Operadoras seguem na liderança

Três empresas do setor de telecomunição lideraram o ranking de reclamações do Procon de Campinas em junho. Claro, Vivo e Tim aparecem nas primeiras posições com, respectivamente, 366, 208 e 121 queixas.  O resultado divulgado ontem no “Diário Oficial” do Município, consolidou a Claro (que incorpora a Embratel e a NET) como campeã da insatisfação do consumidor campineiro. A Vivo, dona das marcas Telefônica e GVT, permaneceu na segunda posição. Ambas ocupam essas mesmas colocações desde 2015. A lista completa das 10 empresas mais reclamadas em junho pode ser conferida na segunda página do link http://www.campinas.sp.gov.br/uploads/pdf/623308711.pdf. Cliente da Claro, o cabeleireiro Felipe Rafael, de 24 anos, diz que recorrer ao atendimento da empresa é perder tempo. “Os operadores de telemarketing na maioria das vezes sequer nos dão atenção”, afirma. Haley de Barros Junior, dentista de 54 anos, disse não ter ficado nada surpreso com o resultado do ranking. “Empresas de telefonia, de planos de saúde e bancos sempre aparecem nos primeiros lugares dessas pesquisas”, afirma. “São especialistas em criar problemas para o consumidor”. Respostas A reportagem entrou em contato com as duas primeiras colocadas no ranking. A Claro não se manifestou até o fechamento desta edição, mas uma checagem mostrou que o número de reclamações contra a empresa vem diminuindo nos últimos anos. Em 2015, por exemplo, foram 7.262 queixas. No ano seguinte, o número ficou em 6.117 e, no ano passado, 5.635. A Vivo informou que “trabalha constantemente para oferecer ao cliente a melhor experiência em atendimento, desenvolvendo melhorias de processos e sistemas para reduzir as reclamações e dúvidas apresentadas pelos clientes aos Órgãos de Defesa do Consumidor”. A companhia destacou ainda que “o volume médio mensal de reclamações nos Procons representa aproximadamente 0,01% do total de clientes da empresa”. Ainda segundo a Vivo, “os esforços já realizados contribuíram para a redução de 19% no número de reclamações nos Procons de todo o Brasil no primeiro semestre de 2018, se comparado ao mesmo período no ano anterior”. O caminho das queixas O campineiro pode registrar sua reclamação por meio eletrônico no site do Procon (http://www.procon.campinas.sp.gov.br), ou pessoalmente nos postos de atendimento do órgão nas unidades do Poupatempo no Centro e Campinas Shopping, ou ainda nas unidades do Agiliza Campinas em Barão Geraldo, Sousas, Ouro Verde e Campo Grande. Além disso, o órgão possui uma unidade móvel e também atende pelo telefone 151. Para efetivar uma reclamação, o consumidor deve residir em Campinas ou a empresa que gerou a queixa esteja estabelecida na cidade. Para facilitar o processo, é importante ter em mãos os dados pessoais e documentos que comprovem a relação com a empresa, como faturas, contratos, notas fiscais, ordens de serviço etc. Após o registro da queixa, a empresa tem o prazo de cinco dias úteis para apresentar uma solução. Se não houver acordo, o consumidor pode então abrir um processo administrativo para uma audiência de conciliação na presença de representantes da empresa e do Procon. Se ainda assim não houver acordo, o processo segue para análise e, se a queixa for considerada procedente, a empresa pode ser multada. Em nota, a Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos, responsável pelo Procon, reforçou a importância do serviço. “O cidadão pode, por meio dele, "resolver amigavelmente um conflito de consumo, evitando uma sobrecarga de demandas no Poder Judiciário. Toda reclamação do consumidor serve para compor a base de dados e divulgação pública das empresas mais reclamadas, oferecendo um bom parâmetro na hora de se escolher uma empresa para comprar produtos ou serviços”.