DISTRITOS

Ouro Verde e Campo Grande têm déficit de 15 mil árvores em Campinas

Na quarta-feira, no Dia da Árvore, Prefeitura iniciou projeto de arborização nessas regiões

Thiago Rovêdo/ [email protected]
22/09/2022 às 09:35.
Atualizado em 22/09/2022 às 09:36
Campo Grande, onde plantio começou na quinta, é carente de áreas verdes — diferente de Barão Geraldo que tem alto patamar de arborização (Fotos: Gustavo Tilio e Rodrigo Zanotto)

Campo Grande, onde plantio começou na quinta, é carente de áreas verdes — diferente de Barão Geraldo que tem alto patamar de arborização (Fotos: Gustavo Tilio e Rodrigo Zanotto)

Os Distritos do Ouro Verde e Campo Grande são as duas regiões mais carentes de Campinas também quando o assunto é arborização. De acordo com a Secretaria de Serviços Públicos, as áreas precisariam de 15 mil novas árvores para chegar ao mesmo patamar de outras localidades do município. Na quarta-feira (21), Dia da Árvore, a Prefeitura iniciou o projeto de arborização no Campo Grande.

O secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, explicou que o déficit de arborização do Campo Grande é de 70%, o que equivale à ausência de 5 mil árvores. O plantio dessas mudas em 15 bairros do distrito começou a ser feito quarta-feira (21). Entre as mais de 50 espécies de árvores que serão plantadas estão ipês (toda a família — branco, rosa, amarelo), jequitibá, copaíba, jatobá, magnólia, jacarandá, jerivá, pau-brasil, peroba rosa e muitas outras. As mudas têm entre 1,5 m e 2 m de altura.

O plantio de 5 mil árvores nativas da flora brasileira será executado nas calçadas de todos os bairros do distrito onde exista deficiência de arborização. Serão beneficiados os bairros Parque Valença 1 e 2, Jardim Nova Esperança, Jardim Santa Clara, Jardim Maracanã, Jardim Novo Maracanã, Jardim Metonópolis, Jardim Lisa, Jardim Liliza, Parque Itajaí, Parque Floresta, Parque São Bento, Jardim Santa Rosa, Jardim Nova Esperança e Residencial Colina das Nascentes.

A intenção da Administração Municipal é que, em cerca de quatro meses, o foco do projeto passe a ser o Distrito do Ouro Verde. Apesar de ter um déficit menor de arborização — cerca de 60% —, a área precisa de 10 mil árvores para alcançar o patamar do restante da cidade, uma vez que se trata de um território muito maior.

Campinas é a segunda cidade mais arborizada do Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com 88,4% dos domicílios em áreas arborizadas, Campinas fica atrás apenas de Goiânia (89,5%), entre os 15 municípios com mais de um milhão de habitantes no País. O índice nacional, segundo a pesquisa, é de 68%.

Os dados foram coletados para compor o estudo inédito do IBGE sobre a infraestrutura urbana do País relacionada a variáveis como território, domicílios e características socioeconômicas e demográficas da população. A pesquisa ocorreu nos 5.565 municípios brasileiros, com cobertura diferenciada em cada um deles.

Campinas tem cerca de 700 mil árvores adultas e é meta da Administração Municipal chegar a 1 milhão nos próximos anos, com o plantio de 300 mil mudas. "Vamos querer uma árvore a cada dez metros lineares. E não estamos contando parques, praças ou bosques. Estamos falando apenas de árvores nas vias públicas", disse.

Benefícios A bióloga e especialista em arborização urbana, Jeane Zompa, avalia que, apesar da posição privilegiada de Campinas, as periferias ainda precisam ser olhadas com mais atenção por conta do déficit existente. Ela lembra que árvores amenizam a poluição atmosférica e acústica e protegem o solo e a fauna.

"Os benefícios ecológicos referem-se à melhoria microclimática. As árvores, por intermédio de suas folhas, absorvem radiação solar que diminui a reflexão e proporciona sombra, reduzem ou aumentam a velocidade dos ventos e elevam a umidade atmosférica que refresca o ar das cidades", disse.

A quantidade mínima preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 12 m² de área verde por habitante, e a ideal é de 36 m², cerca de três árvores por morador. "Há os benefícios estéticos: a cidade terá adição de cores ao cenário urbano com as flores, folhas e os troncos, a promoção de modelos de paisagens e identidade local, introdução de elementos naturais e linhas suaves e orgânicas no meio urbano e a adição de dinamismo à paisagem urbana por meio dos aspectos de mudança de cor, queda e brotação das folhas, floração e frutificação", afirmou. Por fim, a bióloga entende que outro benefício se dá pela oportunidade de educação ambiental à população.

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