QUEREM RENÚNCIA

Passeata em vias do Centro e Cambuí pede saída de Dilma

Começa a concentração no Cambuí para os protestos que pedem a renúncia da presidente Dilma; manifestantes chegam com vassouras, apitos e bandeiras

Jaqueline Harumi
17/03/2016 às 17:38.
Atualizado em 23/04/2022 às 01:30

Os movimentos favoráveis à renúncia da presidente Dilma Rousseff continuaram em Campinas nesta quinta-feira (17) e os grupos que organizam os protestos na cidade esperam retomá-los diariamente até que a presidente saia do poder. A mobilização é continuação de uma série de eventos que acontecem em muitas cidades do País desde quarta-feira, como forma de reprovação à nomeação de Lula como ministro-chefe da casa civil pelo governo e também às conversas dele obtidas por quebra de sigilo telefônico e amplamente divulgadas. Centenas de pessoas se mobilizaram nesta quinta em dois protestos, um concentrado no Centro de Convivência, a partir das 17h, organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), e outro com concentração no Largo do Rosário, a partir das 19h, mobilizado pelo Movimento Vem Pra Rua. O primeiro ato começou tímido, acompanhado por um trio elétrico com músicas. Cerca de 150 manifestantes participaram do movimento, que acabou por volta das 19h30, parte com camisa do Brasil, parte vestindo preto, além de cartazes e bandeiras.   Foto por: Patricia Domingos/AAN Foto por: Patricia Domingos/AAN Foto por: Patricia Domingos/AAN Foto por: Patricia Domingos/AAN Foto por: Patricia Domingos/AAN Foto por: Patricia Domingos/ Especial para AAN Foto por: Patricia Domingos/ Especial para AAN Foto por: Patricia Domingos/ Especial para AAN Foto por: Patricia Domingos/ Especial para AAN Exibir legenda 1100

Multidão volta ao Centro de Campinas para protestar.

Multidão volta ao Centro de Campinas para protestar.

Multidão volta ao Centro de Campinas para protestar.

Multidão volta ao Centro de Campinas para protestar.

Multidão volta ao Centro de Campinas para protestar.

Manifestantes ocupam o Centro de Convivência em Campinas.

Manifestantes ocupam o Centro de Convivência em Campinas.

Manifestantes ocupam o Centro de Convivência em Campinas .

Manifestantes ocupam o Centro de Convivência em Campinas.   A movimentação no Largo do Rosário começou por volta das 17h, com interdição de uma faixa da Avenida Francisco Glicério, e duas horas depois o cruzamento com a Rua General Osório estava interditado. Com a união de quem saiu do ato do MBL, os organizadores do Vem Pra Rua contabilizavam 450 pessoas, no entanto ao longo da passeata, que se prolongou até 21h20 pelas ruas do Centro e Cambuí, o número do Vem Pra Rua acabou estimado em cerca de 10 mil pessoas, mas o número não foi sustentado pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal, que optaram por não divulgar o público. Chamou a atenção o grande ônibus preto com estrutura de trio elétrico do ex-empresário Ronaldo Brasileiro, 68 anos, defensor da intervenção militar, que ficou estacionado desde as 13h na Francisco Glicério, ao lado do Largo do Rosário. “Estou procurando que todo mundo trabalhe para que nós possamos reunir as pessoas para parar o País. Parando nós teríamos uma intervenção constitucional”, explica o mineiro. Pró-Lula Cerca de 40 militantes do PT em Campinas fizeram nesta quinta uma panfletagem na Praça da Concórdia, no Campo Grande, ontem, para convocar a população para a manifestação marcada para nesta sexta (18) na Capital, em defesa da democracia, dos direitos sociais e contra o golpe. Hoje pela manhã devem sair cinco ônibus do Largo do Pará com destino a São Paulo, além de ônibus que devem deixar a cidade de outras regiões e das cidades vizinhas. O ato está sendo organizado pela Frente Brasil Popular, que reúne mais de 60 entidades. As mobilizações devem ocorrer em todo o Brasil. Pelo País Protestos contra a nomeação de Lula como ministro, o PT e o governo Dilma Rousseff aconteceram nesta quinta, pelo segundo dia, em diversas cidades do País. Em Brasília, cerca de 3 mil pessoas se manifestaram em frente ao Palácio do Planalto. Eles bloquearam todas as faixas da Esplanada dos Ministérios e foram para o gramado do Congresso Nacional. O Batalhão de Choque e a cavalaria da PM faziam o cerco, impedindo que os manifestantes se dirigissem à parte da avenida que fica exatamente em frente ao Palácio do Planalto. Em São Paulo, cerca de 5 mil manifestantes ocuparam novamente a Avenida Paulista. Uma parte acampou em uma das pistas e promete permanecer no local até que Dilma saia do cargo. Um fato curioso foi a chegada da Tropa de Choque, chamada para monitorar o movimento, que prestou continência para os manifestantes. Houve tumulto quando um jovem de 17 anos gritou “não vai ter golpe”. Ele foi agredido e precisou ser retirado do local com escolta policial. (Com Inaê Miranda/AAN e Agência Brasil)   Cor preta marca ato silencioso antigoverno Em sinal de revolta e insatisfação diante da crise política nacional, algumas pessoas vestiram preto nesta quinta. Funcionários de comércios e empresas de diversos segmentos aderiram à ideia e foram trabalhar de “luto”. Um desses locais foi o Centro Infantil Boldrini, onde médicos vestiram camisetas pretas embaixo de seus jalecos. O intuito da instituição é demonstrar a indignação com os rumos da política brasileira. Para a presidente do instituto, Silvia Brandalise, a iniciativa expressa o “sofrimento da alma”, que está em luto após vivenciar tanta impunidade. “É muito triste ver a penúria que a saúde se encontra no Brasil enquanto pessoas desviam milhões em dinheiro. Como pode acontecer isso em um País em que mais da metade da população não possui saneamento básico?”, ressaltou. Para Fabiana Rinaldi, que pendurou uma bandeira do Brasil em sua loja no Cambuí, e onde os funcionários também foram vestidos de preto, essa é uma forma de demonstrar a insatisfação. “Estamos vivendo um processo de mudança histórico e é preciso que se tome a decisão certa para o Brasil crescer com dignidade, ordem e justiça”. O prédio da sede do SindiVarejista, na área central de Campinas, recebeu na manhã desta quinta uma faixa preta. O SindiVarejista é contra toda forma de corrupção, seja ela cometida por qualquer partido e/ou agente político. E a favor da transparência. “É preciso que os fatos sejam apurados corretamente, seguindo o que preza a Constituição Federal, para que nosso País encontre o caminho da prosperidade”, disse Sanae Murayama Saito, presidente do SindiVarejista de Campinas e Região. Por outro lado, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre, Paulo Gaspar, não concorda com essa atitude. “Acreditamos que a cor preta não represente o Brasil, por isso devemos protestar com as cores da nossa bandeira e dessa forma mostrar nossa indignação”, destacou. (Camila Ferreira/AAN)  

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