Prefeitura e governo estadual investirão R$ 8,5 milhões em obras
O Parque Ecológico tem uma área de 110 hectares e as reformas previstas incluem a pista de caminhadar (Patrícia Domingos/AAN)
O prefeito de Campinas Jonas Donizette (PSB) assinou, na manhã deste domingo (4), a ordem de serviço para a primeira fase das obras de revitalização do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, prevista para iniciar logo depois do Carnaval. A cerimônia ocorreu no parque com a presença de alguns secretários e vereadores. Ao todo, o Estado destinou R$ 8,5 milhões para reforma e manutenção do local. Esta verba será utilizada em duas etapas, sendo que nesta primeira serão investidos R$ 1,068 milhão nas reformas de seis quadras poliesportivas, campo de futebol, 2,6 mil metros da pista de caminhada - atualmente de terra e que receberão piso intertravado, que amortece o impacto para corredores e permite absorção da água das chuvas pelo solo. Terão melhorias também a pista de skate e o campo de bocha. As obras devem durar pelo menos seis meses e serão realizadas pela empresa Lagotela Eireli - EPP, de Minas Gerais. Tanto na primeira como na segunda fase das obras, a Prefeitura dará uma contrapartida de cerca de 20%. Na primeira etapa, por exemplo, a Prefeitura arcará com R$ 187 mil (17,5%). A segunda etapa, que deve consumir cerca de R$ 7,4 milhões, só poderá começar depois de concluída a primeira. A expectativa é de que as obras iniciem ainda este ano. Segundo o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Dimas Paulella, o projeto já está em andamento e serão incluídos a restauração do casarão, sede da fazenda, a troca do alambrado (um total de 5 quilômetros), a reforma dos sanitários e o prédio do restaurante. “Assim que prestarmos contas da primeira etapa, e for aprovado, iniciaremos o processo de licitação da segunda fase, que deve durar de três a quatro meses”, disse o prefeito Jonas Donizette. O Parque Ecológico pertence ao governo do Estado, mas em 2014 ele transferiu a área para o Município, por um período de 99 anos. Desde então, a gestão passou a ser compartilhada. A medida foi tomada na época para pôr fim na situação de abandono que se encontrava o local. Na ocasião, houve um acordo e o Estado se comprometeu a liberar recursos. Por muito tempo o lugar foi alvo de degradação, queimadas e assaltos que acabaram afastando os frequentadores. Uma das primeiras medidas adotadas na gestão municipal foi o reforço na segurança e a utilização do espaço para uma série de eventos, que trouxeram frequentadores de volta. Prédios tombados Com uma área de 110 hectares e projeto paisagístico de Roberto Burle Marx, a implantação do Parque Ecológico visou a recuperação e repovoamento vegetal de uma área de 2,85 milhões de metros quadrados, com 1,1 milhão de metros quadrados abertos ao público, com espécies da flora brasileira, nativas da região da bacia do Rio Piracicaba e algumas exóticas, em especial palmeiras. O Parque Ecológico abriga também exemplares tombados e restaurados da arquitetura campineira do século 19, entre eles, o Casarão, a tulha e a capela da antiga Fazenda Mato Dentro, espaços que integram um Museu Histórico Ambiental e o desenvolvimento de diversos programas de educação ambiental. A área foi incorporada em 1937 pela Secretaria Estadual de Agricultura como estação experimental do Instituto Biológico. Só em 1987 foi transformada em Parque Ecológico pelo governo estadual. O nome é uma homenagem ao sacerdote Emílio José Salim (1903/1968), nascido no distrito de Sousas, ordenado em Roma e um dos fundadores da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas. “Estamos desenvolvendo muitas atividades aqui. Hoje (domingo), por exemplo, tem o campeonato da 1<SC210,170> Taça de Mountain Bike. A ideia é trazer outras atividades para cá”, falou o prefeito. Apesar de a reforma ser bem-vinda, frequentadores do parque defendem que também deve ser implantado no local um projeto voltado para segurança. Como a área é muita extensa e maior parte com pouca circulação de pessoas, os frequentadores afirmam que é perigoso e ocorrem assaltos. “Tenho muitos amigos que costumam andar de bicicleta aqui e a maioria já foi vítima de assalto. Seria bom ter guardas, patrulhamento para intimidar os criminosos”, disse o empresário Frederico Ribeiro, de 38 anos, que costuma ir ao local todos os domingos com a mulher, Flávia Matheus, e o filho pequeno. “Em termos de limpeza, o parque está muito bom mesmo. Mas falta segurança”, frisou Flávia. A coordenadora de departamento administrativo de pessoal, Silmara Crispim Viero, de 47 anos, também defende mais segurança no parque e mais opções de lazer para crianças. Ela costuma levar o filho pequeno no local quase todos os domingos. “Aqui tem só um parquinho, mas criança gosta de brincar”, disse.