COOPERAÇÃO

Parceria aperfeiçoa e barateia teste de Covid

Unicamp, Mendelics e Embrapii unem conhecimentos e esforços

Da Agência Anhanguera
02/09/2020 às 08:22.
Atualizado em 28/03/2022 às 17:01
A disponibilização dos testes ajudará a ampliar a testagem, eficiente meio de conter a disseminação da doença (Divulgação)

A disponibilização dos testes ajudará a ampliar a testagem, eficiente meio de conter a disseminação da doença (Divulgação)

O Centro de Química Medicinal (CQMED) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) assinou um acordo com o laboratório de genômica Mendelics e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) para o aperfeiçoamento do teste de saliva para Covid-19. O CQMED ficará responsável por desenvolver dois reagentes-chave do exame que são importados, sendo que a Mendelics procederá aos testes. A ideia é unir a expertise do centro da Unicamp no design e produção de enzimas específicas em escala e a logística da Mendelics. Deste modo, a expectativa é ampliar a disponibilidade destes componentes essenciais para a autonomia do Brasil na produção desses testes. Os parceiros consideram que, atualmente, um dos principais gargalos do combate ao coronavírus é a testagem em massa da população. No caso, porque sua realização ampla, rápida e acessível é fundamental para rastrear o vírus, identificar rapidamente novos casos e impedir a transmissão da doença. "O teste denominado RT-LAMP #PARECOVID traz segurança no retorno às atividades de trabalho presenciais, em escolas e ao lazer. A produção brasileira de insumos pelo CQMED ampliará a disponibilidade do teste no Brasil, reduzirá custos e garantirá fornecimento independente da demanda mundial por testes", afirma o diretor executivo da Mendelics, David Schlesinger. O novo teste molecular de Covid-19 foi desenvolvido pela Mendelics em parceria com o Hospital Sírio-Libanês. É capaz de identificar a presença do vírus em amostra de saliva durante o período de infecção ativa. Assim como o RT-PCR, ele não detecta os anticorpos de pessoas já recuperadas, mas sim o próprio vírus. O protocolo é baseado em uma técnica chamada de "transcriptase reversa com amplificação isotérmica mediada por loop" ou RT-LAMP. Esta técnica já é utilizada para diagnóstico de outras doenças como Dengue, Chikungunya, Hepatite A e Zica. O RT-LAMP #PARECOVID foi lançado em junho pela Mendelics e tem a sensibilidade e a especificidade comparáveis ao RT-PCR, além de possibilitar a autocoleta não-invasiva sem a necessidade de swabs (cotonete estéril que serve para coleta). O teste de saliva consegue manter a estabilidade da amostra por até três dias em temperatura ambiente e suprime a etapa de extração do material genético (RNA) do vírus. A tecnologia desenvolvida para este teste é capaz de produzir resultados em poucas horas, muito mais rápido que os testes de RT-PCR disponíveis, sendo que o custo do RT-LAMP é cinco vezes menor que o RT-PCR — encontrado, em média, por R$ 350 — cujo fornecimento de insumos está fortemente limitado em todo o mundo.

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