sincretismo religioso

Pandemia cancela ato pela primeira vez em 35 anos

Em atendimento as medidas adotadas pelo poder público para conter a Covid-19, foi cancelada pela 1ª vez em 35 anos, a Lavagem da Escadaria da Catedral

Daniel de Camargo
12/04/2020 às 09:26.
Atualizado em 29/03/2022 às 16:16

Em atendimento as medidas adotadas pelo poder público para conter a disseminação da Covid-19, foi cancelada pela primeira vez em 35 anos, a Lavagem da Escadaria da Catedral Metropolitana, situada na Praça José Bonifácio, no Centro, em Campinas. O tradicional ritual, que valoriza o sincretismo religioso, ocorre no Sábado de Aleluia, único momento em que a Igreja Católica se encontra fechada. Desde 1998, a manifestação cultural está incorporada ao Calendário Oficial da cidade, e desde 2005 integra o Calendário Turístico do Estado de São Paulo. O evento costuma acontecer durante o dia, das 9h às 17. A festividade congrega adeptos de religiões afro-brasileiras do Município e de toda a Região Metropolitana de Campinas (RMC) e normalmente é acompanhado por milhares de pessoas. Como marca registrada, reúne diversas gerações, que se conglomeram, independente de classe social, raça ou credo. Ontem, pela manhã, a coidealizadora do ato, Mãe Dango, escreveu em uma rede social que, apesar da manifestação não ter ocorrido presencialmente, acontece no coração, no pensamento, na fé, no amor, na alegria e na resistência de cada um de seus filhos, grupos culturais e população que costuma participar. O texto publicado acompanhava um vídeo com músicas, no qual os organizadores pediam as pessoas para seguirem as recomendações das autoridades sanitárias e permanecerem em suas casas. Anteontem, em outra postagem em vídeo, Mãe Dango pediu coragem e afirmou que, esse momento, vai passar. Outras figuras importantes do ato como a também coidealizadora, Mãe Corajacy, e o umbandista João Galerani, popularmente chamado de “Pai Joãozinho”, deixaram recados. Antes de lavar as escadarias da Catedral, os participantes se concentram em frente à Estação Cultura. Em seguida, descem pelas nove quadras da Rua 13 de Maio. entre outros. Os trajes utilizados são sempre com predominância da cor branca, em referência à paz e a pureza. O cortejo entoa cânticos e exibe flores, que no encerramento do ato são distribuídas para o público. Por fim, a cerimônia principal é realizada no adro.

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