Projeto vai transformar antigo espaço, ao lado do Terminal Cury, em academia de ginástica pública
Imóvel passa por adequações para a instalação de tatames, equipamentos de ginástica e musculação: rede campineira ganha um novo ginásio r (Leandro Ferreira/AAN)
Depois de transformar o Galpão de Lemos – imóvel do antigo complexo ferroviário da região central – em um espaço para a prática de eventos esportivos, a Prefeitura conseguiu uma nova parceria para incentivar a prática de atividades físicas. A antiga sede do Clube Concórdia, ao lado do Terminal Cury, está sendo transformada em uma academia de ginástica, aberta ao público. O prédio – de 900 metros quadrados – foi construído ainda na década de 60, no mesmo terreno onde funcionava, desde 1938, a primeira sede própria do clube. As atividades abertas aos associados, no entanto, acabaram transferidas para a sede de campo do Concórdia. Desde 98, o prédio só servia para locações ocasionais. O acordo fechado agora entre o clube e a Prefeitura vai contribuir com a revitalização daquele trecho degradado da metrópole. Para ter abatimento no IPTU devido ao Município, a diretoria cedeu o prédio a projeto da Secretaria Municipal de Esportes. Até outubro, o imóvel passa por adequações para a instalação de tatames, equipamentos de ginástica e musculação. “Sem provocar um rombo nas contas públicas, ganhamos um novo ginásio de esportes”, comemora o secretário municipal de Esportes e lazer, Dário Saadi. A estratégia da pasta – aprimorar os equipamentos públicos sem gastar – ficou evidenciada na reforma do Galpão de Lemos, entregue em março. Na ocasião, as obras estruturais (em um imóvel de 146 anos) foram pagas por um grupo empresarial privado. Hoje, por ali, acontecem oficinas esportivas e culturais. Números Aos poucos, a Administração consegue disponibilizar espaços e incentivar o hábito da atividade física entre os campineiros. Só em 2017, por exemplo — segundo dados contabilizados pela própria secretaria —, 498 mil pessoas participaram de 81 eventos que fizeram parte da grade anual de programação esportiva. Somados os eventos abertos a grupos específicos – como as atividades para a terceira idade e as escolinhas esportivas infantis – Campinas chegou ao impressionante número de 710 mil pessoas engajadas. Claro. Só a Virada Esportiva do ano passado envolveu 130 mil pessoas. E é natural que a mesma pessoa tenha participado dos diversos eventos agendados ao longo do ano. Ainda assim, os números comprovam que a cidade valoriza cada vez mais a prática de atividades físicas. Para Fernando Vanin, coordenador municipal de Esportes, o grande mérito da Administração foi buscar parcerias com a sociedade civil. E elas não se limitam ao patrocínio para reformas, como foi o caso do Galpão de Lemos. “A Virada Esportiva, maior a cada ano, só acontece porque os clubes particulares e entidades fornecem seus espaços e equipamentos para a realização do evento. Sozinha, a Prefeitura não ia conseguir mobilizar tanta gente”, diz. Sedentarismo no Brasil Os investimentos da Prefeitura na adequação e ampliação dos equipamentos esportivos são anunciados justamente na semana em que a Organização Mundial de Saúde divulgou números preocupantes sobre a falta de atividade física entre os brasileiros. Nada menos que 47% dos adultos que vivem no País são absolutamente sedentários. A informação foi publicada na última terça-feira, na revista The Lancet Global Health Journal, com base em dados coletados ainda em 2016. Detalhe. Em 15 anos, o Brasil foi o país que registrou um dos maiores saltos no que se refere ao porcentual de população com comportamento físico inadequado, ocupando a quinta posição entre os países com as piores taxas no mundo. O quadro é mais sério entre as mulheres adultas: 53% delas são sedentárias. O levantamento avaliou 1,9 milhão de pessoas em 168 países. A organização considera que um patamar adequado inclui 150 minutos de atividade física moderada por semana (caminhar, por exemplo) 75 minutos de uma prática intensa (como a corrida). Precariedade Reportagens do Correio Popular mostraram nas últimas semanas o estado precário de alguns dos centros esportivos de Campinas, mantidos pela Prefeitura. Parte deles funciona com instalações degradadas, com piso deteriorado, alambrado rompido, piscina vazia ou com água verde e suporte “fantasmas” para a prática de basquete, entre outros problemas. Entre as unidades com falhas estruturais expostas pelo Correio estão o complexo esportivo na região do Cafezinho, próximo à Rodovia D. Pedro I, e o Centro Esportivo dos Trabalhadores na Vila Castelo Branco. (Com informações do Estadão Conteúdo)