Aumento absoluto é de 4,7% em relação a despesas deste ano
O secretário de Finanças Tarcísio Cintra na audiência na Câmara de Campinas: efeitos da pandemia (Divulgação)
O próximo prefeito de Campinas, a ser eleito em novembro, terá um orçamento de R$ 6,5 bilhões no primeiro ano de governo, crescimento absoluto de 4,7% em relação às receitas e despesas válidas para este ano. Descontada a inflação de 2,05% que está sendo estimada para 2020 pelo mercado financeiro, as receitas da cidade deverão ter aumento real de 2,59%. Dezenove áreas na Prefeitura terão redução de dotações em relação a 2020. A maior perda será em Transporte. O projeto foi encaminhado ontem à Câmara e passará por audiência pública e votação até o final do ano. Para o economista José Omero Adabo, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas da Região Metropolitana de Campinas (Sescon), o crescimento projetado pela Prefeitura é uma aposta no potencial da cidade para a retomada da economia em 2021, após um ano de retração provocado pela pandemia do novo coronavírus. Em audiência pública ontem na Câmara, para apresentação das metas fiscais do segundo quadrimestre deste ano, o secretário de Finanças, Tarcisio Cintra, observou que, do orçamento de R$ 6,2 bilhões projetado para 2020, foram consolidados até agora R$ 3,8 bilhões, 64,2% do previsto para o ano. "A pandemia prejudicou a receita própria da Prefeitura. No geral houve um crescimento marginal, mas inferior à inflação. Precisamos registrar, porém, que houve menos danos às finanças do que poderia ter ocorrido. O tributo mais prejudicado foi o ICMS, com uma queda de 8,6%, e refletiu também na queda do Fundeb", disse ontem o secretário de Finanças Tarcísio Cintra. O auxílio emergencial disponibilizado pela União, de R$ 122 milhões, e os repasses do SUS subiram de R$ 223,4 milhões para R$ 332,8 milhões, um amento de 48,9%, amenizaram, segundo Cintra, a queda nas receitas de forma significativa. Do orçamento geral previsto para o próximo ano, 4% dos recursos serão destinados para investimentos, de acordo com o projeto. Obras como a construção de unidades de Saúde e Educação, pavimentação e drenagem de diversos bairros e a continuação das obras do BRT estão entre as que terão investimentos. Aumentos A área da Saúde terá crescimento absoluto de 5,11% em relação ao projetado para 2020, e ficará com R$ 1,63 bilhão. Deste total, R$ 1,310 bilhão será destinado para a Secretaria de Saúde, o que significa 2,85% a mais que o orçamento de 2020; e R$ 326,690 milhões para a Rede Mário Gatti de Urgência e Emergência, crescimento de 15,26% também com relação ao ano anterior. A segunda área com maior orçamento é a Educação, que receberá R$ 1,284 bilhão, sendo R$ 1,226 bilhão para a Secretaria de Educação e R$ 58,2 milhões para a Fumec. O orçamento das duas pastas cresceu 1,37% no comparativo com o ano passado. Depois da Saúde e Educação, o Camprev terá a maior dotação, de pouco mais de R$ 1 bilhão, que serão transferidos ao regime próprio de previdência, para pagamento da folha de aposentados e pensionistas.