CAMPINAS

Pedetistas articulam a expulsão do ex-prefeito Hélio

Justificativa de grupo que deseja expulsão é moralizar legenda para eleições de 2014

Milene Moreto
milene@rac.com.br
03/07/2013 às 07:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 09:57

Quase dois anos após perder o seu mandato, o ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) está na mira dos integrantes de seu partido. Um grupo de pedetistas de Campinas quer a expulsão de Hélio sob a justificativa de moralizar a legenda e fortalecer seus candidatos para a disputa de 2014.

Para isso, existe hoje uma articulação na tentativa de definir o comando do diretório local e dar a abertura ao processo. Atualmente a legenda está nas mãos de uma comissão provisória presidida pelo ex-prefeito Pedro Serafim (PDT).

A discussão sobre a expulsão de Hélio é antiga dentro do PDT, mas foi colocada em banho-maria no ano passado após o presidente nacional da legenda, o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, declarar que não iria expulsá-lo sem condenação. O debate foi ampliado agora em razão da proximidade do pleito do próximo ano. Parte dos pedetistas acredita que a sigla foi duramente afetada pela cassação do ex-prefeito e que precisa de renovação para conseguir um bom desempenho nas urnas.

A expulsão depende da eleição do diretório local, que está nas mãos da Executiva estadual, comandada pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força. O deputado federal de Campinas, Salvador Zimbaldi (PDT) é o terceiro-secretário. A comissão provisória municipal hoje é formada por Serafim na presidência, pelo vereador Aurélio Claudio, no cargo de vice, e pela ex-vereadora Leonice da Paz, como secretária.

Crise

Depois da crise política que derrubou o governo Hélio, o PDT perdeu neste mandato sete cadeiras na Câmara. Só um parlamentar da legenda foi reeleito, Aurélio Claudio. Antes mesmo do pleito municipal, vários integrantes mudaram de partido para não correr o risco de ter a imagem associada ao ex-prefeito e, mesmo assim, não conseguiram a reeleição. A derrota do PDT em São Paulo não ficou restrita a Campinas. A legenda reduziu o número de integrantes nas bancadas nas Câmaras e perdeu postos no Executivo.

Em 2008, quando Hélio foi reeleito no primeiro turno, o PDT foi o campeão de votos nas eleições nas 19 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em números absolutos, o PDT recebeu 656.910 votos e cresceu 84% em relação às eleições municipais de 2004, desbancando o PSDB, na época o mais votado na região. Hélio, com 371.03 votos, foi o puxador de votos do PDT na região.

“Não tenho dúvida de que é preciso uma ação mais severa em relação ao Hélio para que o PDT resgate sua credibilidade”, disse Aurélio Claudio, um dos nomes cotados para assumir a presidência da legenda em Campinas. A articulação pela derrubada de Hélio também tem defensores no âmbito nacional do partido.

Votos

Apesar do ex-prefeito ainda manter simpatizantes na cidade e ser considerado por alguns pedetistas um nome capaz de “puxar” votos na região, o fato de Hélio ter se tornado inelegível por oito anos devido à cassação e à reprovação de suas contas pela Câmara o torna uma figura sem peso político dentro da legenda neste momento.

Na opinião do ex-secretário de Urbanismo e ex-vereador Luiz Yabiku (PDT) é preciso reorganizar a legenda, no entanto, a presença de Hélio no PDT não é vista como uma ameaça. “Não podemos esquecer que Hélio foi prefeito por duas vezes. Eu pretendo continuar no partido e acho que o diretório deve se reorganizar para a disputa no próximo ano, mas quem deve monitorar a expulsão do ex-prefeito é o diretório estadual”, afirmou.

O Correio tentou contato com Serafim, mas a informação é de que o ex-prefeito está em viagem de negócios. A ex-vereadora Leonice da Paz também foi procurada mas não retornou às ligações. 

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