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'Operação padrão' trava Mário Gatti

Profissionais da enfermagem decidiram suspender horas extras; 17 cirurgias foram canceladas

Inaê Miranda
07/11/2013 às 08:47.
Atualizado em 26/04/2022 às 11:35

Os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, em Campinas, decidiram não realizar mais horas extras para protestar contra a falta de funcionários. O resultado foi a suspensão de 17 cirurgias eletivas entre segunda-feira e quarta-feira (6), sobrecarga nos setores e demora no atendimento. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Campinas, o déficit estimado é de 200 trabalhadores na enfermagem. Apesar da suspensão das cirurgias, a direção do Mário Gatti informou que todos os casos estão sendo atendidos e casos de urgência e emergência são priorizados.O diretor do sindicato Rodolfo Fais afirma que a situação é crítica e vem se arrastando há anos. Segundo ele, além das seis horas diárias, os funcionários realizam outras quatro ou até dobram o plantão para evitar a desassistência aos pacientes. “Não chega o pessoal novo para trabalhar e o serviço está sendo feito com horas extras, o que sobrecarrega os servidores em uma área delicada, pois esses funcionários estão lidando com vidas”, disse.A estimativa apresentada pelo sindicato é de que são gastos R$ 500 mil com a folha de pagamento de horas extras dos funcionários do Mário Gatti, e que cerca de 40% do atendimento do hospital é feito com base nas horas extras dos funcionários. “O mesmo dinheiro que está sendo gasto com hora extra poderia ser usado para contratar o pessoal para trabalhar.” A Secretaria de Saúde não confirma os dados apresentados pelo sindicato.Além da suspensão das 17 cirurgias eletivas, muitos pacientes reclamaram das longas horas à espera de atendimento no ambulatório. O hospital informou que o tempo médio de espera na Sala Azul foi de duas horas. O movimento dos profissionais da enfermagem deve continuar pelo menos até sexta-feira quando o sindicato vai realizar uma reunião para definir os rumos do movimento.Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que a situação das horas extras vem se acumulando de gestões anteriores, com a falta de reposição de profissionais ao longo dos anos. A nota diz ainda que, desde o início da atual Administração, foram contratados 700 profissionais de Saúde.

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