ABANDONO

Parceria é alternativa para recuperar a pedreira

Área de lazer localizada na Jardim Garcia está abandonada há vários anos

Felipe Tonon
15/06/2013 às 11:44.
Atualizado em 25/04/2022 às 13:16

Um cenário de abandono e degradação. É assim que está, há anos, uma área de lazer localizada na Pedreira do Garcia, no bairro que dá nome ao paredão. Mas um entrave burocrático, segundo a Prefeitura de Campinas, impede a limpeza do local por meio da Secretaria de Serviços Públicos, por se tratar de uma área particular. A população do bairro que frequenta a pedreira pede a revitalização da praça que já existe ali, mas que se transformou em pedaços de ferro enferrujados, que já fizeram parte de um parquinho e de uma academia de musculação a céu aberto. Até uma pista de skate foi construída no passado, mas está inutilizável. Em alguns trechos, o mato ultrapassa dois metros de altura.

“Colocaram o parquinho há muito tempo, limparam. Antigamente tinha tudo, agora não fazem nada”, disse o aposentado Valdir Gandolfi, de 53 anos, que mora no bairro desde 1974, quando a pedreira ainda estava em atividade. Com a desativação e o fim das explosões no local, ele garante que já ouviu diversas promessas de transformar a pedreira em parque público. “Ficou só na ideia. O Garcia é um dos poucos bairros de Campinas que não tem área de lazer”, afirmou Gandolfi, que andava de bicicleta na pedreira. “Aqui ainda é tranquilo passear durante o dia, mas à noite, esquece. É complicado”, disse, sobre a falta de iluminação na área, que atrai muitos usuários de drogas. Um poste de madeira desativado é a única coisa que sobrou da rede elétrica.

O técnico em informática Daniel Lopes, de 24 anos, também reivindicou. “Não tem nada para fazer aqui. Precisa de muita coisa. Cortar essa grama, fazer um parque decente, com equipamentos de academia”, pediu. Lopes se exercitava em uma barra de ferro enferrujada. Outros equipamentos de musculação que foram instalados há anos estão quebrados. Muitos foram substituídos por pedaços de madeira.

“Isso aqui não faz parte do município. Não me lembro nem quando foi a última vez que limparam aqui”, disse o metalúrgico e corredor Márcio Favorato, de 45 anos, que treina na pedreira. Ele lembrou que há cerca de 40 dias, após reclamações dos moradores à Prefeitura, um pequeno trecho de grama foi cortado. “Eu pensei que fossem limpar tudo, mas enganaram a gente. O trator ficou aqui um dia e foi embora.”

Acompanhado de um grupo de amigos corredores, o atleta disse que tenta ajudar a manter o espaço limpo. “De vez em quando a gente traz sacos plásticos e vai recolhendo o lixo que a turma joga. Aqui é um lugar muito bom para treinar, mas tem que limpar. Não temos nenhuma ajuda da Prefeitura.” A falta de limpeza e o abandono têm gerado outros problemas, segundo os frequentadores, como acúmulo de entulho, lixo e até ponto para desova de veículos roubados.

Prefeitura

O secretário de Serviços Públicos, Ernesto Dimas Paulella, informou, por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura, que por se tratar de área particular a Administração municipal não pode realizar os serviços de manutenção, como acontece nas praças públicas da cidade, portanto, a Prefeitura não possui plano para urbanizar a área a curto prazo. Paulella informou que já manteve contato com o proprietário da pedreira e há projeto de estabelecer uma parceria para que a pedreira possa ser transformada em parque. Mas há diversos procedimentos jurídicos a serem cumpridos, um deles é a doação do terreno. A reportagem tentou conversar com o proprietário da área, mas ninguém foi localizado. Segundo informações, uma mineradora é dona do local.

Por ser terreno particular, a orientação é que os moradores registrem as reclamações no serviço 156 da Prefeitura. As demandas são repassadas à Coordenadoria de Fiscalização de Terrenos (Cofit), responsável pela fiscalização e notificação de áreas que não estejam no padrão exigido por lei.

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