Prefeito Du Cazellato, que diz estar trabalhando para Paulínia superar definitivamente os impactos da instabilidade política gerada por sucessivas trocas no comando da Administração (Rodrigo Zanotto)
Nascido e criado em Paulínia, o prefeito Du Cazellato (PL) aproveita o aniversário de 59 anos de emancipação do município, comemorados nesta terça-feira (28), para fazer um balanço de sua gestão e apontar desafios e prioridades do seu governo. Ele também comenta nesta entrevista ao Correio Popular sobre a instabilidade política recente vivida pela cidade, com substituições de prefeitos por decisão judicial. Entre as melhorias já efetivadas, ele estão cita a instalação de câmeras de monitoramento pela cidade e a compra de novos equipamentos para a área da saúde, como aparelhos de tomografia e laparoscopia. Du Cazellato afirma, ainda, estar trabalhando para lançar as bases para um futuro promissor para Paulínia.
Como o senhor caracteriza Paulínia?
A cidade é acolhedora e tem um potencial tremendo. Eu sou nascido e criado em Paulínia. Meus pais, de 82 anos, também são paulinenses. Meu avô é um dos fundadores do Bairro Betel.
Paulínia teve um grande potencial cultural e até foi projetada nacionalmente nessa área. Esse potencial caiu nos últimos anos. O senhor pretende investir na cultura?
Não estamos deixando a área cultural de lado. Quando eu assumi, as contas estavam muito altas, o investimento era pouco e 57% do orçamento eram comprometidos com a folha de pagamento dos servidores da Prefeitura. Começamos a trabalhar para reduzir a folha, e hoje estamos em 44%. Somente a partir daí e que começamos os investimentos e contratações de novos profissionais, procurando focar nas áreas de saúde, segurança e educação, que é o primordial no momento. A cultura sempre foi muito forte na cidade. Temos o Polo Cinematográfico que, por questão judicial, não pode ser usado no momento. Temos uma audiência no Fórum de Paulínia entre a empresa terceirizada e a Prefeitura para liquidarmos esse imbróglio. Por isso, no momento, o Polo não pode ser usado. Referente ao Theatro Municipal de Paulínia, nomeado oficialmente como Theatro Municipal Paulo Gracindo, já publicamos uma licitação para fazer a concessão dele. No primeiro momento, o trâmite foi suspenso no Tribunal de Contas. Está sendo refeita a licitação para publicarmos novamente.
O senhor disse que a saúde é uma das prioridades. Quais são os principais investimentos nessa área?
Temos o Hospital Municipal de Paulínia (HMP) e dez Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A maioria delas atende até às 17h e estamos adequando duas unidades nos bairros João Aranha e Monte Alegre para estender o horário de atendimento até às 22h. Trocamos boa parte do mobiliário do hospital e das unidades de saúde, desde maca, poltronas e cadeira de rodas, entre outros. A nossa gestão também investiu em equipamentos novos para o centro de diagnóstico, como aparelhos de tomografia e laparoscopia. Em relação à medicação, para se ter uma ideia, a cesta de remédios disponibilizados em cidades vizinhas é de aproximadamente 356 rótulos. Em Paulínia, nossa cesta tem 690 medicamentos, bem mais do que nossos vizinhos. Os medicamentos são dispensados nas farmácias das UBSs ou utilizados nos pacientes quando internados no HMP.
Uma pesquisa de quatro anos atrás revelou que 77% dos moradores da cidade criticavam o serviço público na área da saúde. Como o senhor pretende reverter essa visão dos paulinenses?
O munícipe estava bem decepcionado com as trocas de prefeitos. Essa pesquisa está relacionada à instabilidade política que Paulínia vivenciou, com a troca de 12 prefeitos em apenas sete anos. Isso incomodou os moradores da cidade e perdemos muito com tudo isso. O município sofreu e estagnou, e na época nada andava, nem as licitações, nem os investimentos. No entanto, a cidade está se reerguendo aos poucos. Nós investimos muito na área de segurança. Mas tenho certeza de que já resgatamos isso em poucos anos de gestão pública.
O que os moradores ainda podem esperar da sua gestão?
Paulínia tem muita procura de empreendedores de outras cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), que querem se instalar no município. Dentre as novidades, temos a inauguração do Centro de Operações Integradas (COI), com todas as vias da cidade sendo monitoradas por meio de câmera de segurança. Os 127 prédios públicos também estão sendo monitorados com o propósito de inibir o furto, principalmente de alimentos nas creches. A iniciativa de vigilância já trouxe resultado e conseguimos reduzir em 37% os furtos e roubos em apenas quatro meses. No que diz respeito à mobilidade urbana, o setor de transportes não ficou para trás. A frota de ônibus era a mesma há 22 anos. Atualmente, contabilizamos 56 ônibus, todos equipados com ar-condicionado e rampa de cadeirante. O transporte urbano de Paulínia tem o valor mais baixo da região. O usuário paga apenas R$ 1 real, isso graças ao subsídio de R$ 3,75 de cada passagem dado pela Prefeitura. Na educação, investimentos em tecnologia com a compra de 186 lousas digitais e 10 mil iPad's. Temos 68 escolas municipais e creches, e todas passaram por reformas. Desde o primeiro dia de aula já foram entregues todo material e uniforme escolar para os alunos.
O senhor considera Paulínia como cidade modelo para se trabalhar?
O Produto Interno Bruto (PIB) de Paulínia é o terceiro maior do País. A média do salário mínimo do servidor público é em torno de R$ 5 mil. Assim, a cidade atrai tanto trabalhadores, como investidores. Temos investido para trazer empresas de pequeno e médio porte. Atualmente, estamos focados em trazer empresas do ramo industrial. Temos mais dois supermercados grandes chegando. Nós temos o Centro Industrial de Paulínia (CIP), que tem terrenos destinados exclusivamente para empresas. Há 20 anos, esse polo foi direcionado só para indústria, sob a promessa dos antigos prefeitos de fazerem toda a infraestrutura, como água, esgoto, guia e iluminação para as empresas. Mas o investimento não foi feito pela Prefeitura na época e ficou só na promessa. Agora, estamos resgatando o CIP, cumprindo o acordo e administrando parte da água e esgoto, que já está 70% concluída. A partir de março, começa o compromisso com o asfalto e a guia
O que Paulínia oferece de lazer para a população e para os moradores de cidades vizinhas?
A área de esporte e lazer estava muito ultrapassada e investimos nessa área também. Os dois maiores ginásios de esportes da cidade estavam sucateados. Em novembro do ano passado, eu entreguei o Ginásio de Esportes Vicente Amatte, localizado no Centro, totalmente restaurado. Em breve, vamos entregar o Ginásio Agostinho Fávaro, no João Aranha, totalmente reestruturado. Temos praças em todos os bairros, compostas por campos de areia, beach tennis e grama sintética. Os dois principais parques da cidade são o Parque Zeca Malavazzi e o Parque das Flores. A Prefeitura de Paulínia, por meio da Secretaria Municipal de Esportes, Cultura, Turismo e Eventos (SEME), está realizando o projeto Domingo de Lazer, iniciativa que oferece atividades esportivas, recreativas e artísticas para toda a família, estimulando a ocupação do espaço público.
Na sua opinião, ao completar 59 anos de emancipação, quais são os obstáculos que a cidade ainda tem e o que está sendo feito para enfrentar esses desafios?
Temos muitos obstáculos ainda, mas aos poucos estamos conseguindo levantar a cidade. Investimos muito na área de esportes, segurança pública e educação. Aos poucos, a cidade está voltando ao que era antes de ser afetada pelos desmandos de políticos que marcaram uma era de instabilidade no município. A população merece uma cidade organizada, com espaços e serviços públicos de excelência.
Como o senhor vê a cidade no futuro. Existe um plano projetando Paulínia para os próximos 59 anos?
Tenho participado de várias reuniões, principalmente referente à reforma tributária nacional, que está prestes a ser aprovada. Com certeza, isso vai afetar muito a cidade na questão de arrecadação de impostos. Na Prefeitura, 32% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Produtos (ICMS) vêm da Petrobras. Essa questão da reforma vai refletir de forma negativa no valor do repasse ao nosso município e estamos bem preocupados, por isso estamos investindo muito nesse setor industrial de Paulínia, para atrair novas empresas e gerar mais receita e empregos. É um grande desafio, tanto para mim quanto para os próximos prefeitos que assumirão a gestão no futuro.
Como será a programação de comemoração do aniversário de Paulínia?
Estamos preparando uma festa com muito carinho para celebrar os 59 anos da nossa cidade e oferecer para a população momentos de lazer e descontração. Uma das atrações mais esperadas é o show da banda Jota Quest, que acontece no dia do aniversário. Também serão realizadas atividades no Parque Brasil e na Lagoa do João Aranha. Os dois locais contarão com brinquedos infláveis, oficinas recreativas, distribuição de bolo e praça de alimentação coberta. E o melhor de tudo é que todas as atividades são gratuitas. Vamos aproveitar a semana de aniversário para realizar duas importantes inaugurações para a cidade. No sábado, 25, foi inaugurado o Ginásio do João Aranha e no dia do aniversário será inaugurado o COI, localizado no antigo prédio da Biblioteca Virtual. O local será utilizado pela Defesa Civil, Polícia Militar, Polícia Federal e Guarda Civil Municipal. Mais de 150 câmeras irão monitorar as principais vias da cidade, vicinais e os portais. O sistema permitirá a integração com câmeras de videomonitoramento de terceiros, portarias de prédios, de shopping, entre outros locais. Além disso, permitirá a identificação de veículos com registro de roubo ou furto.
Qual sua mensagem para os paulinens.
É uma honra eu estar aqui hoje como prefeito e poder junto com a população resgatar a nossa cidade e poder comemorar essa data tão especial. Quero dizer a todos os moradores que eu agradeço a confiança que recebi através dos votos e espero não estar os decepcionando. Vamos comemorar juntos essa data de 59 anos. Eu quero deixar o meu abraço a todos os paulinenses.
