Parceria com a China ativa comércio popular

O governo municipal de Campinas planeja estreitar as relações com províncias chinesas, promovendo o intercâmbio comercial e incrementando o comércio popular. Os produtos chineses — da confecção aos celulares, de utensílios domésticos a calçados — contam com conhecidos pontos de distribuição em ruas de comércio popular das grandes cidades. A proposta campineira é a de que os comerciantes consigam eliminar atravessadores, importando diretamente da China, em bloco, os artigos que poderão ser vendidos diretamente ao consumidor. Na manhã da última terça-feira, por exemplo, aconteceu no Salão Vermelho, do Paço Municipal, um evento que teve o objetivo de apresentar o projeto a micro, pequenos e médios empresários de Campinas. O vice-prefeito de Campinas, Henrique Magalhães Teixeira, é o idealizador do projeto. Ele próprio já esteve em missões e delegações entre Campinas e China. “Podemos criar meios bem mais baratos e eficientes para importar mercadorias, com os empresários campineiros unidos no mesmo contrato, compartilhando a mesma estrutura”, disse o vice-prefeito, durante visita que ele fez à redação do Correio. A aproximação com os orientais é considerada estratégica. Ele lembrou parcerias importantes já firmadas, como aquela com a Universidade de Minjiang, de Fuzhou, que oferece bolsas de estudos para campineiros. Com o intercâmbio comercial, avalia, a parceria só tende a crescer. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Social e Turismo, André Von Zuben, o governo municipal também se coloca à disposição dos pequenos empresários locais que sonham exportar para a China. No intercâmbio, aposta, todos evoluem. Potencialidade O interesse chinês também é grande. Segundo o conselheiro econômico e comercial He Jun, representante do Consulado Geral da China em São Paulo no evento de terça, a China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil há dez anos, e Campinas pode assumir um papel ainda mais importante nessa relação. Associações comerciais, representantes da indústria e de investimentos em logística também marcaram presença no Salão Vermelho. “Irmãs” Campinas possui afinidade com a China há algum tempo. A cidade é irmã de dois municípios chineses: Fuzhou, desde 1996, e Dongguan, desde 2016. Desde 2013, Campinas mantém relacionamento estreito com os chineses. Uma parceria significativa envolveu a empresa BYD, que escolheu a cidade para montar duas fábricas: uma de ônibus elétricos, que opera desde julho de 2015, e uma de painéis solares, em 2017. Outros exemplos bem-sucedidos da presença de empresas chinesas em Campinas são a State Grid, controladora da CPFL, a Hainan Airlines, sócia da Azul, e a Huawei (tecnologia).