contra cortes de bolsas

Passeata reúne professores e estudantes da Unicamp

O ato teve início às 18h30 no Largo do Rosário e a passeata pelo Centro terminou por volta das 20h

Gilson Rei
03/10/2019 às 20:23.
Atualizado em 30/03/2022 às 15:09

Aproximadamente 500 professores e estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizaram nesta quinta-feira, dia 3, um manifesto com passeata pelas ruas do Centro de Campinas contra o corte nas bolsas para pesquisas anunciadas pelo Governo Federal que atingem a Universidade. O ato teve início às 18h30 no Largo do Rosário e a passeata pelo Centro terminou por volta das 20h. Os manifestantes anunciaram que haverá uma grande manifestação no dia 15 de outubro, no Ciclo Básico do campus da Unicamp, ao meio-dia, quando está prevista a Assembleia Geral da Unicamp, aprovada pelo Conselho Universitário (Consu), órgão máximo de deliberação da universidade. A convocação da comunidade acadêmica para uma assembleia universitária extraordinária foi agendada para o dia 15 de outubro, para votar uma moção e conscientizar a sociedade contra a série de ataques sofridos pelas universidades e institutos de pesquisa, caracterizados principalmente pelos cortes de bolsas e ameaças à autonomia universitária. No manifesto desta quarta-feira, o trânsito ficou complicado nas ruas centrais, principalmente nas Avenidas Francisco Glicério, Doutor Moraes Sales e Anchieta, por onde os professores e estudantes caminharam com gritos de ordem em defesa das pesquisas, da tecnologia e da educação. Cortes Atualmente, a Unicamp tem 2.861 pesquisadores que podem ficar sem vencimentos se não houver aporte ainda este ano no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os cortes poderão prejudicar também aproximadamente 110 cientistas que correm o risco de ficar sem verbas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Neste ano, 11.811 bolsas foram cortadas pelo Ministério da Educação em todo País. A comunidade acadêmica da Unicamp está mobilizada contra a exclusão das vagas e enviou à Presidência, na segunda quinzena de setembro, uma moção contra os cortes dos recursos federais. Desde o começo do ano, as principais agências federais de fomento e apoio à pós-graduação sofreram redução drástica de recursos para bolsas e auxílios à pesquisa, essenciais para milhares de estudantes brasileiros e para a sustentabilidade do sistema nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O CNPq registrou este ano um déficit de R$ 330 milhões, a Capes, de R$ 800 milhões, e a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) está paralisada pela falta de recursos necessários para honrar compromissos assumidos. Atualmente, CNPq e Capes aportam cerca de R$ 12 milhões mensais para financiamento de bolsas a 5 mil estudantes de pós-graduação na Unicamp. Segundo os representantes dos professores e estudantes, no curto prazo, o eventual corte desses recursos trará prejuízos incalculáveis para estudantes e, no médio prazo, para o país como um todo. Segundo os manifestantes, nenhum país em crise financeira corta recursos em educação e ciência, ao contrário, são essas áreas que permitem a recuperação e o desenvolvimento econômico. Na Unicamp, foi criado um grupo de trabalho com representantes da comunidade universitária para organizar a Assembleia Geral no dia 15 de outubro. O texto da moção a ser apresentada durante a assembleia também será elaborado a partir da colaboração dos participantes.

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