SAÚDE PÚBLICA

Paciente de fora tem atendimento rejeitado em posto

Aposentada diz que foi rejeitada ao procurar o CS Centro por ser de Campo Grande (MS) e orientada a ir ao Mário Gatti

Patrícia Azevedo
05/09/2013 às 07:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 00:11

A aposentada Dora Marques Dias, de Campo Grande (MS), teve o atendimento médico negado no Centro de Saúde (CS) Centro, na Rua Barão de Jaguara, por não ser moradora da cidade. A mulher está em Campinas há cerca de duas semanas para visitar a filha, que mora na cidade, e buscou o atendimento pelo SUS por sentir dores nas pernas e insônia. Ela tenta ainda tratamento para outra filha. “Quando fui ao postinho a enfermeira chegou a conversar comigo, mas disse que eu não poderia passar por consulta porque não tinha um comprovante de endereço confirmando que eu era moradora da cidade”, disse.Dora chegou a questionar sobre o atendimento universal previsto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e conta que foi orientada a ir até um cartório para fazer uma declaração de residência. “Disseram que eu teria que levar a pessoa que mora na casa onde estou ficando para um cartório e fazer uma declaração afirmando que estou hospedada lá. Uma burocracia absurda”, afirmou.Dora conta que no CS Centro foi orientada também a procurar o hospital Mário Gatti. Ela foi até o hospital, preencheu a ficha e foi informada de que o atendimento iria demorar porque o seu caso não era urgente. O atendimento nos hospitais segue uma classificação de risco que prioriza os casos mais graves. “Eu esperei quatro horas, mas desisti. Conversei novamente com os atendentes e eles me orientaram a reclamar no telefone 156 porque disseram que eu deveria ser atendida, já que o SUS tem atendimento universal”, afirmou.A aposentada conta que irá registrar uma reclamação no serviço 156 da Prefeitura e que iria buscar a orientação da Ouvidoria para saber como proceder. “Preciso de atendimento, vou voltar novamente para tentar ser atendida. Quer dizer que se eu for moradora de rua não posso ser atendida em nenhum lugar?”, questionou.A Secretaria de Saúde negou que os funcionários tenham se recusado a atender a aposentada. A assessoria de imprensa da pasta informou que ela foi acolhida pela equipe de enfermagem e que preencheu uma ficha com um endereço. Segundo a Prefeitura, um agente de saúde foi ao local indicado para se certificar que a mulher está em Campinas e marcar uma consulta e não a encontrou.A Saúde informou ainda que se a aposentada voltar ao local, será atendida. Se for urgente, o atendimento será imediato, se não for, uma consulta será agendada. Se for o caso de doença crônica, a aposentada poderá ser encaminhada a uma unidade de pronto atendimento, que dispõe de mais recursos para atendimento e realização de exames.

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