Luiz Carlos Magalhães se aposenta após 54 anos de serviços à arquidiocese
O padre Luiz Carlos Magalhães: missa na Paróquia Cristo Rei, que acontece dia 22 de julho, às 19h, marca despedida do religioso de suas funções (Matheus Pereira)
Como todo domingo, os católicos do Jardim Chapadão vão participar da missa das 19h, na Paróquia Cristo Rei. Será uma celebração comum, com as leituras e os cânticos já programados para a data. Nada de festa. Mas a cerimônia do dia 22 de julho será especial, sim. Vai marcar a despedida do padre Luiz Carlos Magalhães, que se aposenta depois de 54 anos de ministério. A celebração, na certa, vai emocionar os fiéis do bairro. E, claro, vai atrair católicos da Vila Nova, onde o religioso também trabalhou. Foram 32 anos celebrando missas. E um talento que extrapolou os altares e sacristias. Magalhães criou, por exemplo, os Grupos de Quarteirão, que fizeram o maior sucesso entre os paroquianos da Igreja de Nossa Senhora das Graças. Eram 18 grupos, que se encontravam para refletir sobre mensagens bíblicas que o próprio padre escrevia. A ideia foi “exportada” para o Cristo Rei. E lá o projeto ganhou novo nome. O Grupo de Vivência se espalhou por condomínios residenciais, verticais e ruas determinadas. A proposta, idêntica: debater o Evangelho. As inciativas já seriam suficientes para mostrar como o padre Magalhães contribuiu para a difusão da Palavra. Mas foi com a garotada que ele fez mais sucesso. A “missa das crianças” na Vila Nova tinha uma homilia especial, com a exibição de ilustrações. No Chapadão, artistas mirins participavam de teatro, encenando passagens bíblicas. A ideia colaborou para que a criançada lotasse os templos Pouca gente imagina, no entanto, que os serviços do padre Magalhães à diocese começaram bem antes. Ele foi ordenado no dia 1º de dezembro de 1963 e, imediatamente, passou a ministrar cursos de formação bíblica. Foram 23 anos à frente de catequistas e comunidades jovens. Pouco? Que nada. Na mesma época, Magalhães assumiu a própria assessoria de imprensa da Cúria Metropolitana. Para isso, o padre cursou jornalismo na PUC-Campinas. Era o único “quarentão” na classe lotada de jovens de 19 ou 20 anos. Era a atração da turma, lá no finalzinho dos anos 1970. Aí ele começou a escrever para o jornal católico A Tribuna, que depois virou revista. E também passou a gravar mensagens na rádio. Além disso, foi colaborador periódico na opinião do Correio Popular. Agora, aos 81 anos de idade, o padre Magalhães deixará o altar. Vai seguir fazendo caminhada matinal e seguindo a dieta balanceada. Quer manter a forma e a aparência de muito mais jovem. Mas que ninguém imagine que é o final da ação missionária. Ele vai continuar pregando de bairro em bairro, trabalhando nas comunidades mais carentes. Aqui mesmo em Campinas, que ele ama. E nunca pretende deixar.