Polícia Federal acompanha a instalação das cercas em terrenos próximo ao aeroporto (Dorinaldo Oliveira/ Correio Popular)
A concessionária responsável pela administração do Aeroporto Internacional de Viracopos começou na manhã desta segunda-feira (25) a cercar os terrenos baldios que ficam em frente ao aeroporto. O objetivo, segundo a empresa, é para que os terrenos não sejam invadidos, nem vendidos por terceiros de forma irregular. A área pertencem à União. O cercamento conta o apoio das polícias Federal, Civil e Militar.
Moradores de terrenos que já foram invadidos reclamam de que muros estão sendo derrubados e de que não foram avisados sobre a reocupação. “A gente não tem como entrar na frente do trator. Os federais querem prender a gente. E os PMs estão armados com fuzil. A gente não sabe nem o que vai fazer”, disse Abraão Eugênio Pinheiro, uma das lideranças dos ocupantes.
Já de acordo com a Concessionária Brasil Viracopos, os muros que estão sendo derrubados são os que cercam terrenos vazios. Muitos deles, inclusive, com placas com os dizeres: “vende-se”. Ainda segundo a assessoria de imprensa da concessionária, os muros que cercam casas já construídas não foram mexidos. Nestes casos, já há três ações correndo na Justiça Federal para resolver a questão – por tanto, o cercamento não é uma reocupação.
Quanto ao fato dos moradores não terem sido avisados, a assessoria informou que essa foi uma tática adotada para que os invasores não tivessem tempo para levantar novas casas, ainda que fossem de alvenaria – o que não poderia ser tocado.
A empresa usará os terrenos que estão sendo cercados para expandir o aeroporto. Informa, ainda, que o local não é seguro para residências, porque acima delas há os aviões decolando e pousando em direção à pista.
O Cidade Singer é um dos bairros que está na chamada área de curva de ruído do terminal, e aproximadamente 200 famílias precisam ser removidas do local para que a concessionária consiga realizar a segunda parte do plano de ampliação do aeroporto.
A concessionária começou a operação por volta das 7h, com resistência da população. Nervosos, moradores cobraram o mandado judicial para a realização da operação. Mas segundo representantes da concessionária que acompanharam os trabalhos, a empresa não necessita de autorização da Justiça para realizar as demolições porque a área pertence à União. Durante a operação, um dos tratores atingiu uma tubulação da Sanasa, e parte do bairro ficou sem água.
Com informações de Dorinaldo Oliveira/ Correio Popular