CÂMARA

Ouro Verde: CR ouve Carmino e Bernardin

Ambos negam principais acusações sobre relação com Vitale

Renato Piovesan
renato.piovesan@rac.com.br
24/08/2018 às 21:42.
Atualizado em 22/04/2022 às 15:42

Carmino de Souza (à esq.) e Silvio Bernardin, ontem: perguntas de vereadores da base governista e da oposição (Thomaz Marostegan/Especial para AAN)

A Comissão Representação (CR) da Câmara de Campinas ouviu sexta-feira os secretários Silvio Bernardin (Assuntos Jurídicos) e Carmino de Souza (Saúde) sobre o Caso Ouro Verde. Questionados pelos vereadores da base governista e da oposição, ambos negaram as principais acusações apontadas a eles, como supostos direcionamentos no chamamento público da Organização Social (OS) Vitale, que administrou o Hospital Ouro Verde de junho de 2016 a novembro de 2017, quando teve o contrato rescindido pela Prefeitura. Denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) aponta que o suposto esquema tenha desviado cerca de R$ 4,5 milhões dos cofres públicos. Cerca de 30 manifestantes estiveram na Câmara e protestaram aos gritos de “CPI Já”. Eles ainda interromperam a fala inicial de Bernardin para cantar uma paródia da música Evidências, da dupla Chitãozinho e Xororó, cobrando maior rigor da Justiça para punir os envolvidos no caso. O secretário de Assuntos Jurídicos afirmou que a Prefeitura rompeu o contrato com a OS assim que o escândalo veio à tona e que os servidores acusados de envolvimento foram demitidos e afastados de seus cargos. Ele negou ter feito contato prévio com a Vitale antes do chamamento público. “Antes da definição da gestora do Ouro Verde, tivemos 19 organizações sociais pré-qualificadas e todas foram ouvidas igualmente durante o processo de qualificação. Foi o único contato que houve. Não teve direcionamento”, disse. Carmino de Souza também enfatizou que o governo municipal se sentiu prejudicado com o caso. “O grande prejuízo disso tudo é moral”, destacou. No começo deste mês, a 4ª Vara Criminal de Campinas realizou a terceira audiência do processo contra seis pessoas ligadas à OS Vitale denunciadas pelo Gaeco. No depoimento à Justiça, um dos donos da Vitale, Daniel Câmara, afirmou que a empresa chegou a comprar atestado numa instituição do Maranhão para comprovar que tinha relação de Ensino e Pesquisa, uma das exigências do edital de licitação da Prefeitura. Ele também disse que a licitação foi direcionada por um ex-diretor da Vitale, Paulo Vitor, que teria acertado antes do término do processo licitatório um repasse de R$ 23 mil por mês para o ex-diretor de Saúde da Prefeitura, Anésio Corat Junior, que está preso. Daniel Câmara e seu sócio Ronaldo Pasquarelli estão em prisão domiciliar. Além deles, também cumprem prisão preventiva desde dezembro a presidente da OS, Aparecida de Fátima Bertoncello, e os diretores Ronaldo Foloni e Fernando Vitor Torres Nogueira Franco — este apontado como lobista responsável pelas negociações com a administração. Eles foram denunciados à Justiça por organização criminosa, fraude à licitação, falsidade ideológica e peculato.

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