COMÉRCIO

Pandemia provoca rombo de R$ 4 bi

Segundo levantamento da Acic, perda ocorreu entre janeiro e agosto na comparação com 2019

Daniel de Camargo
12/09/2020 às 10:08.
Atualizado em 28/03/2022 às 15:45
A expectativa dos economistas é que a taxa negativa de vendas do comércio desses primeiros meses do ano melhore um pouco até dezembro (Wagner Souza/AAN)

A expectativa dos economistas é que a taxa negativa de vendas do comércio desses primeiros meses do ano melhore um pouco até dezembro (Wagner Souza/AAN)

Diretor da entidade, o economista Laerte Martins analisa que o rombo financeiro é resultado de uma paralisação quase completa da atividade econômica durante a quarentena. Lembra que, por longo período, apenas os estabelecimentos essenciais foram autorizados a funcionar. Isso implicou em um efeito cascata iniciado entre março e abril, quando ocorreu um grande baque nas vendas do setor. Comenta que o resultado negativo foi amenizado nos últimos meses pela retomada das atividades."A recuperação será gradual e lenta. A expectativa é que a taxa negativa (-18,99%) melhore um pouco até o final do ano, se continuarmos nessa fase ou avançarmos", projeta ele. Impulsionado pelas vendas dos setores de drogarias e farmácias, supermercados e materiais para construção, o faturamento do comércio da RMC registrou alta de 10,35% em agosto na comparação com julho. O montante saltou de R$ 2,241 bilhões para R$ 2,499 bilhões. Contudo, apresentou queda de 12,35% em relação a agosto de 2019, quando o resultado foi de R$ 2,851 bilhões. Os valores foram informados por Martins com base em análise feita pelo Boa Vista SCPC. Segundo o economista, um dos destaques do mês de agosto foi a redução da inadimplência em 44,70%. Entre o último mês e julho, o saldo de registros incluídos despencou de 46.195 para 25.545. Na comparação com agosto de 2019, quando o saldo foi de 25.960, a redução foi de apenas 1,60%. Setores De acordo com a Acic, os setores que tiveram crescimento nas vendas entre julho e agosto foram as drogarias e farmácias (3,13%) e os supermercados (17,50%,) na categoria bens não duráveis, e material de construção (34,06%), em bens duráveis. No entanto, tiveram as vendas reduzidas os setores de vestuário (-25,15%), turismo e transportes (-71,20%) e bares e restaurantes (-51,20%). Esses dois últimos estão na categoria de Vendas de Serviços. IBGE diz que julho mostrou recuperação O volume de vendas do varejo cresceu 5,2% em julho, na comparação com o mês anterior, após a alta recorde de 13,3% em maio e de 8,5% em junho. Este é o maior resultado para o mês de julho da série histórica, iniciada em 2000, e a terceira alta seguida no ano, com algumas categorias apresentando resultados acima dos registrados no período pré-pandemia, como móveis e eletrodomésticos e hiper e supermercados. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quinta-feira. O comércio varejista como um todo está 5,3% acima de fevereiro, quase a mesma variação de junho para julho (5,2%), ou seja, o crescimento de julho já representou um ganho. "Até junho, houve uma espécie de compensação do que ocorreu na pandemia, então em julho a recuperação já tem um excedente de crescimento", avalia o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

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