COMBUSTÍVEIS

Oscilação de preços assusta consumidores em Campinas

Reajuste foi de 20% em poucos dias, com o litro da gasolina pulando de R$ 2,35 para até R$ 2,79

Luciana Félix
luciana.felix@rac.com.br
25/11/2013 às 21:09.
Atualizado em 24/04/2022 às 21:35

A oscilação no preço dos combustíveis nos postos de Campinas tem chamado a atenção e gerado a insatisfação de motoristas da cidade. O aumento nos valores, principalmente na bomba de gasolina, em alguns locais chegou a 20%. A diferença ocorreu nos últimos 20 dias. Teve posto que cobrou, na primeira semana de novembro, R$ 2,359. Hoje no mesmo local, o litro custa R$ 2,799 - diferença de R$ 0,44. Já no caso do etanol, a elevação foi menor. Ficou entre R$ 0,10 e R$ 0,20 no mesmo período. Na média, passou de R$ 1,599 para R$ 1,759. A variação repentina pegou de surpresa muitos motoristas, que acostumado com os valores mais baixos do inicio do mês, se assustaram ao ver as novas tabelas fixadas em cartazes dos estabelecimentos. Muitos saíram à procura de postos mais baratos espalhados pela cidade. Posição dos postosO presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região (Recap), Flávio Campos, afirmou que a variação ocorreu porque no inicio do mês alguns postos fizeram ajustes promocionais com distribuidores e repassaram os valores ao consumidor. "Com isso conseguiram reduzir os valores do litro da gasolina e do álcool. Ao voltar ao preço normal, os consumidores acabaram pegos de surpresa. Mas o etanol já vem sofrendo uma variação maior nos últimos três meses. O que aconteceu no começo deste mês foram várias promoções, porque não é possível sustentar esses valores por um grande período. Não dá pra vender sempre gasolina a R$ 2,399" , afirmou. O presidente ressaltou que segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os valores atuais praticados em Campinas estão dentro dos tarifados no Estado. "O preço médio cobrado pelo litro de gasolina nos cerca de 7 mil postos espalhados, hoje, é de R$ 2,714. Já o etanol está em R$ 1,776". ConcorrênciaEle explicou também que o mercado de posto de combustíveis em Campinas é muito concorrido e, mesmo um posto que não tenha planejado uma promoção acaba reduzindo os valores para ter o mesmo preço do vizinho. "Isso acaba gerando um efeito onde muitos abaixam os preços. Mas a oscilação acontece de forma diferente em cada região, cada uma tem sua característica" , disse. Para o professor de economia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) Cândido Ferreira da Silva, o que aconteceu na cidade foi uma "guerra" entre distribuidoras. "Acredito em um conflito entre distribuidoras. Essas baixas, seguidas de altas, refletem uma disputa de mercado" , analisou. "Pode ser que queriam afastar alguma concorrência. Campinas é um mercado forte e os grandes estão procurando ocupar espaço, ou tirar algum concorrente do mercado" . ProtestoA revolta com a variação nos valores de postos vizinhos fizeram com que o dono de um posto de combustíveis, no Chapadão, afixasse cartazes em seu estabelecimento protestado. Neles escreveu: ‘Alta e baixa de preços de combustíveis - Ação predatória orquestrada por companhias multinacionais e rede de postos’. "Estou aqui há 31 anos e nunca passei por um momento tão ruim. As grandes redes colocam lá embaixo os preços em Campinas, já que conseguem comprar combustível promocional e praticam os valores altos em outras cidades onde também têm outros postos. Com isso conseguem manter esse valor por alguns dias aqui. Isso acaba com o proprietário único" , lamentou Sérgio Henriques Brotto. Pelas ruas, os consumidores procuram os postos mais baratos. "Percebi o aumento pouco antes do feriado do dia 15. Estava bem bacana o preço e, de repente, subiu" , afirmou o construtor Odair Andrade, de 34 anos. O administrador Douglas Blaskovsky, de 29 anos, também reclamou da elevação. "De um dia pra outro subiu R$ 0,30 no mesmo local. Achei um absurdo. Estou a procura de postos mais baratos. Até agora o mais barato está R$ 2,699 o litro da gasolina" . "Ficamos a mercê dos donos de postos e ainda terá o aumento que o governo está enrolando há meses pra dar. Mas fazer o que não tem como ficar sem" , afirmou o fisioterapeuta Marcus Mazzuia, de 39 anos.

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