Para os próximos dois anos o parque receberá investimento de R$ 8,6 milhões do governo estadual
A Prefeitura de Campinas vai oficializar ainda este mês a gestão plena do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, às margens da Rodovia Heitor Penteado. Em princípio, a Administração faria a assinatura do convênio com o governo do Estado no dia 14 de julho, data de aniversário do município, mas adiantou o trâmite por se tratar de ano eleitoral e ficar impedida de celebrar convênio com o Estado após o dia 5 de julho. Para os próximos dois anos e meio o parque receberá um investimento de R$ 8,6 milhões do governo estadual, e estão programadas reformas em todos os setores que há tempos se encontram em estado de abandono. A Prefeitura, em contrapartida, cuidará da manutenção das áreas verdes, dos prédios e da segurança.A decisão da Prefeitura em assumir o parque foi acertada no fim de maio, durante reunião entre o secretário de Estado do Meio Ambiente, Rubens Rizek, e os secretários municipais que respondem pelas pastas do Verde, Rogério Menezes, e Serviços Públicos, Ernesto Dimas Paulella. Até então, Município e Estado fariam uma gestão compartilhada, mas Campinas reviu essa opção. “O Município, assumindo o parque, poderá colocar em prática as políticas públicas das secretarias plenamente. Quando temos duas equipes, sempre é mais difícil essa gestão”, disse Menezes, referindo-se a divisões de atividades com o Estado. A Secretaria de Serviços Públicos será responsável pela administração do parque e terá um custo estimado em R$ 3,5 milhões para a manutenção do espaço e segurança, entre outras intervenções.De acordo com o secretário, o jurídico da Prefeitura e a Procuradoria Geral do Estado devem dar uma parecer nos próximos 15 dias sobre a minuta do convênio. Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Infraestrutura detalha os orçamentos e os pontos que receberão melhorias no parque.Os R$ 8,6 milhões serão repassados para Campinas em parcelas trimestrais. Após a assinatura, será liberado para o segundo semestre deste ano R$ 1,6 milhão. Para os próximos dois anos, os demais R$ 7 milhões. “Para este ano vamos iniciar de imediato a adequação física dos espaços e consertar toda a iluminação do parque”, adiantou Menezes.Dentro do plano de melhorias que o parque receberá nos próximos anos está a reforma das edificações (lanchonetes e teatro de arena), reforma das áreas esportivas (quadras e campos de futebol), pavimentação, academias ao ar livre, áreas infantis, bebedouros, lixeiras, novas placas e quiosque com mesas de jogos. A Administração deverá fazer uma licitação global e estipular um cronograma de execução para dos próximos dois anos e meio.DegradaçãoO assistente administrativo Lindomar Batista Aguiar, de 37 anos, estava ontem pela manhã com os três sobrinhos brincando na área do estacionamento do parque. “Os demais lugares estão degradados. A quadra não tem tabela de basquete, o playground sumiu e ainda corremos o risco de pegarmos carrapato devido a quantidade de capivaras. A gente vem aqui porque é perto de casa”, afirmou.O parque enfrenta ainda um problema que deverá ficar nas mãos da Vigilância Sanitária: a solução para o número grande de capivaras que vivem no local. De acordo com informações da Prefeitura, estima-se que no parque haja cerca de cem animais, que são os principais hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa. A Vigilância deverá analisar qual o risco da permanência delas no parque e se há infecção ou indícios de contaminação da febre maculosa. TeatroO local também abrigará o Teatro de Ópera Carlos Gomes, que deverá estimular ainda mais uso do parque. O projeto arquitetônico foi elaborado pelo arquiteto Carlos Bratke e doado à Administração pelo Swiss Park. A pedido da Secretaria de Cultura, o projeto passou por alterações para atender às necessidades de um teatro de ópera. A construção custará cerca de R$ 80 milhões.