SAÚDE

Ouro Verde cria ala para atender casos de dengue

Com dez leitos, a nova unidade dentro do complexo hospitalar tem capacidade para atender até 300 pessoas por dia, que passarão por triagem e receberão hidratação; tempo de espera deve diminuir

Sarah Brito
22/04/2015 às 13:20.
Atualizado em 23/04/2022 às 15:54
Pacientes recebem hidratação na nova ala para casos de dengue do Ouro Verde ( César Rodrigues/AAN)

Pacientes recebem hidratação na nova ala para casos de dengue do Ouro Verde ( César Rodrigues/AAN)

O Complexo Hospitalar Ouro Verde abriu no início desta semana uma ala especial para atendimento de pacientes com sintomas de dengue, chamado de “dengário”. O local possui dez leitos, onde os doentes tomam soro e o tempo de espera é menor do que o anterior, que chegava até quatro horas. A medida foi tomada após o hospital registrar aumento de 40% nos últimos meses nos atendimentos devido a casos de dengue, em meio à segunda epidemia consecutiva da doença em Campinas, com 22.544 casos confirmados pela Prefeitura até última semana. O objetivo é desafogar o pronto-socorro e diminuir pela metade o tempo de espera. Nesta quarta-feira (22), pacientes relataram que esperaram menos de uma hora para serem atendidos.Do total de atendimentos, o hospital chegou a ter 70% de procura relacionada a casos de dengue. O índice diminuiu neste mês, após o aumento das doenças respiratórias, principalmente em crianças e idosos. São feitos no hospital, em média, 21 mil atendimentos por mês atualmente. Antes da epidemia de dengue, o número era de 15 mil por mês. Segundo o coordenador de Atendimento ao Paciente, Claudinei Lotufo, a expectativa é atender entre 200 a 300 pessoas ao dia. No entanto, o número pode aumentar com a divulgação do “dengário”. “A dengue aumentou muito a demanda nos pronto-socorros, em geral. E manteve-se o número de atendimentos anteriormente, mais a dengue. Isso sobrecarregou. E os pacientes precisam tomar soro, então é uma estada maior. Precisávamos dessa estrutura física”, explicou.A área escolhida era o Centro de Testagem e Aconselhamento, que trabalhava com doenças infecto-contagiosas, e foi liberada pela Prefeitura de Campinas nos últimos dias. O local foi pintado e adaptado para a hidratação dos pacientes, tanto oral quanto venal. “É um aumento do PS, mas específico para a dengue, com atendimento mais humanizado”, disse. Na ala especial trabalham dois médicos clínicos-gerais, uma enfermeira para triagem e três técnicos em enfermagem que acolhem o paciente.Hoje, cerca de 30 pessoas aguardavam no “dengário” para tomarem soro, enquanto outras dez já ocupavam as cadeiras de hidratação. Na área externa, ao menos cinco pessoas aguardavam a triagem para serem encaminhadas à ala especial.O paciente que chega ao hospital passa, primeiro, por uma triagem. Se estiver com sintomas da dengue — febre, dor no corpo e dor de cabeça, por exemplo — ele é encaminhado para a sala, onde passará por uma classificação de risco, adotada em toda a unidade.A classificação divide em cores o grau de risco do paciente. São quatro níveis: o primeiro é considerado sem emergência e o quarto com risco de morte. Nos casos mais graves da dengue, o paciente vai para a sala de hidratação, onde tomará soro em uma cadeira. Os médicos também podem solicitar o hemograma ao paciente, que demorará mais duas horas para ficar pronto.PacientesA medida foi aprovada pelos pacientes, que disseram que o atendimento foi rápido. O autônomo Clayton dos Santos, de 30 anos, disse que demorou uma hora para ser atendido pela manhã. “Assim que fiz a triagem já fui mandado para a ala da dengue. O médico me diagnosticou com dengue e eu tomei soro. Foi rápido”, disse. Ele esperava ainda um amigo que estava tomando soro.“Fiquei menos de 15 minutos na parte de fora esperando. Vi que tinha essa ala da dengue e imaginei que seria mais rápido. Mas foi mais do que eu imaginava”, disse a secretária Ana Paula de Lima, de 29 anos. Ela chegou às 7h, e foi atendida por volta de 7h30 pelo médico.  

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