia Santos Dumont (SP-75), no bairro Bacuri, no ano passado, e que também tirou a vida de três pessoas. Outro ponto onde bandidos atacaram da mesma forma, no ano passado, foi na Rodovia Heitor Penteado, próximo ao acesso ao Shopping Iguatemi.

O laudo do IC será encaminhado ao 2 Distrito Policial. No documento, os peritos afirmam que juntos dos vestígios recolhidos dos dois acidentes foram encontrados pedaços de madeira de 40 centímetros de comprimento, além de pedras de concreto. No último acidente, que aconteceu semana passada, a Polícia Militar Rodoviária apreendeu um pedaço de madeira com vestígio de desgaste e sinais de borracha na pista. O objeto também passou por perícia. O caso estava sendo investigado como acidente, mas pode mudar a tipificação do crime ao final do inquérito. “Quando envolve acidente de automóvel é muito difícil delimitar uma conduta antes do final do inquérito. É preciso aguardar os laudos, ouvir testumunhas, além de outros indícios”, analisou o delegado do Setor de Homicídios da Delegacia de Investigações Gerais de Campinas (DIG), Rui Pegollo.

O ponto onde os dois acidentes ocorreram é de grande movimento e margeia bairros como parques da Figueira, São Martinho e Jambeiro. Os ataques acontecem sempre no período da noite e de madrugada. Moradores, comerciantes e até policiais rodoviários afirmam que é comum bandidos agirem deste modo no local. Eles sobem no pontilhão e jogam as madeiras na frente dos veículos e os motoristas, assustados, param os veículos para ver o que aconteceu e acabam atacados.

Ontem, a reportagem do Correio foi até o local e encontrou embaixo do pontilhão ao menos 15 toras de madeira com pregos nas pontas, além de pedras de construção. Os objetos usados pelos bandidos estavam amontoados. “Na semana passada um motociclista foi atacado na rodovia. Ele chegou aqui no posto de combustível a pé”, afirmou o frentista Alan Fortunato, que trabalha em um posto ao lado da via. “É preciso mais policiamento, principalmente à noite”, afirmou outro frentista, Luiz Claudio Veiga.

“Sabemos que eles (criminosos) fazem isso. Fazemos patrulhamento, mas é dificil flagrar”, afirmou um policial rodoviário que pediu para não ser identificado. A Polícia Rodoviária foi procurada para comentar o assunto, mas até o fechamento desta edição não enviou uma resposta. A concessionária responsável pela via, CCR AutoBAn, também não retornou o contato. 

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