conscientização

Parkinson afeta 200 mil brasileiros

O Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson completou 30 anos no último dia 11. A data foi instituída no calendário internacional pela OMS em 1988

Henrique Hein
21/04/2018 às 21:15.
Atualizado em 28/04/2022 às 06:27
Doença degenerativa atinge principalmente as pessoas com 60 anos ou mais em todo o mundo (iStock/Banco de imagens)

Doença degenerativa atinge principalmente as pessoas com 60 anos ou mais em todo o mundo (iStock/Banco de imagens)

O Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson completou 30 anos no último dia 11. A data foi instituída no calendário internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1988, com o objetivo de esclarecer e informar a população sobre as consequências da doença neurológica e degenerativa, que afeta principalmente as pessoas com 60 anos ou mais. Segundo os dados divulgados pela própria OMS, cerca de 5 milhões de pessoas sofrem com a enfermidade em todo mundo, das quais 200 mil são brasileiras, o que representa 4% dos números. O neurocirurgião da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcelo Valadares explica que atualmente não existe cura para a patologia, já que os tratamentos disponíveis apenas permitem o controle da enfermidade. “Ela é uma doença neurodegenerativa, que afeta alguns tipos de neurônios, promovendo tremores, rigidez e lentidão nos movimentos dos pacientes. Esses neurônios são responsáveis por se comunicarem entre si. Conforme vão morrendo, eles vão trazendo maiores complicações com o tempo. Nós costumamos dizer que quando há a perda 60% ou mais desses neurônios, os sintomas da doença começam a aparecer”, explica Valadares. Para a neurologista do Hospital da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, Grace Helena Letro, o paciente com doença de Parkinson costuma apresentar os sinais pré-clínicos da enfermidade antes mesmo dos sintomas iniciais começarem a aparecer. “Ele pode apresentar distúrbio de sono, constipação, perda do olfato, apatia, dor e síndrome das pernas inquietas muitos anos antes dos sintomas da doença”, explica a especialista. Além dos indicativos clássicos citados por Grace, existem também outros indícios (não motores) que estão ligados à doença, como, por exemplo, depressão, psicose, constipação intestinal e demência. “Na média, uma em cada cem pessoas tem a doença depois que atinge os 65 anos. Então, ela é uma enfermidade muito mais comum do que se imagina”, explica Valadares. Apoio Para o neurocirurgião da Unicamp, a importância da participação familiar é fundamental para que o paciente venha a ter uma vida tranquila e sem nenhum tipo de sofrimento. “É importante que a família busque o tratamento e a ajuda necessária. Apesar de o Parkinson ainda não ter cura, hoje em dia existem grupos e associações que prestam apoio para esse tipo de situação; existem medicamentos dos mais variados tipos para as fases iniciais e agudas. Existe até cirurgia, que pode ser feita em alguns casos, para diminuir a gravidade da doença”, ressalta Marcelo Valadares. Grace Letro sugere também que a família procure ajuda de um neurologista, um fisioterapeuta e/ou um fonoaudiólogo. Ela ressalta, contudo, que mais do que levar o ente querido nos locais que prestam o tratamento, é importante também não deixar de acompanhar a evolução do quadro clínico. Se isso for feito, “o paciente tem grande melhora e pode ter uma boa qualidade de vida”, afirma a especialista do Hospital da PUC-Campinas.

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