pânico

Passageiros viveram situação de medo

O assalto ao Terminal de Cargas de Viracopos no meio da manhã de ontem provocou pânico entre passageiros e funcionários do aeroporto

Gilson Rei
18/10/2019 às 07:37.
Atualizado em 30/03/2022 às 10:48

O assalto ao Terminal de Cargas de Viracopos no meio da manhã de ontem provocou pânico entre passageiros e funcionários do aeroporto. Todos ouviam tiros e ninguém sabia exatamente o que estava acontecendo. Os disparos do tiroteio começaram a ser ouvidos por volta das 10h e provocaram correria entre as pessoas que chegavam ou saíam do terminal. Famílias com crianças, passageiros de diversas partes do País e até do Exterior sentiram-se perdidos e procuravam abrigo. Funcionários demonstraram medo e tentavam se esconder. O aeroporto ficou fechado por cerca de 20 minutos e, neste período, alguns passageiros invadiram a área de embarque para se proteger dos tiros, causando muita confusão. Ao perceberem a correria do lado de fora do terminal, dezenas de pessoas que aguardavam no saguão correram para setores internos do aeroporto — entre eles, estavam aqueles que aguardavam na fila do raio X para os procedimentos de segurança de praxe. Depois de passado o perigo, os passageiros tiveram de repetir os procedimentos de segurança e enfrentar novas filas no raio X. O corre-corre cessou por volta das 11h, quando foi anunciado o retorno dos embarques e desembarques do aeroporto. Os passageiros que já tinham passado para a área de embarque de seus vôos tiveram que novamente encarar os detectores de metais. João Paulo de Souza, motorista de aplicativo, relatou momentos de medo e apreensão. “Cheguei para desembarcar uma passageira. Vi a chegada de três carros: uma Tiguan preta e dois Corolas. Os ocupantes dos carros começaram a atirar, me joguei no chão e fui me arrastando pra dentro do aeroporto”, disse. “Foi muita confusão, correria e gritaria. Muita gente gritando e som de tiroteio”, revelou. Na volta, Souza disse que chegou na pista da Rodovia Santos Dumont e viu mais confusão, caminhão pegando fogo e polícia. “Foi muito tenso”, comentou. Denise Santana, que trabalha com transporte internacional de cargas, disse que teve alguns prejuízos na liberação de cargas. “Aconteceu um pouco de atraso no lançamento de informações no sistema. Os departamentos que cuidam destas informações ficaram fechados por mais de duas horas. Atrasou atracação da carga e outras questões que acabam demorando a liberação das mercadorias”, afirmou. “Isso prejudicou, com certeza o importador, que tem um cronograma de entregas já planejado e que teve que mudar”, complementou. Ela questionou também a falta de segurança no setor de cargas. “Muitos importadores já me ligaram para saber como estava o aeroporto e todos estão muito preocupados em fazer novas viagens por conta da falta de segurança”, afirmou Denise. No período da tarde, Diego Bandeiras, agente aeroportuário, disse que estava indo com a esposa para Lisboa, em Portugal, e que antecipou a chegada em Viracopos quando soube do assalto. “Saímos de Guarulhos mais cedo, mudamos o cronograma para evitar atrasos no voo”, disse. “Nisso não houve prejuízo, mas a segurança nos aeroportos devem ser reforçadas e ampliadas, para que não gere tanta insegurança e tantos roubos”, afirmou. O trânsito na rodovia Santos Dumont foi intenso e ficou praticamente parado por uma hora e meia. “Perdi a reunião de negócios marcada em Indaiatuba e dificilmente foi conseguir recuperar”, lamentou o consultor Rogério Marques, que estava parado há mais de uma hora na via.

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