ORIGEM

Paulínia nasceu como vila rural e foi impulsionada graças à ferrovia

Atualmente, a cidade detém um dos mais elevados PIBs per capita do país

Do Correio Popular
28/02/2023 às 09:19.
Atualizado em 28/02/2023 às 09:19
Capela de São Bento, edifício que está ligado aos primórdios da história do município (Rodrigo Zanotto)

Capela de São Bento, edifício que está ligado aos primórdios da história do município (Rodrigo Zanotto)

A fundação de Paulínia tem início com dois lotes que foram doados pelo governo do Estado da época para pessoas que tinham interesse em cultivá-los. Essas propriedades ficavam localizadas entre os rios Atibaia e Jaguari. Uma foi doada em 1796 e a outra, em 1807. Esta segunda, nomeada de Fazenda São Bento, foi comprada pelo comendador Francisco de Paula Camargo em 1885. A propriedade era produtora de café.

A partir da Fazenda São Bento começou a nascer um núcleo urbano. Foi inaugurada uma capela em honra ao mesmo santo. Ao redor do templo religioso, existente no centro de Paulínia até os dias atuais, começa a desenvolver-se um vilarejo, também conhecido como São Bento, figura religiosa muito popular na região devido ao poder atribuído a ele de 'proteger' seus devotos contra picadas de cobras, abundantes na região. 

Na época, o Município tinha a paisagem de sertão, com flora e fauna exuberantes e era habitado por indígenas. No entanto, era visto como um bairro periférico de Campinas, sem qualquer tipo de assistência, assim como Sumaré, Valinhos e Cosmópolis. Com o fortalecimento da agricultura, os fazendeiros começaram a sentir dificuldade em escoar a produção, pois estavam localizados entre os rios Atibaia e Jaguari. Dessa forma, começou um intenso movimento dos trabalhadores da região para conseguir a construção de uma estrada de ferro que viabilizasse o transporte das mercadorias para outros núcleos. Em 1880, foram aprovados créditos para a construção da Companhia Carril Agrícola Funilense, que ligava a cidade de Campinas à região da Fazenda do Funil.

Em 18 de setembro de 1899, o trecho carroçável da Cia. O Carril Agrícola Funilense foi inaugurado, com várias estações ao longo do percurso. Todas receberam nomes de diretores e membros da própria empresa: "Barão Geraldo", "José Paulino Nogueira", "João Aranha", "José Guatemozin Nogueira" e "Artur Nogueira". Outras levaram o nome da fazenda onde estavam situadas: "Santa Genebra", "Deserto", "Santa Terezinha" e "Engenho". 

Consequentemente, os bairros onde estavam as estações foram batizados com os mesmos nomes. A Estação "José Paulino Nogueira" atraiu vários comerciantes, transformando a economia local. Nas proximidades, também surgiu a Rua do Comércio, renomeada posteriormente como Avenida José Paulino. Assim, surgiu a Vila José Paulino. 

Em 30 de novembro de 1944, a vila foi elevada à condição de distrito com o nome de Paulínia, uma homenagem a José Paulino Nogueira, um fazendeiro campineiro, um dos donos da Fazenda do Funil, localizada entre as atuais cidades de Paulínia e Cosmópolis. Em seguida, quando um decreto estadual proibiu localidades de terem nomes de pessoas vivas, a denominação foi mudada para Paulínia.

Em 1956, chega a Paulínia o funcionário aposentado da Assembleia Legislativa do Estado, José Lozano de Araújo. Ele reconheceu o potencial econômico do distrito e fundou a entidade Amigos de Paulínia integrada por vários homens das famílias mais antigas do local. A medida deu início a um movimento emancipatório, que culminou com um plebiscito realizado em 6 de novembro de 1963. Os eleitores optaram pela autonomia política do distrito. Em 28 de fevereiro de 1964, o Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou a Lei 8092 que criou o município de Paulínia.

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