indústria e comércio

Pandemia muda horário de funcionamento

A Prefeitura e a Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) anunciaram ontem a criação de turnos alternados na indústria e no comércio

Da Agência Anhanguera
18/03/2020 às 07:44.
Atualizado em 29/03/2022 às 17:22

A Prefeitura e a Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) anunciaram ontem a criação de turnos alternados na indústria e no comércio para reduzir o fluxo de pessoas no transporte público. A intenção é fazer um escalonamento de horários de entrada e saída de funcionários e, com isso, ajudar a conter o avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na cidade. A proposta enviada aos comerciantes pede que a distribuição do horário de entrada dos empregados ocorra das 8h às 10h, e a saída, das 16h às 18h. Ao todo, Campinas contabilizava, até a noite de ontem, dois casos confirmados e 91 suspeitas de infecção pela Covid-19. A presidente da Acic, Adriana Flosi, orienta os consumidores para que tenham cautela na hora de comprar alimentos, produtos de limpeza e de higiene pessoal. Segundo ela, o ideal é adquirir produtos suficientes para uma semana. “O momento é de cada um fazer a sua parte para preservar o bem-estar coletivo. Nesse sentido, a nossa orientação visa tanto o cuidado com a saúde dos comerciantes, como a de seus colaboradores e da população em geral", disse. Segundo Adriana, o impacto das medidas adotadas deverá gerar uma queda do faturamento do comércio no acumulado do mês. “Sabemos que as medidas de isolamento social terão impacto na economia, mas ainda não temos como avaliar a totalidade. Com as informações e dados até o dia de hoje (ontem), a expectativa para o comércio de Campinas é de uma perda de 15% a 20% das vendas até o final de março. A manutenção dessa estimativa dependerá da estabilidade ou não do cenário que temos atualmente”, afirmou. Moradores de rua O aumento da população de rua foi outro ponto debatido entre Prefeitura e Acic. Hoje, muitas famílias venezuelanas também chegam a Campinas. No que se refere à questão da mendicância, segundo Adriana Flosi, a Prefeitura informou que está tomando providências, inclusive, inaugurará nos próximos dias uma Casa de Passagem, próxima ao Mercadão. Em nota, a Acic destacou que o poder público também informou que vai criar lei específica para “regular as entregas de alimentos nas vias centrais, realizadas por ONGs e igrejas, de modo que essas ações passem a ser realizadas em espaços da Prefeitura”. Shoppings de Campinas reduzem atendimento ao público Atendendo recomendações da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e da Prefeitura de Campinas, com objetivo de reduzir a concentração de pessoas e combater a propagação do Covid-19, alguns shoppings da cidade anunciaram que vão diminuir o horário de funcionamento, passando a operar das 12h às 20h. Normalmente, os centros comerciais abrem das 10h às 22h. A medida passa a valer hoje, para o Campinas Shopping, Galleria, Iguatemi, Parque D. Pedro Shopping, Prado Boulevard e o Shopping Parque das Bandeiras. O Unimart se limitou a informar, em nota, que operou normalmente ontem. O Parque D. Pedro Shopping informou, em nota, que, vem intensificando, desde fevereiro, a rotina de limpeza e higienização dos espaços comuns e do sistema de ar-condicionado central. O Iguatemi e o Galleria informaram, em nota, que essa é uma medida responsável de cuidado e respeito com o próximo. Já o Shopping Parque das Bandeiras informou que a decisão de abertura será flexibilizada e a posição de das marcas respeitada. A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) informou que se reuniu com a Abrasce, ontem, para estudar formas de reduzir o impacto negativo sobre o varejo e sobre a economia como um todo. "As entidades irão se reunir com representantes do governo federal para discutir a flexibilização na cobrança de impostos", diz trecho da nota. Só em Campinas, há oito empreendimentos comerciais, onde estão instaladas mais de 1,4 mil lojas. Segundo o advogado Gustavo Manggioni, do escritório E.Faigle & Manggioni, e presidente da Comissão de Shopping Center da regional Campinas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), essa ação aliada à crise deve agravar os prejuízos dos empresários do setor. Para Manggioni, a situação pode piorar. “Apesar da necessidade da adequação, não está descartada a possibilidade de o prefeito utilizar de sua autoridade, para determinar o fechamento do comercio e dos shopping centers”. (Daniel de Carmago/AAN)

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