Operação Uber desmantela gangue

A Polícia Civil de Campinas desmantelou na manhã desta sexta-feira uma quadrilha que assaltava motoristas do aplicativo Uber. Três rapazes foram presos e um adolescente de 17 anos, apreendido. A operação, denominada Uber, foi deflagrada por policiais civis do 2º Distrito Policial (DP), no bairro São Bernardo, com base em mandado de busca, apreensão e prisão, expedido pela 6ª Vara Criminal. Segundo os policiais, os suspeitos agiam havia ao menos seis meses e os ataques ocorriam na região do Parque Oziel. A quadrilha usava um perfil feminino para fazer as chamadas. Quando a vítima chegava no local indicado, surgiam dois homens que fingiam ser os clientes. No percurso anunciavam assalto e levavam o motorista para um cativeiro, onde havia mais dois comparsas. Os criminosos usavam o aparelho da vítima para novos chamados e chegavam a fazer de duas a três vítimas por noite e sempre nos finais de semana. A operação contou com cinco mandados de busca e apreensão e três de prisão. Os suspeitos foram pegos na casa deles, nos bairros Vila Lurdes, Nossa Senhora de Lurdes, Santa Marta e Parque Centenário, com o apoio do Garra. As investigações começaram há cerca de um mês, quando uma vítima buscou ajuda na delegacia, após ficar em um cativeiro na região de abrangência do DP. Os policiais descobriram que a quadrilha agia entre sexta-feira à noite e a madrugada de segunda-feira e fazia o chamado de bairros como Icaraí e Lurdes, na região do Parque Oziel. Os chamados eram sempre no período da noite e partiam de celulares de mulheres. Os criminosos anunciavam o roubo poucos minutos do início da corrida. “Faz um ano e meio que trabalho com aplicativo e nunca tinha sido vítima. No dia 27 do mês passado, recebi um chamado de uma moça e quando cheguei eram dois jovens. Estranhei, mas eles falaram que tinham pedido para uma amiga chamar. Mal comecei o percurso, um deles, que estava armado, anunciou o roubo”, contou uma vítima cujo nome foi preservado. Os criminosos pegaram celulares, cartões bancários e o carro da vítima, que foi deixada em um cativeiro na mesma região. No local, outro motorista já era mantido refém. “Eles pegaram R$ 8 mil. Como eu não tinha dinheiro em banco, usaram meu cartão de crédito”, contou o motorista. Ao menos três vítimas identificaram o quarteto. Os policiais afirmam que as investigações seguem para identificar mais vítimas. “Acreditamos que há mais motoristas, que registraram boletins de ocorrências em outras delegacias. As vítimas que vieram aqui são de dias diferentes e contaram que havia outros motoristas”, falou um dos investigadores, cujo nome foi preservado. Os suspeitos foram identificados como Eduardo Oliveira Mariano, José Lucas Neto Vinhas e Rafael da Silva Nogueira, todos de 22 anos, e o adolescente D.R.S.C., de 17 anos. Os maiores, segundo os policiais, trabalham durante o dia, mas alguns deles têm passagem por roubo.