Pai e filho são indiciados por assassinato no Guarujá

A Polícia Civil do Guarujá encerrou nesta sexta-feira (1°) o caso do estudante de Campinas morto a facadas dentro de um restaurante na cidade do Litoral na véspera de ano novo. O inquérito foi entregue na 2ª Vara Criminal da cidade.

Nele, foram indiciados por homicídio qualificado - quando a vítima não tem chances de se defender -, o proprietário do estabelecimento, José Adão Pereira Passos, de 55 anos e seu filho, gerente do local, Diego Souza Passos, de 22.

José Adão foi o autor das três facadas que tiraram a vida do universitário Mário dos Santos Sampaio, de 22 anos. Diego é acusado de segurar e agredir a vítima.

Os dois estão presos temporariamente desde o início do mês passado na cadeia anexa ao 1º Distrito Policial de Carvalho Pinto, na cidade do Litoral. Eles foram detidos por atrapalharem a investigação e intimidar testemunhas que viram o assassinato do jovem.

Pai e filho também são acusados de dar sumiço no arquivo que gravou as imagens do assassinato no interior do restaurante. O delegado que investigou o caso, Luiz Ricardo Lara, pediu também a prisão preventiva dos dois.

Esta semana o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa dos acusados. A prisão temporária de Adão termina na próxima sexta-feira (08). A de Diego encerra no dia 15.

" Os dois são acusados de homicídio qualificado devido a crueldade do fato. Eles não deram chances para a vítima se defender. Agora o caso segue para o âmbito do Judiciário. Nossa parte fizemos com todos os indícios" , afirmou o delegado. Apesar da conclusão do caso, a Polícia Civil deve ainda fazer uma reconstituição do crime no final deste mês. A data não foi divulgada.

O advogado da família da vítima, Antonio Gonzalez dos Santos Filho, afirmou que os pais de Mário comemoram o indiciamento dos dois. "Agora vai começar outra luta no poder Judiciário. O que eles querem é justiça pelo filho. Eles ficaram satisfeitos com a agilidade da polícia do Guarujá" .

O crime

Mário e cinco amigos iam passar a virada do ano na cidade do Litoral e antes da meia noite resolveram jantar no restaurante de Adão.

De acordo com os amigos, eles entraram no estabelecimento após verem placas que informavam o valor da refeição de R$ 12,99, porém na hora de pagar a conta o restaurante quis cobrar R$ 19,99 (R$ 7,00). Mário não achou justo e foi reclamar com o gerente do local (Diego) eles bateram boca, Adão entrou na discussão e disse que os jovens podiam pagar o valor de R$ 12,99. Mas Diego teria ameaçado o grupo e teria ido até a calçada onde fez ameaças.

Com medo, Mário resolveu ficar no interior do restaurante e chamou a polícia. Durante a ligação, Adão se aproximou e deu um tapa na cara do estudante. Diego entrou e houve a briga. Adão foi para a cozinha onde pegou uma faca e deu, três vezes, nas costas da vítima. Após matar o jovem, pai e filho, fugiram pela porta dos fundos do restaurante.

Após dois dias do crime, Adão se entregou à polícia e junto com o filho, alegou legítima defesa. Ele afirmou que Mário teria dado uma gravata em seu filho e que o estava enforcando. Ele pegou a faca, Diego estava desmaiado. Bateu com a costas dela duas vezes em Mário que não atendeu e enfiou a faca na vítima.

Em entrevista coletiva ele afirmou que queria apenas dar um ‘furadinha até o osso’ para que Mário largasse o filho. E não pretendia matar o estudante. Como ele se apresentou à polícia e entregou a arma do crime não houve motivos para a prisão em flagrante.

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