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Pedreira pretende embargar construção de barragem

O prefeito de Pedreira, Hamilton Bernardes (PSB), vai assinar entre hoje e amanhã o embargo da construção da barragem de Pedreira

Maria Teresa Costa
05/02/2019 às 09:08.
Atualizado em 05/04/2022 às 10:02

O prefeito de Pedreira, Hamilton Bernardes (PSB), vai assinar entre hoje e amanhã o embargo da construção da barragem de Pedreira, uma das obras do Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) — a outra é a barragem em Amparo — para garantir a independência da região de Campinas do Sistema Cantareira. Ele atende pedido dos nove vereadores da cidade, que ontem aprovaram indicação com o pedido oficial para o embargo. Ele alega questões de segurança e prejuízos à cidade. A barragem ocupará uma área de 2,1 quilômetros quadrados, terá capacidade para acumular um total de 31,9 milhões de metros cúbicos de água e permitirá uma vazão regularizada de 8,5 mil litros de água por segundo. No início de janeiro, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) liberou a licença ambiental de instalação da barragem no Rio Jaguari, entre Pedreira e Campinas. Com a licença, as obras já podem começar. O Daee está finalizando os detalhes para início. O investimento será de R$ 256 milhões, sendo R$ 231 milhões na construção da barragem e R$ 25 milhões na desapropriação da área do lago. Bernardes disse que a cidade não está tranquila em relação à segurança da barragem, especialmente após os acidentes de Mariana e Brumadinho. “Desde que foi anunciado, isso nos preocupa muito”, afirmou. Além disso, a barragem vai ocupar grande trecho da área rural e inundar uma estrada. “Até agora não sabemos quais serão os trajetos alternativos para a população rural se deslocar”, disse. Segundo ele, os trajetos estão mais ou menos definidos, mas não há projetos. “A barragem vai pegar uma área da cidade, que ficará para o Daee. Não vamos ganhar nada com isso. Durante as obras, toda a estrutura da cidade será utilizada para atender à força de trabalho que será empregada. Vão usar unidade de saúde, hospitais, transporte, alojamento e teremos gastos e não ganharemos nada com isso”, afirmou. Segundo o Relatório de Impacto Ambiental, a obra empregará 300 trabalhadores, sendo que no pico da construção, entre o 9º e o 11º mês, serão cerca de 900. A barragem no Jaguari exigiu a desapropriação de 33 propriedades, das quais 18 em Campinas. O prefeito afirma que a barragem vai garantir água para cerca de 30 cidades, mas Pedreira não terá ganho. “Nós não precisamos da represa. As pessoas estão inseguras. Saiu licença da Cetesb, mas a Prefeitura não foi ouvida. Só o que eles têm é um ofício do ex-prefeito dizendo que na legislação não há nada que proíba a construção. Mas também não tem nada que autorize.” Bernardes afirmou também que o licenciamento analisou impactos ambientais, definiu mitigações, analisou vários aspectos, menos os impactos econômicos na cidade. “A construção na parte de Campinas não representa impacto, mas do nosso lado sim. Vão colocar uma represa na nossa cabeça e vamos ter quem pagar pelo serviço. A represa não é nada para nós”, afirmou. O prefeito informou que assim que receber a indicação dos vereadores vai analisar junto com a área jurídica, e definir o embargo. Procurado no início da noite de ontem, o Daee não se manifestou.

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